No jogo que marcou a estréia de Ronaldinho Gaúcho nesse que é o seu retorno ao futebol brasileiro, o estádio Olímpico João Havelange recebeu um público de 42.108 presentes (37.042 pagantes para uma renda de R$1.081.000). Considerando a falta de ritmo de jogo ocasionada pelo seu desuso no Milan, a atuação do novo camisa 10 rubro-negro pode ser considerada satisfatória. Mas mais marcante foi a atuação da torcida flamenguista, que cantou bastante e montou um bonito mosaico com os dizeres "Bem-vindo R10". No final, o Flamengo acabou conseguindo a vitória por 1a0 com o gol sendo anotado aos 40 minutos do 2º tempo.
O jogo
A formação ofensiva do Nova Iguaçu demonstrava que o time era valente. Mas havia mais que valentia no "Laranja da Baixada". Para quem duvida dessa afirmação, cabe ver a beleza de contra-ataque armado pelo time aos 9 minutos de jogo: Mossoró recebeu ainda no campo de defesa um passe de Willian Barbio, avançou em alta velocidade até a proximidade da área adversária, abriu na esquerda com Willian Barbio e este completou a triangulação atravessando um passe para Alex Faria, que ficou cara-a-cara com Felipe e, por excesso de capricho, mandou a bola à esquerda da trave e desperdiçou a maior chance da partida.
Se o Flamengo era impulsionado pelas arquibancadas a atacar e o Nova Iguaçu dava esse cartão de visitas em contra-ataque de qualidade, a expectativa imediatamente formada era a de que seria um jogo lá e cá. Mas o que acabou se consolidando foi um domínio flamenguista. Somente no 1º tempo, as estatísticas contabilizaram 36 toques de Ronaldinho na bola. Houve finalização, toque de letra, lançamento. Mas as jogadas mais agudas da equipe da Gávea aconteciam pelo flanco direito, contando com as subidas de Leonardo Moura. A boa atuação do zagueiro Leonardo e também do goleiro Diogo Silva carregaram o empate até o intervalo de jogo.
No segundo tempo, o Flamengo seguia ditando o ritmo da partida. Aos 4 minutos, Ronaldinho e Deivid mostraram que estão bem distantes em suas velocidades de raciocínio: o camisa 10 acionou o atacante com uma enfiada de bola mas Deivid demorou a agir e não chegou nela, permitindo que Diogo Silva recolhesse. Inquieto à beira do campo, Vanderlei Luxemburgo decidiu tomar uma atitude que não fosse a de bater-boca com o quarto árbitro: aos 14 minutos, saíram Vander e Deivid para as entradas de Bottinelli e Wanderley. Na marca de 15 minutos (1 minuto após entrar em campo), o xará do treinador mostrou mais participação do que Deivid em todo o tempo que esteve em campo, dando um chute de fora da área que passou à esquerda.
Percebendo que o Flamengo controlava os acontecimentos, Josué Teixeira procurou uma alternativa trocando Alex Faria por Luan aos 24 minutos. 3 minutos depois, mexeu novamente: Mossoró por Dieguinho, deixando a equipe com ainda maior vocação ofensiva. Mas era o Flamengo que seguia dominando: ainda aos 27 minutos, Wanderley recuperou a bola no ataque, tocou na direita para Leonardo Moura, o camisa 2 cruzou, Ronaldinho deixou passar, Bottinelli chutou e Diogo Silva encaixou. Na marca de 35 minutos, quem levantou a bola da direita foi Willians: Ronaldinho ajeitou de cabeça, Léo Moura chutou e Diogo defendeu em dois tempos.
Com 37 minutos, os treinadores fizeram cada qual sua última substituição por direito. No Flamengo, o volante chileno Maldonado deu lugar ao lateral-esquerdo Egídio - Renato Abreu poderia atuar mais solto, sem compromissos com a marcação. No Nova Iguaçu, o lateral-direito Foca deu lugar ao atacante Lukian, numa espécie de "tudo ou nada" na busca pela vitória.
Aos 38 minutos, Bruno Cortês derrubou Léo Moura e recebeu cartão amarelo. Na cobrança da falta pela direita, Ronaldinho cruzou fechado, a bola passou pelo goleiro Diogo Silva mas também por Willians e David. Dava pinta de que o placar não seria alterado até o apito final, mas aos 40 minutos a ausência de um homem de marcação pelo lado direito da defesa do Nova Iguaçu acabou pesando: Thiago Neves recebeu pela esquerda, olhou pra área e soltou um cruzamento rasteiro com efeito prático de finalização. Diogo não segurou e Wanderley conferiu, mandando a bola pra rede e se mandando ele próprio para comemorar perto dos torcedores.
Por mais que tivesse muitos elementos de tendência ofensiva, o Nova Iguaçu não conseguiu ameaçar a vitória rubro-negra. A partida que terminaria aos 48 minutos poderia ter acabado antes para Renato Abreu, que deu um tapa em Marquinhos (jogador que chegou à histórica marca de 100 jogos com a camisa do Nova Iguaçu, número estampado em sua camisa) e deveria ter sido expulso.
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