domingo, 16 de dezembro de 2012

Napoli Não Faz "Dever De Casa" E É Surpreendido Pelo Bologna

O encerramento da 17ª rodada no Campeonato Italiano teve um resultado surpreendente. Jogando pera retomar a vice-liderança na Série A, o Napoli, invicto dentro de casa e com a insuperável campanha de 20 pontos ganhos em 24 disputados em seus domínios, recebeu o Bologna no estádio San Paolo. Bologna esse que havia vencido somente uma vez fora de casa. E eis que a equipe visitante saiu de Nápoles com uma vitória por 3a2, fazendo os comandados de Stefano Pioli saltarem para 18 pontos, na 13ª colocação, se distanciando da zona de descenso. Resultado que faz os napolitanos permanecerem na terceira posição na tabela de classificação, estacionados nos 33 pontos.

O jogo

Como era de se esperar, o Napoli tomou a iniciativa na partida, embora sem necessariamente estabelecer grande pressão na defesa oponente. Organizado, o Bologna mostrava qualidades na saída para o ataque e acabou chegando ao primeiro gol através de Gabbiadini, completando cruzamento de Cherubin por trás da defesa napolitana. Foi a primeira vez nessa edição de Série A que o Napoli viu seu adversário abrir o placar diante de si no San Paolo. Foi também a primeira vez que o Bologna saía na frente jogando como visitante.

Tentando chegar ao empate, os napolitanos esbarraram numa grande atuação de Agliardi, que realizava defesa difícil atrás de defesa difícil para manter a meta inviolável. Destaque para as intervenções em cobrança de falta de Cavani e em remate de Hamsik. Se Agliardi garantia lá atrás, o Bologna também mostrava competência lá na frente, marcando o segundo gol em cabeceio de Gilardino - mas a arbitragem cometeu o equívoco de acusar impedimento onde não havia, anulando o tento.

O placar de 0a1 persistiu até o apito de intervalo, e Walter Mazzarri voltou para o segundo tempo com uma alteração de ordem tática: menos um zagueiro (saiu Britos), mais um homem de meio-campo (entrou Pandev). E o Napoli logo mostrou melhorias, ganhando uma nova dinâmica ofensiva. O empate saiu aos quatro minutos, com Gamberini completando cruzamento de Insigne que Agliardi defendeu apenas parcialmente. Contundido, Gamberini precisou deixar o campo dezoito minutos mais tarde. Em seu lugar entrou outro defensor: Campagnaro.

Aos vinte e quatro (dois minutos após a "substituição forçada"), o Napoli chegou à virada: depois de tantas vezes parar na muralha Agliardi, Cavani tirou proveito de ótimo lançamento de Insigne para, com cabeceio certeiro, mandar pra rede. 12º gol do atacante uruguaio na competição. Melhor no jogo e com a vantagem no placar, o Napoli poderia muito bem partir para o ataque para tentar liquidar a fatura. Mas Walter Mazzarri parece pensar diferente, mantendo uma fidelidade comprometedora a uma filosofia defensivista. Dois minutos depois do gol, trocou Insigne (aparentando contusão) por mais um volante (o suíço Dzemaili, formando uma trinca de compatriotas à frente da última linha de defesa). Se Insigne, autor das duas assistências no jogo, tinha que sair, por que não colocar Eduardo Vargas? Perguntas que talvez jamais sejam respondidas...

Fato é que os deuses do futebol puniram essa postura retranqueira por parte do treinador napolitano. E puniram com uma elegância deslumbrante. Aos quarenta minutos do segundo tempo, Kone - que entrara nove minutos antes - acertou um voleio maravilhoso, no ângulo esquerdo, aproveitando cruzamento de Garics (outro que entrara na segunda etapa). E o "castigo" não parou por aí: aos quarenta e três minutos (o relógio marcava 88 redondos), a cobrança de falta de Diamanti encontrou Portanova, que fez a bola encontrar a rede. Por falar em "punição" e "castigo", Portanova estava fazendo sua estréia na temporada, pois cumprira pena de seis meses por envolvimento no recente escândalo de combinação de resultados em apostas esportivas. Voltou e ajudou a dar a segunda vitória do Bologna como visitante na Série A, a primeira derrota do Napoli no San Paolo. Aliás, esse foi o único jogo na rodada em que o visitante saiu vencedor. Só pode ser desígnio dos deuses. Resta saber se Mazzarri aprenderá a lição...

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