Após uma greve criada pela Associação dos Jogadores Italianos (AIC), o Calcio teve seu início adiado, com todos os jogos da primeira rodada sendo transferidos. Então, pela segunda rodada da Série A, Cesena e Napoli fizeram sua estréia na liga nacional no país tetracampeão mundial. E quem levou a melhor foi o time visitante, que confirmou o favoritismo (jamais havia perdido para o Cesena) e venceu a partida por 3a1 no estádio Dino Manuzzi.
O jogo (confira como foi a transmissão da partida em tempo real)
Não bastasse o campeonato começar com atraso, parece que a defesa do Cesena demorou ainda mais para "entrar em campo". Com menos de três minutos, um vacilo generalizado do sistema defensivo da equipe da casa permitiu que o atacante argentino Ezequiel Iván Lavezzi chegasse livre na bola e concluísse com tranqüilidade para abrir o placar no gramado sintético da cidade de Cesena, situada a 330 quilômetros da capital, Roma. Méritos no lance para o também argentino Hugo Armando Campagnaro, que cobrou o arremesso lateral rapidamente e permitiu que seu compatriota tivesse liberdade para a finalização (contando também com o descuido da defesa que não acompanhou o atacante de perto).
Em vantagem no placar, o Napoli apostava em contra-ataques para buscar o segundo gol: a equipe se defendia de maneira compacta e saía para o campo ofensivo em alta velocidade, fazendo uso dos flancos do campo. Aos vinte minutos, um lançamento da esquerda fez a bola chegar até Christian Maggio, que pegou de primeira e mandou muito perto da trave direita, quase ampliando a diferença.
O time da casa focava suas jogadas no elemento mais habilidoso do plantel: o meia romeno Adrian Mutu, ex-Fiorentina, que o que tem de polêmico tem também de bom jogador. Aos vinte e três minutos, Mutu carregou a bola no campo de ataque, abriu na direita com o brasileiro Éder Citadin Martins (ex-Brescia) e de lá veio o cruzamento rasteiro, encontrando Roberto Guana, jogador trazido do Chievo. Guana antecipou-se a Paolo Cannavaro e mandou pra rede, numa jogada inteiramente de atletas recém-contratados pelo time comandado por Marco Giampaolo.
Carente de jogadas de ataque, a partida contava com mais entradas ríspidas do que com chances de gol. Mas entra carrinhos, faltas e cartões, houve também uma grande oportunidade de bola na rede: aos trinta e cinco minutos, Lavezzi carregou a bola em lance individual, fez a tabela e ficou na cara do goleiro Nicola Ravaglia, mas a finalização de primeira, no contrapé do arqueiro, acabou indo caprichosamente para fora, passando perto do poste direito. O Cesena também poderia ter ido ao vestiário em vantagem: aos quarenta e quatro, Antonio Candreva ficou de frente com o goleiro Morgan De Sanctis e chutou firme, parando em bela intervenção do arqueiro napolitano. Na seqüência, Mutu teve chute travado na marcação de Cannavaro.
O Napoli até voltou para o segundo tempo apresentando maior volume de jogo, mas as coisas só foram ficar definitivamente mais tranqüilas para os comandados de Walter Mazzarri quando o árbitro Mauro Bergonzi aplicou o segundo cartão amarelo ao tunisiano naturalizado francês Yohan Benalouane, expulsando-o aos dez minutos, pouco depois de exibí-lo o primeiro amarelo. Três minutos mais tarde, Cannavaro deu um carrinho acima da linha da bola e atingiu Candreva, em lance onde alguns árbitros não pensariam duas vezes para expulsar o infrator - Bergonzi optou pelo cartão amarelo, da cor da camisa napolitana.
Com a entrada do meia eslovaco Marek Hamsik no lugar do argentino Mario Alberto Santana e, mais tarde, com a troca de Salvatore Aronica pelo meia macedônio Goran Pandev, o Napoli passou a tomar conta das ações e a, efetivamente, tirar proveito da vantagem numérica. Aliás, tamanha passou a ser a superioridade napolitana que parecia que o crédito fosse maior do que somente um jogador. E, aos vinte e um minutos, aconteceu o desempate. Após escanteio pelo lado direito cobrado curto para trás, Hamsik cruzou baixo, a bola atravessou a área e chegou em Hugo Campagnaro, que estufou a rede do Cesena. 2a1 Napoli.
Hamsik entrou muito bem no jogo: aos vinte e cinco, o eslovaco recebeu de Lavezzi, chutou firme e Ravaglia espalmou para evitar o que seria o terceiro. O atacante uruguaio Edinson Roberto Cavani Gómez - o qual estou citando pela primeira vez nesse texto - era figura sumida em campo. Faltava ser acionado. Hamsik encontrou o camisa sete, que não deixou sua marca porque Ravaglia voltou a intervir.
Para não dizer que o Napoli não levou sustos e/ou que o Cesena não mais oferecia perigo, aos trinta e sete minutos houve um desarme providencial de Campagnaro, no interior da área, impedindo o progresso do uruguaio Jorge Andrés Martínez Barrios (que entrara no lugar de Marco Parolo).
Mas logo o Napoli retomou as ações ofensivas. Aos trinta e nove minutos, Pandev tinha o gol escancarado alguns metros à frente e conseguiu a proeza de chutar a bola no travessão - missão que naquele contexto se apresentava mais difícil do que simplesmente estuar a rede. Mais dois minutos passados e veio o gol que selou a vitória: Maggio cruzou da direita, o suíço Steve von Berger cortou e Hamsik emendou, de primeira, bonito chute com a perna esquerda. 3a1 Napoli, que voltou a fazer a festa no estádio Dino Manuzzi (na temporada passada, a equipe napolitana voltou de Cesena com um 4a1 na bagagem).
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