Desde a primeira rodada no Campeonato Brasileiro 2013, nenhuma vez a situação do líder teve contornos de hegemonia como agora, após vinte e duas jornadas disputadas. O Cruzeiro, com quarenta e nove pontos, abriu mais três em relação ao vice-líder (totalizando sete de diferença) e com a moral de ter conseguido um 3a0 no confronto direto. Se o Botafogo tem condições de tirar essa diferença e reassumir a ponta na tabela de classificação? Sem dúvidas. Estamos falando de uma liga altamente competitiva, o que confirma a possibilidade de uma reviravolta ao mesmo tempo que coloca o atual primeiro colocado numa situação bastante favorável, dada a dificuldade de se "correr atrás do prejuízo" em meio a tantos confrontos marcados pelo equilíbrio.
Se no parágrafo inicial só falou-se em Cruzeiro e Botafogo, cabe destacar que essa não é uma disputa bipolarizada entre mineiros e cariocas. Mais abaixo na tabela e ao sul no território nacional, estão Grêmio, Atlético Paranaense e Internacional, também postulantes ao título. Chances menores que os dois primeiros colocados, obviamente, mas existentes. Mas muita coisa pode acontecer, até porque nesse mês ainda temos um Inter e Cruzeiro; no próximo, um Botafogo e Grêmio. E muitos outros pontos em aberto antes, entre e depois desses jogos. O que torna ainda mais interessante o torneio de pontos corridos. Pontos altamente concorridos.
Mas, então, a vantagem do Cruzeiro é essa de sete pontos? Sim. Mas há algo mais: a regularidade da equipe comandada por Marcelo Oliveira e a eficiência ofensiva deste elenco são duas credenciais que acentuam as possibilidades de conquista. E houve um mal que veio para bem: com a eliminação relativamente precoce na Copa do Brasil (caiu para o Flamengo na fase oitavas-de-final), a Raposa guardará suas energias para um único torneio, enquanto outros adversários, como o próprio Botafogo, encontram pela frente um calendário menos generoso com descansos e treinamentos. É improvável - e até mesmo inviável - imaginar que o Alvinegro possa relegar a Copa do Brasil a segundo plano, notadamente quando tem pela frente um de seus maiores rivais, justamente o algoz do Cruzeiro na competição eliminatória.
Copa do Brasil que ainda reserva encontros entre Grêmio e Corinthians, Atlético Paranaense e Internacional, Goiás e Vasco. Perceba como de todos os cinco primeiros colocados no Brasileirão, somente o líder Cruzeiro não está dividindo esforços entre duas competições. Hoje, o pitaco mais prudente é cravar o atual vice-campeão mineiro como maior candidato ao título brasileiro. Mas mais prudente ainda talvez seja deixar rolar sem pitaquear, pois há muita água por onde navegar. Um cruzeiro para o título brasileiro.
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