Naquele que é considerado por muitos como o maior clássico da capital inglesa, Arsenal e Chelsea jogaram no Emirates Stadium pela segunda rodada na Premiership. E o que se viu foi um amplo domínio dos visitantes, com os comandados de Thomas Tuchel conseguindo ter a iniciativa das ações durante praticamente a totalidade na partida. Partida essa que começou com algum equilíbrio, mas que aos poucos foi explicitando a superioridade dos Azuis conforme os espaços no último terço de campo iam aparecendo.
Se tivesse que apontar um único destaque no jogo que terminou com o placar de dois a zero, seria o técnico alemão Thomas Tuchel. Ele conseguiu montar uma equipe com grande qualidade na posse de bola e com incrível aptidão em avançar de forma segura e objetiva. Mesmo com o Arsenal sendo altamente aplicado na marcação, foi dificílimo para os comandados de Mikel Arteta evitar lances perigosos do adversário. E, quando tais lances envolviam o ala direito Reece James e o atacante Romelu Lukaku, o perigo era ainda maior.
Foi exatamente em jogada de James servindo Lukaku que o Chelsea abriu a contagem, aos catorze. O atacante belga, de volta ao clube, marcou seu primeiro gol defendendo a instituição logo na reestreia, empurrando a bola para dentro após assistência de James.
Após receber de James, Lukaku completa para a rede e abre o placar em Londres, marcando seu primeiro gol a camisa do Chelsea logo em sua reestreia. Imagem extraída de PlugTimes. |
Se em sua primeira passagem pelos Blues, dez anos atrás, Lukaku era
reserva de Fernando Torres e Didier Drogba, hoje o centroavante belga se coloca como a
incontestável principal peça de todo o setor ofensivo do time.
Vinte minutos após balançar a rede, Lukaku deixou a bola com Mason Mount e o meio-campista abriu de forma certeira para James, que finalizou com categoria para tirar do goleiro Leno. Dois a zero.
E se o Arsenal não tomou uma goleada dentro de casa, deve agradecer exatamente a Leno: no segundo tempo, o alemão foi espetacular em sua intervenção para evitar que o cabeceio forte e frontal de Lukaku estufasse a rede, com a bola sendo desviada ao travessão.
O Chelsea mostrou virtudes o bastante para se credenciar ao título inglês e ao título do que quer que esteja disputando nessa temporada. Já com relação ao Arsenal, a boa notícia é que se trata de uma equipe jovem, com alguns jogadores mostrando grande talento e dando a entender que é um time com muito a evoluir. Acontece que, para o torcedor mais fanático, esse "time com muito a evoluir" dificilmente vá atender seus anseios de curto-prazo. Mas quer saber? Cada torcedor que pediu a saída do mestre Arsène Wenger não deveria ter o direito de reclamar de nada. Apenas aceitar. Aquele time brilhante, que dava gosto de ver jogar, simplesmente não existe mais. E o trabalho fantástico de Wenger, que recrutou talentos, lapidou joias, impôs uma filosofia de jogo encantadora, ao invés de ser eternamente reverenciado, acabou sendo esmagado por críticas em torno da "falta de títulos". Ironicamente, hoje, não há da parte do Arsenal nem disputa por troféus nem tampouco bom futebol. E, surpreendendo um total de zero pessoa, aqueles mesmos que pediam a saída de Wenger, anseiam pela demissão de Arteta.