Com alguns desfalques e muitas dificuldades, o Milan conseguiu sair com uma vitória de virada em Údine, alcançando provisoriamente a liderança na Série A italiana - o Rossonero tem dois pontos a mais que a vice-líder Juventus, só que a Vecchia Signora, que volta a atuar na segunda-feira, possui dois jogos a menos. A partida disputada no estádio Communale Friuli parecia sob controle para o time da casa, que vencia por 1a0 e conseguia conter as esporádicas investidas oponentes. Só que a entrada do argentino Maximiliano Gastón López na equipe visitante conseguiu dar novo ânimo para os milanistas, que somaram três pontos bastante festejados após o apito derradeiro do árbitro Mauro Bergonzi. Com a derrota, a Udinese não conseguiu ingressar na zona de classificação para a Liga dos Campeões da Europa, deixando o time um ponto atrás da 3ª colocada, a Lazio (nessa temporada, a Itália levará três representantes para a próxima edição da mais importante competição de clubes europeus, e não mais quatro).
O jogo
Bem arrumado na defesa e saindo com qualidade e entrosamento nos contra-ataques, o time da Udinese atuava melhor que o Milan e, com méritos, abriu o placar aos dezoito minutos: o atacante Antonio Di Natale recebeu pela esquerda e, acompanhado por Thiago Silva, descolou chute com a perna canhota, com a bola desviando no defensor brasileiro e indo parar no canto direito do gol defendido por Marco Amelia. 1a0 Udinese e festa da torcida local naquela fria tarde de inverno italiano.
Sentindo ausências de jogadores como Mark van Bommel, Kevin-Prince Boateng e Zlatan Ibrahimovic, o Milan de Massimiliano Allegri era um deserto de opções de jogadas, não conseguindo tirar proveito nem da categoria de Clarence Seedorf, nem da velocidade de Robinho, nem tampouco da movimentação de Stephan El Shaarawy. Chutes de longa distância de Seedorf (defendido tranqüilamente por Samir Handanovic) e Philippe Mexès (passando sem perigo, à direita) foram o resumo das "oportunidades criadas" pelo atual campeão no primeiro tempo. Em contrapartida, o time da casa mostrava boa desenvoltura na transição ao ataque, contando com Pablo Armero e Mauricio Isla para fazerem a aproximação ao goleador Di Natale, que fazia grande partida.
Veio o segundo tempo e as formações foram mantidas tanto por Francesco Guidolin quanto por Allegri. O Milan até conseguia ter a posse de bola, mas seguia esbarrando na bem postada defesa da Udinese, que tinha no brasileiro Danilo (ex-Palmeiras) um personagem importante. Seu companheiro Maurizio Domizzi não apenas era implacável na marcação como ainda se apresentava na frente, quase marcando o segundo em contra-ataque fulminante, tendo a finalização de bico defendida por Amelia.
E aí as coisas começariam a sofrer modificações. De tanto apanharem dos milanistas, surgiu uma contusão de um jogador da Udinese: em dividida com Massimo Ambrosini, Isla levou a pior e deixou o campo na maca. Queira Deus que não seja nada grave - os gemidos de dor do chileno e a imagem de sua perna direita sendo prensada no gramado são capazes de chocar. Em seu lugar entrou Giovanni Pasquali, aos quinze minutos. Cinco minutos mais tarde, quem mexeu foi o Milan: Nocerino deu lugar a Máxi López. Típica substituição que você só verá o Allegri fazer com o placar adverso... A Udinese voltou a ter chances de abrir 2a0, mas desperdiçou novamente, como em chegada onde Armero poderia se antecipar a Mexès mas permitiu a intervenção do francês em ataque onde só restava o arqueiro oponente pela frente. Explicitando cansaço, Di Natale, que caminha para a terceira temporada seguida como goleador da Série A, deu lugar a Antonio Floro Flores, aos vinte e nove. E, dois minutos depois, quiseram os deuses do futebol que saísse o gol de empate: El Shaarawy, italiano de descendência egípcia, chutou cruzado pela esquerda, o goleiro esloveno Handanovic deu rebote e Máxi López não perdoou, mandando pra rede. Bola que o arqueiro poderia - e deveria - ter encaixado, mas jogo que segue.
Oito minutos depois de López aproveitar o rebote de um chute de El Shaarawy, foi a vez do argentino "retribuir": em contra-ataque pelo flanco direito, Máxi foi à linha final e passou rasteiro, com o jovem de dezenove anos finalizando como manda o figurino, firme e no canto, virando o jogo em Údine. Aproximáva-se o final do jogo e, enquanto Guidolin trocava o volante Michele Pazienza pelo atacante romeno Gabriel Torje, Allegri ratificava aquilo que o blogueiro acha dele ao optar por recuar o time, tirando Robinho para colocar o defensor Daniele Bonera. O Milan ainda passou um sufoco, com direito a defesa de Amelia em chute de Torje para evitar o gol de empate da equipe que melhor atacava no jogo. Mas o placar persistiu e os milanistas puderam celebrar mais três pontos na tabela, garantindo um domingo no topo da classificação na competição. Não será com esse futebol que permanecerá por ali...
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