Tá ficando chato eu vir aqui falar mal do treinador Massimiliano Allegri. Mas é necessário colocar em evidência que, se por um lado a equipe por ele dirigida é líder no Campeonato Italiano com o melhor ataque e a melhor defesa da competição, por outro o futebol apresentado pelo Milan está muito aquém do que se espera de um time que está na ponta da tabela de classificação. Jogando no estádio Giuseppe Meazza, o "rossonero" recebeu a Lazio e não saiu do zero a zero, resultado que conserva a equipe na liderança e performance que conserva a minha opinião sobre a capacidade desse treinador. A Lazio, atual 3ª colocada, deverá se contentar em disputar uma vaga na próxima Liga dos Campeões da Europa.
O jogo
Não é que não tenham havido chances de gols na etapa inicial, mas tão pouco era produzido por ambos os times que o principal momento de agitação antes do intervalo deu-se aos 13 minutos, em lance onde Cristian Ledesma e o holandês Urby Emanuelson (jogador recém-contratado pelo Milan, vindo do Ajax) se estranharam e iniciaram uma confusão generalizada.
Se o Milan pouco criava, aos 19 minutos o uruguaio Álvaro González deu uma mãozinha ao time da casa errando dois passes consecutivos no campo de defesa. Mas ambos os contra-ataques oferecidos à equipe de Milão foram desperdiçados. Aos 36 minutos, Massimo Oddo tentou algo como um cruzamento a partir do flanco direito e a bola acabou tomando o endereço do gol, obrigando o goleiro Fernando Muslera a saltar até perto do ângulo esquerdo para desviar em escanteio.
No intervalo, Allegri mexeu na defesa ao trocar Daniele Bonera por Nicola Legrottaglie, promovendo com isso a estréia do ex-zagueiro da Juventus. Mas Legrotagglie teria a infelicidade de nem poder ficar até o apito final: aos 36 minutos, o defensor levou uma joelhada em dividida de bola com o tcheco Libor Kozak e acabou com um corte na testa, precisando sair imobilizado na maca. Outro a sangrar dentro de campo foi o romeno Stefan Radu, com um corte pouco acima do olho. Mas o defensor da Lazio permaneceu em campo até o final, fazendo uso de uma proteção na cabeça.
Em termos de futebol propriamente dito, é bem verdade que o Milan retornou melhor do intervalo e teve chances de vencer a partida. As duas oportunidades mais incríveis passaram pelos pés do sueco Zlatan Ibrahimovic. Aos 5 minutos, o camisa 11 recebeu de Alexandre Pato no ataque, limpou a jogada diante de dois marcadores e, da meia-lua, chutou acertando tanto a trave direita quanto a esquerda, antes de a bola ser recolhida por Muslera. A outra aconteceu aos 23 minutos: em contra-ataque, Ibrahimovic tentava fazer jogada individual e a tentativa de desarme acabou chegando limpa até o brasileiro Robinho, que chutou cruzado da direita, a bola passou por Muslera mas não por Giuseppe Biava, que afastou praticamente em cima da linha final.
Para um time que pretendia a vitória, as mexidas de Allegri foram pra lá de tristes. Trocou Pato por Antonio Cassano (poderia tranqüilamente ter os dois juntos em campo, já que o brasileiro Thiago Silva, atuando como volante, dava ampla segurança a uma defesa raramente ameaçada pelos visitantes) e Legrottaglie pelo zagueiro grego Sokratis Papastathopoulos.
Nos acréscimos, mais precisamente aos 49 minutos, o zagueiro brasileiro André Dias agiu bem ao cortar cruzamento vindo da direita. Após a cobrança de escanteio aí originada, a bola sobrou para Ibra ter a chance derradeira, mas o atacante acabou chutando longe da meta. Apesar dos desperdícios de Ibrahimovic (que ficou cinco vezes em posição de impedimento ao longo da partida), responsabilizo mais o sistema de jogo proposto por Allegri do que a atuação do sueco para a consolidação do empate em 0a0.
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