segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Após 17 Anos, Napoli Vence Roma Na Capital

Roma e Napoli duelaram no estádio Olímpico e, para alegria napolitana, os dois gols do atacante uruguaio Edinson Cavani garantiram uma vitória por 2a0 a favor da equipe visitante. O Napoli mantém-se na vice-liderança, a 3 pontos de distância do topo da tabela, com Cavani liderando a lista de goleadores com 20 tentos anotados. Já o "Giallorossi" aparece na 7ª colocação, na disputa por uma eventual 4ª vaga na próxima edição da Liga dos Campeões da Europa.

O jogo

Desfalcada de Adriano por questões físicas (o atacante brasileiro machucou o ombro no clássico com a Lazio, pela Copa da Itália) e de Francesco Totti por opção do treinador Claudio Ranieri (o meia somente foi a campo aos 32 minutos do segundo tempo), a equipe da Roma não demorou a perceber que o duelo com o Napoli seria duríssimo: além da aula de marcação dada pelos comandados de Walter Mazzarri, os jogadores napolitanos esbanjavam disposição nas disputas de bola, às vezes até com excesso, o que gerou alguns desentendimentos dentro das quatro linhas.

Com 4 minutos de jogo, uma disputa entre Fábio Simplício e Salvatore Aronica teve uma resvalada da chuteira do pé esquerdo do brasileiro no rosto do italiano. Felizmente, tudo bem com o napolitano, que foi atendido ali mesmo e continuou a partida normalmente.

Aos 15 minutos, Mirko Vucinic e Simplício tabelaram no ataque e o montenegrino entrou na área pela esquerda, conseguindo finalizar mas parando em defesa de Morgan De Sanctis. Embora com escassas oportunidades, o jogo era quente: aos 18 minutos, Rodrigo Taddei e Andrea Dossena se desentenderam. 2 minutos depois, foi a vez de Ezequiel Lavezzi e Marco Cassetti se estranharem asperamente, dessa vez sobrando cartão amarelo para ambas as partes. Com 21 minutos, uma cotovelada de Dossena em Taddei rendeu amarelo ao napolitano, em lance onde cabia expulsão. 3 minutos depois foi a vez de De Sanctis e Marco Borriello "trocarem carícias", tudo isso com o goleiro segurando a bola, como se fosse algo corriqueiro.

A partir daí, com a marcação do Napoli funcionando muito bem e a saída para o jogo melhorando aos poucos, as oportunidades começaram a aparecer. Na marca de 26 minutos, uma bola cruzada da direita quase foi desviada por Cavani, o que tiraria de ação o goleiro brasileiro Júlio Sérgio, que espalmou para o lado direito tão logo a bola nele chegou. No minuto seguinte, o volante uruguaio Walter Gargano cobrou falta pela esquerda conseguindo tirar da barreira mas não de Júlio Sérgio, que tornou a espalmar. Aos 32 minutos, Cavani avançou com a bola e tentou de fora da área, mandando à esquerda. Na marca de 33 minutos, Christian Maggio driblou Juan com um toque de letra e chutou por cima. Com 37 minutos foi a vez de Dossena aparecer para finalizar após pegar sobra de bola, mandando um chute cruzado que passou à esquerda da meta.

Envolvido pelo adversário e sem conseguir se desvencilhar do eficiente sistema defensivo napolitano, os donos da casa voltaram para o segundo tempo com o francês Jérémy Menez no lugar de Rodrigo Taddei. Mas era o Napoli quem seguia atacando: aos 2 minutos, "22" passou no capricho para o eslovaco Marek Hamsik, que antes de poder tentar alguma coisa foi derrubado por Juan: pênalti e cartão amarelo para o zagueiro brasileiro. Cavani efetuou a cobrança acertando as duas traves e estufando a rede no rebote: 1a0 Napoli e comemoração de Daniele De Rossi. Mas como assim "comemoração de Daniele De Rossi"? É que o capitão romano, ciente da regra de que o cobrador não pode pegar rebote de chute na trave, vibrou com o fato que anularia a jogada. Anularia, não fosse um detalhe: após tocar na trave direita, a bola foi até o poste esquerdo tendo atravessado discretamente a linha final, já caracterizando o gol antes que Cavani estufasse a rede. No momento do lance até pensei que a bola tivesse tocado em Júlio Sérgio - o que legitimaria o rebote do uruguaio - mas nem houve necessidade de nova finalização, pois a bola já havia entrado.

Talvez sob efeito da frustração, De Rossi deu uma rasteira em Cavani aos 8 minutos e foi corretamente punido com cartão amarelo. Aos 12 minutos, Simone Perrotta derrubou Walter Gargano e também foi amarelado pelo árbitro "". No minuto seguinte, Mazzarri trocou Dossena por Juan Zúñiga, em mexida muito interessante: naquele momento, saía um jogador com cartão amarelo para dar lugar a um atleta de velocidade, aumentando as chances de melhor explorar os contra-ataques pelo flanco esquerdo. Com 20 minutos, um sinal de que a alteração foi acertada: em jogada iniciada por Zúñiga pela esquerda, a bola terminou no fundo do gol romano. Mas foi detectado impedimento no momento do passe do colombiano, em nova marcação acertada da arbitragem em lance difícil.

