Passando um sufoco surpreendente, o Santos comemorou o apito final do árbitro Sálvio Spínola Fagundes Filho e festejou o 18º título estadual da história do clube. O Santo André foi valente, dominou as ações na segunda etapa e devolveu o placar de 3a2 do jogo de ida: mas a melhor campanha santista na primeira fase da competição lhe deu o direito de jogar com a vantagem da repetição dos resultados.
Os 5 gols da partida saíram ainda no primeiro tempo: Nunes abriu o placar para o Ramalhão ainda no primeiro minuto de jogo; o Santos empatou aos 8', em belo gol de Neymar; Alê recolocou o Santo André na frente aos 19'; Neymar empatou novamente aos 32 minutos; e Branquinho, aos 43', fez o que seria o último gol do jogo. Vale dizer que na marca de 16 minutos, o Santo André teve um gol erradamente anulado pela auxiliar Maria Eliza Correia Barbosa, que viu impedimento onde não existia.
Além dos 5 gols e dos erros de arbitragem, confusões, expulsões e substituições estranhas também marcaram a final realizada no Pacaembu. 3 santistas e 1 andreense receberam cartão vermelho, com direito a troca de ameaças entre Nunes e Léo, os dois primeiros a serem convidados a se retirar pelo árbitro Sálvio Spínola. Na segunda etapa, a pressão do Santo André em busca do que seria o gol que lhe colocaria em vantagem foi enorme. Sérgio Soares, técnico do Santo André, trocou o meia Branquinho - que fazia grande partida, ligando diversos contra-ataques - pelo atacante Rodrigão, numa alteração difícil de se entender. Porém, isso não foi nada perto das mexidas realizadas pelo treinador que estava do outro lado: Dorival Júnior cometeu a proeza indesejável de deixar o Santos absolutamente recuado e incapaz de contra-atacar o adversário. E não foi apenas devido às expulsões: Dorival trocou Robinho por André, talvez esperando que o atacante voltasse a decidir o jogo, o que ocorrera no primeiro jogo da final. Com 30 minutos, tirou Neymar de campo para colocar o volante Roberto Brum. Brum não durou muito tempo no gramado, tendo sido expulso de jogo após carrinho por trás, aos 37'. Dorival ainda tentou tirar de campo o meia Paulo Henrique Ganso, mas o atleta recusou-se a deixar as quatro linhas (postura que, depois do apito final, foi elogiada pelo treinador). Acabou sobrando pro atacante André, que deu lugar a Bruno Aguiar.
Os minutos finais foram de alta dramaticidade, com ápice tendo se dado aos 45 minutos: a equipe do Santo André foi a linha de fundo pelo lado direito e Rodriguinho completou cruzamento com a bola caprichosamente acertando a trave de Felipe. Passados os 4 minutos de acréscimos, o Santos pôde, enfim, comemorar o final feliz para seus torcedores.
O título coroou a equipe de melhor campanha na competição, mas ficou bastante claro que, nessa decisão, o Santo André apresentou-se como um adversário à altura, que causou grandes dificuldades e ficou bastante perto de conquistar o caneco. O próprio Dorival Júnior reconheceu isso após o apito final: "eles são tão campeões quanto nós".
Parabéns, Santos Futebol Clube, pelo título e pela boa performance na maioria dos jogos disputados. Parabéns, Santo André, pela campanha honrosa e pela grande partida que fez nessa final: o Ramalhão parecia mais com o Santos do que o próprio alvinegro praiano.
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