Se já temos condições de afirmar que uma bola entrou ou não entrou no gol por métodos seguros, por que insistimos num modelo de arbitragem baseado nas limitações humanas?
Não falo aqui apenas de Inglaterra e Alemanha na Copa do Mundo 2010 (Lampard) ou de Vasco e Flamengo no Campeonato Estadual 2014 (Douglas). Falo por todos os exemplos que acontecem em qualquer partida pelo mundo.
Sem entrar no mérito de haver má-fé por parte da arbitragem, fato é que o recurso eletrônico adentrou diversas modalidades esportivas mas continua à margem no futebol. Preferem inserir mais pares de olhos humanos do que buscar soluções efetivas.
Não há nenhum valor no futebol nem em nenhuma atividade que deve se sobressair à justiça. Se não é justo, já não serve. Cobram-se condutas para respeitar as regras do jogo, só que o jogo em si não caminha de mãos dadas com a justiça. Falta vergonha na cara para muitos dos indivíduos que hoje comandam e tomam decisões, tanto no futebol quanto em outras esferas da vida.
Caminhamos para uma Copa do Mundo no Brasil - a segunda nesse país - e podemos perceber como continuamos definindo erroneamente as prioridades para a consecução de um megaevento que seja coerente a uma vida digna em sociedade. Proibir manifestações, proibir a livre circulação, proibir o direito à moradia... Isso tudo é vergonhoso para a história da humanidade. Mas traz muitos benefícios para grupos minoritários que comandam as ações seja no esporte, seja no governo, numa parceria nefasta que é injusta com aqueles que sustentam esses sistemas: torcedores e populações.
Respeito é uma questão de justiça. Justiça é uma questão de respeito.
Para Eduardo Paes, Sérgio Cabral, Dilma Rousseff, Joseph Blatter e muitos outros, sejam indivíduos ou corporações, pessoas físicas ou jurídicas, que fazem parte destas e outras covardias.
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