Com 27 minutos, Marek Hamsik deu lugar para o argelino Hassan Yebda, na segunda substituição napolitana. A Roma, sem conseguir penetrar numa zaga altamente protegida pelos volantes Michele Pazienza e Walter Gargano, não tinha outro recurso que não fosse os remates de fora da área: aos 29 minutos, Menez chutou firme e De Sanctis espalmou no canto esquerdo. No minuto seguinte, resposta napolitana: após bola lançada do campo de defesa - como lançam bem os jogadores do Napoli! - Lavezzi recebeu, ajeitou, preparou o drible mas foi desarmado pelo goleiro Júlio Sérgio. Cavani chegou na sobra mas chutou para fora.

Na marca de 32 minutos, Ranieri promoveu uma dupla troca: saíram Simplício e Vucinic, entraram Leandro Greco e Totti. Perdendo o jogo dentro de casa, o treinador poderia tranqüilamente tirar Perrotta e manter Vucinic na equipe, mas seja lá por qual motivo for (se é que há algum), preferiu conservar a tática que tomava um nó do Napoli.

E o 2º gol "Azzurri" veio aos 37 minutos: após inversão de jogo que levou a bola com precisão para o flanco direito, Lavezzi ajeitou de cabeça para Paolo Cannavaro, que como se fosse um ponta direita efetuou cruzamento pra área, encontrando Cavani infiltrado entre 3 adversários. Mesmo se tratando de uma escorada com a canela, cravo aqui: golaço. Pela inversão, pela ajeitada, pelo cruzamento. E, como diria Dadá Maravilha, se "feio é não fazer o gol", então valeu a finalização oportunista do uruguaio.

Aos 39 minutos, Cavani deu lugar para Giuseppe Mascara (contratado na janela de janeiro junto ao Catania). Após 4 minutos dados como acréscimo, o apito final de Mauro Bergonzi colocou fim a um tabu de 17 anos (11.09.1993 era a data da última vitória do Napoli sobre a Roma no estádio Olímpico). E um dado estatístico chamou minha atenção: enquanto os romanos tiveram a posse de bola por 29 minutos e 18 segundos, os napolitanos mantiveram a redonda sob seus domínios por 22 minutos e 20 segundos. Quase 7 minutos de diferença, mas a impressão que deu é que o Napoli ficou mais com a bola do que o time da casa. Por isso, senhoras e senhores, não basta ter a bola no pé: é preciso saber o que fazer com ela. A objetividade e aplicação tática dos visitantes fizeram do 2a0 um placar justo e mostraram que nem só de estatísticas vive a análise futebolística.

Outros resultados

Sábado

Milan (1º) 4a0 (15º) Parma

Domingo

Palermo (7º) 2a4 (10º) Fiorentina
Cagliari (9º) 4a1 (11º) Chievo
Bari (20º) 0a0 (13º) Genoa
Brescia (18º) 0a2 (3º) Lazio
Catania (16º) 3a2 (17º) Lecce
Cesena (19º) 0a3 (5º) Udinese
Sampdoria (12º) 3a1 (14º) Bologna
Juventus (6º) 1a0 (4º) Internazionale

2 comentários:

  1. Incrível como o Napoli não sente pressão. Esse era aquele típico jogo compreensível que se perca pontos, e eles vão e vencem com autoridade.

    Cara, o Cavani não existe, não tem cabimento a temporada que ele tá fazendo. Se pegarmos o desempenho dos jogadores em todas as ligas grandes da Europa nesta temporada, no mínimo entre os 10 melhores ele tá, com Messi, C.Ronaldo, Berbatov, Moussa Sow, Kagawa, Ibrahimovic, Tevez.

    Creio que a Roma nos fará ver um ucraniano jogando quartas de final da Liga dos Campeões. Chuto um empate com gols no Olímpico e vitória do Shakhtar em Donetsk.


    Abraços!
    http://futebolaocuboita.blogspot.com/
    http://futebolaocubo.blogspot.com/

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  2. É, André... o Cavani está num nível de eficiência tamanho que a impressão que dá é que a qualquer momento o uruguaio poderá marcar um gol, independentemente de estar "bem ou mal" dentro de campo. O trio que ele forma com Hamsik e Lavezzi num é qualquer coisa.

    Quanto à Roma, trata-se de um time que jamais me convenceu. Concordo que a vaga nas quartas da Liga dos Campeões estará em risco, essa equipe do Shakhtar mostrou muita força atuando em solo ucraniano.

    Abraços.

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