Foto: Reuters. |
Durante a partida, um confronto de gigantes. Se o desfalque de Yaya Touré pesava para os donos da casa (a equipe empatou nas três vezes em que o marfinense não atuou nessa temporada), há que se considerar o impacto positivo pelo retorno de Sergio Agüero, jogador com melhor relação gol/minuto na história da competição (o argentino só precisa de 108 minutos, de média, para deixar sua marca). Do lado visitante, novamente muitas lesões impediram a "formação ideal". Mas todos que entraram, deram conta. O jovem Coquelin, na incumbência de acompanhar feras como David Silva e Jesús Navas, saiu-se fenomenal. Atuação daquelas pra contagiar o grupo.
Mas, se é pra destacar atuações individualmente, vamos falar dos espanhóis do Arsenal. Primeiramente, o jovem Bellerín, que aos dezenove anos esbanjou maturidade numa partida de alta responsabilidade. Sua jovialidade residia na disposição e na fisionomia de garoto. De resto, foi um veterano. No flanco oposto, Monreal. Um monstro. Permitam-me o trocadilho: Monstreal. Obrigado. Qualquer adjetivo menor, seria subestimar o nível de atuação de alguém que ganhou praticamente todas as divididas que disputou. E que ainda sofreu o pênalti que originou o primeiro gol. Então, vamos falar do terceiro espanhol do Arsenal: Santi Cazorla. Abriu o placar cobrando a penalidade no canto esquerdo. Detalhe: nos outros cinco pênaltis que cobrou, converteu quatro (três no canto direito e um no centro) e perdeu o único que direcionou para a esquerda. Encarou as estatísticas e superou Hart. Mas o pênalti convertido foi mero detalhe perto da atuação sensacional do camisa dezenove. Dribles desconcertantes. Arrancadas alucinantes. Passes precisos. Desarmes incisivos. Um gigante. Gigante Cazorla.
Foi necessário tudo isso e algo mais para superar o qualificado time do City. Por exemplo, a boa atuação de Aaron Ramsey, tanto ofensiva quanto defensivamente. A eficiência de Giroud, que deixou sua marca e incomodou bastante com sua presença de área. A zaga com Koscielny e Mertesacker beirou o impecável. Sánchez, que costuma ser o destaque individual da equipe de Wenger, saiu-se bem como coadjuvante. Chamberlain também contribuiu, acelerando as jogadas pelas beiradas. Rosicky, que entrou no segundo tempo e trouxe consigo o gol de Giroud, distribuiu passes e lançamentos dignos de um futebol que se jogava décadas atrás e que deixa saudades até para quem não assistiu. Que elegância! Que capricho! Que visão de jogo do tcheco! Mais pro final, Gibbs e Flamini aumentaram a solidez do que já era sólido e garantiram os três pontos.
Se o Manchester City deve se desesperar com a derrota e a distância de cinco pontos para o Chelsea? Diria que não, em hipótese alguma. E digo isso tanto pela qualidade da equipe comandada por Pellegrini quanto pelo fato de, na próxima rodada, haver um confronto direto diante do líder.
Se é para o Arsenal traçar sonhos maiores na temporada? Matematicamente, diria que o título no Campeonato Inglês é uma realidade distante. Mas se essa atuação na cidade de Manchester virar um marco para daqui em diante, não se pode descartar nada com relação a esse time. Nada.
Bendito seja o futebol, que nos possibilita partidas como essa.