quinta-feira, 14 de junho de 2018

Arábia Moscou? Rússia Passeou!

O campo do estádio Luzhniki não é um terreno agrícola, mas a Rússia passou um trator no gramado. Não estávamos no meio do mar, mas a Arábia Saudita ficou a ver navios em plena Moscou. Senhoras e senhores, a Copa do Mundo 2018 começou com uma goleada de cinco a zero da seleção anfitriã. Quase - eu disse quase - arrancou um sorriso do Vladimir Putin.

Já no décimo segundo minuto de partida, Yury Gazinskiy abriu a contagem após cruzamento certeiro de Aleksandr Golovin.
Gazinskiy salta em comemoração ao primeiro gol na Copa do Mundo 2018. Foto: Carl Recine (Reuters)
 
Só que a alegria deu lugar à preocupação cerca de doze minutos depois: em contra-ataque ligeiro, Alan Dzagoev, um dos maiores astros da seleção russa, sentiu algum desconforto grande o suficiente para impedi-lo de continuar correndo. Deixou o campo e deu lugar a Denis Cheryshev.

Atuando pelo flanco esquerdo, Cheryshev era bastante acionado. Em duas oportunidades, chegou a estar em boas condições na grande área árabe, mas faltou um pouco de sorte e/ou qualidade para encaminhar melhor os lances. Só que, ainda antes do intervalo, quando este blogueiro estava pronto para cornetar o atleta, Cheryshev marcou o segundo gol dos donos da casa.

Veio o segundo tempo. A Arábia Saudita, apática, não conseguia propôr rumos diferentes a uma partida com o feitio de triunfo russo. Golovin, um dos destaques no jogo, ampliou seu repertório de ótimos cruzamentos e dessa vez serviu Artem Dzyuba (que acabara de entrar em campo). Dzyuba anotava aos vinte e cinco no segundo tempo seu nono gol nos últimos treze jogos com a seleção.

E pra quem acha que três é pouco, vieram mais dois gols nos acréscimos. Primeiro, Dzyuba serviu Cheryshev, que anotou um golaço em chute de trivela. Depois, em cobrança de falta digna de chamarmos de "perfeita", Golovin, que havia anotado duas assistências, colocou ele próprio a bola na rede. Não deve ser por acaso que seu sobrenome é Gol-ovin (o hífen é por minha conta).

Se a Rússia está classificada? Por mais que um 5a0 seja contundente - ainda mais numa atuação bastante equilibrada e imponente -, ainda considero Egito e Uruguai como as maiores forças na chave A. Só que a vitória dilatada na estréia pode motivar os russos a acreditar mais em si, a vislumbrar de maneira menos utópica e mais pragmática um avanço às oitavas. E isso deve aumentar o rendimento da equipe diante de egípcios e uruguaios.

Quanto à Arábia... Essa daí tem que celebrar sua passagem pelo Mundial 2018 se conseguir pontuar. Mas celebrar muito. Tirando a lucidez do zagueiro e capitão Osama Hawsawi, há pouquíssimos destaques positivos na seleção de Juan Antonio Pizzi.

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