terça-feira, 12 de junho de 2018

Análise Da Copa Do Mundo 2018 - Grupo F

Vamos analisar o grupo F da Copa do Mundo 2018 (leia o que colocamos sobre os grupos A, B, C, D e E).

Nele, estão quatro seleções que aparecem rotineiramente em mundiais, incluindo a atual campeã e também aquela que surpreendeu nas Eliminatórias ao deixar pelo caminho as tradicionais Holanda e Itália.

Grupo F: Alemanha, México, Suécia e Coréia do Sul.

Alemanha

Alemanha: 1ª colocada no ranqueamento da FIFA.
Revolucionada desde a chegada de Joachim Löw e rejuvenescida nesses últimos anos, a Alemanha tem muitos ingredientes que sugerem favoritismo ao penta. É bem verdade que a convocação trouxe algumas discordâncias, sendo provavelmente a maior delas a ausência de Sané, jovem promessa/realidade treinada por Josep Guardiola no Manchester City. Mas a realidade é que os alemães têm todos os motivos para confiar em sua seleção na Rússia.

Com uma campanha sólida nas Eliminatórias (com direito a 6a0 sobre a Noruega), com a bem-sucedida estratégia de usar a Copa das Confederações para possibilitar maior rodagem e experiência a atletas menos aproveitados e, principalmente, com um elenco qualificado técnica, tática e mentalmente, só duvida desta Alemanha quem não conhece esta Alemanha.

O radar do futebol arte há de apitar forte quando este time estiver em campo. Começamos a nos acostumar com isso desde 2010. E tivemos o desfrute de uma das maiores aulas no Mineirão, naquela memorável semifinal em 2014 que alguns, equivocadamente, chamam de "apagão". Aqueles 7a1 são o oposto: são luz. Que o ascendente futebol alemão possa continuar iluminando os gramados pelo mundo. Chegou a vez da Rússia.

México

A classificação sem maiores sustos - o oposto do cenário visto para a Copa 2014 - dá ao México maior tranqüilidade na preparação para este Mundial. Só que o recente escândalo envolvendo jogadores e prostitutas colocou a seleção nacional em maus lençóis, virando assunto não-esportivo e alimentando a engrenagem sensacionalista de setores midiáticos.
México: 15ª colocada no ranqueamento da FIFA.

Naquilo que tange ao campo de jogo, Juan Carlos Osorio leva para a Rússia um grupo experiente. Os 3 goleiros somam 104 anos de idade. Na zaga, o imortal Rafael Márquez nos brindará com seu talento e elegância novamente. No meio, o bom futebol está Guardado. No ataque, Peralta e Hernández marcam presença ao lado de Giovani dos Santos e Carlos Vela (aos 29 anos de idade e perto de tantos trintões, podem ser considerados dois meninos).

O único gol marcado nos últimos quatro amistosos levantam suspeitas sobre a efetividade do setor ofensivo da equipe, o que contrapõe uma defesa que foi vazada em apenas duas partidas nos últimos sete compromissos. A estréia com a Alemanha tem pelo menos uma coisa boa: dará aos mexicanos o direito de arriscar, pois uma derrota seria um resultado normal. Pontuando nessa partida, abre caminho para a classificação, que tem tudo para ser decidida somente na rodada derradeira, com a disciplinada seleção sueca. E é sempre bom ter em mente o seguinte: esse grupo cruza com o "do Brasil" e, se tem uma seleção que não tem medo da "Amarelinha", essa seleção é a mexicana...

Suécia

Com a autoconfiança de quem sobreviveu a um grupo com França e Holanda - eliminando a Itália na repescagem - e com a união de um grupo que superou todas as dificuldades sem sua principal estrela, a Suécia chega à Rússia com muitos motivos para acreditar em surpreender.

Suécia: 24ª colocada no ranqueamento da FIFA.
Os dois amistosos zerados realizados nesse mês (0a0 com Dinamarca e Peru) talvez sugiram ajustes para fortalecer um ataque habituado a marcar poucos gols. A boa notícia é que, em mais de 180 minutos de confronto, os suecos somente precisaram de um único gol para eliminar os italianos.

A Suécia tem na experiência de Toivonen, Larsson e Svensson, além do talento de Forsberg, seus principais trunfos no campo de ataque. Mas é a consistência coletiva o diferencial que pode fazer a equipe nórdica incomodar as outras três seleções nessa chave. No pouco que assisti no amistoso diante dos peruanos, foi notória a capacidade de conter o ímpeto de um adversário com vocação ofensiva, conseguindo bloquear os flancos e povoar o centro sem gerar grandes espaços ao adversário, além de ter relativo êxito em sair para o jogo com objetividade.

De destaque, fico com a declaração do treinador Janne Andersson sobre Zlatan Ibrahimovic: "Assim que Zlatan anunciou a aposentadoria depois da Eurocopa, comecei a planejar a seleção sem ele. Comecei a pensar no time sem ele. É um jogador que respeito muito, mas quis priorizar a equipe que classificou a Suécia para a Copa. Tira muito da minha energia esse tanto de perguntas sobre o Zlatan".

Coréia do Sul

Embora classificada de maneira direta com o segundo lugar em seu grupo nas Eliminatórias Asiáticas, a Coréia do Sul suou para chegar à Rússia. O 0a0 na rodada derradeira, no Uzbequistão, selou uma classificação que estaria ameaçada em caso de derrota, pois levaria os sul-coreanos, na melhor das hipóteses, à repescagem.

Coréia do Sul: 57ª colocada no ranqueamento da FIFA.
O atacante Son Heung-Min, há três temporadas no Tottenham, é o jogador que vive momento de maior destaque na seleção. Seu faro goleador na Premiership não é novidade, pois se mantém presente desde os tempos da Bundesliga, onde vestiu as camisas do Hamburgo e do Bayer Leverkusen. No setor de meio-campo, mais um jogador que atua no futebol inglês: Ki Sung-Yeung, do Swansea City. Mas se me perguntar como joga a equipe treinada por Shin Tae-Young, não saberei responder. E, considerando que houve somente uma vitória nos últimos seis jogos oficiais, é possível que o próprio treinador possa estar usando esses dias na Rússia para reformular a formação do time.

Guardo ótimas lembranças da Coréia do Sul na época em que a cultura holandesa de atuar com três atacantes permeou o paradigma futebolísitco do país, que teve Guus Hiddink e Dick Advocaat como alguns de seus técnicos. Vamos ver como a seleção se comporta nesse Mundial. O grupo é difícil, mas uma boa estréia diante da Suécia pode dar esperanças a um país que, entre méritos e apitos, chegou a uma semifinal de Copa do Mundo dezesseis anos atrás, para euforia de seus torcedores.

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