domingo, 22 de agosto de 2021

Chelsea Domina O Arsenal E Vence Clássico Londrino

Naquele que é considerado por muitos como o maior clássico da capital inglesa, Arsenal e Chelsea jogaram no Emirates Stadium pela segunda rodada na Premiership. E o que se viu foi um amplo domínio dos visitantes, com os comandados de Thomas Tuchel conseguindo ter a iniciativa das ações durante praticamente a totalidade na partida. Partida essa que começou com algum equilíbrio, mas que aos poucos foi explicitando a superioridade dos Azuis conforme os espaços no último terço de campo iam aparecendo.

Se tivesse que apontar um único destaque no jogo que terminou com o placar de dois a zero, seria o técnico alemão Thomas Tuchel. Ele conseguiu montar uma equipe com grande qualidade na posse de bola e com incrível aptidão em avançar de forma segura e objetiva. Mesmo com o Arsenal sendo altamente aplicado na marcação, foi dificílimo para os comandados de Mikel Arteta evitar lances perigosos do adversário. E, quando tais lances envolviam o ala direito Reece James e o atacante Romelu Lukaku, o perigo era ainda maior.

Foi exatamente em jogada de James servindo Lukaku que o Chelsea abriu a contagem, aos catorze. O atacante belga, de volta ao clube, marcou seu primeiro gol defendendo a instituição logo na reestreia, empurrando a bola para dentro após assistência de James.

Após receber de James, Lukaku completa para a rede e abre o placar em Londres, marcando seu primeiro gol a camisa do Chelsea logo em sua reestreia. Imagem extraída de PlugTimes.

Se em sua primeira passagem pelos Blues, dez anos atrás, Lukaku era reserva de Fernando Torres e Didier Drogba, hoje o centroavante belga se coloca como a incontestável principal peça de todo o setor ofensivo do time.

Vinte minutos após balançar a rede, Lukaku deixou a bola com Mason Mount e o meio-campista abriu de forma certeira para James, que finalizou com categoria para tirar do goleiro Leno. Dois a zero.

E se o Arsenal não tomou uma goleada dentro de casa, deve agradecer exatamente a Leno: no segundo tempo, o alemão foi espetacular em sua intervenção para evitar que o cabeceio forte e frontal de Lukaku estufasse a rede, com a bola sendo desviada ao travessão.

O Chelsea mostrou virtudes o bastante para se credenciar ao título inglês e ao título do que quer que esteja disputando nessa temporada. Já com relação ao Arsenal, a boa notícia é que se trata de uma equipe jovem, com alguns jogadores mostrando grande talento e dando a entender que é um time com muito a evoluir. Acontece que, para o torcedor mais fanático, esse "time com muito a evoluir" dificilmente vá atender seus anseios de curto-prazo. Mas quer saber? Cada torcedor que pediu a saída do mestre Arsène Wenger não deveria ter o direito de reclamar de nada. Apenas aceitar. Aquele time brilhante, que dava gosto de ver jogar, simplesmente não existe mais. E o trabalho fantástico de Wenger, que recrutou talentos, lapidou joias, impôs uma filosofia de jogo encantadora, ao invés de ser eternamente reverenciado, acabou sendo esmagado por críticas em torno da "falta de títulos". Ironicamente, hoje, não há da parte do Arsenal nem disputa por troféus nem tampouco bom futebol. E, surpreendendo um total de zero pessoa, aqueles mesmos que pediam a saída de Wenger, anseiam pela demissão de Arteta.

domingo, 15 de agosto de 2021

Son Decide E Tottenham Carimba A Faixa Do Atual Campeão Na Estreia

Mal começou e o Campeonato Inglês já vem proporcionando partidas interessantíssimas. Depois da goleada do Manchester United sobre o Leeds United na data de ontem, hoje foi a vez de um jogão de bola entre Tottenham Hotspur e Manchester City, também pela primeira rodada. 

Mesmo com o estádio do Tottenham lotado, o City de Josep Guardiola fez aquilo que melhor sabe fazer: impôs seu jogo. Frequentando o campo de ataque, rodando a bola e acionando seus jogadores mais criativos, a equipe chegou perto de abrir a contagem. Entre as principais chances perdidas, destaque para uma com João Cancelo e outra com Riyad Mahrez. Houve também um quase-gol de Fernandinho, que se antecipou a Hugo Lloris mas cabeceou para fora.

Nuno Espírito Santo, que vinha de uma boa passagem como técnico do Wolverhampton Wanderers fazia sua estreia no Spurs. E, após passados os sustos nos quinze ou vinte minutos iniciais, sua equipe equilibrou as ações e passou a conseguir ter um respiro ao aumentar o tempo de posse de bola e afastar a redonda da sua própria área.

Se o Tottenham "sobreviveu" ao primeiro tempo, depois do intervalo a equipe passou a efetivamente jogar futebol. E o prêmio veio aos nove minutos: em contra-ataque digno de tutorial, Lucas Moura rapidamente deu uma puxada acionando Steven Bergwijn e o holandês arrancou em velocidade, passando na direita para o sul-coreano Son Heung-Min. E o que o camisa sete fez na sequência do lance foi das coisas mais bonitas da partida: ele encarou a marcação de Nathan Aké, trouxe para a perna esquerda e descolou chute preciso, rasteiro, cruzado, mandando no canto direito de um Ederson que se limitou a acompanhar a trajetória da bola desde os pés de Son até a rede.

Tottenham comemora o gol de Son, que pede calma: sul-coreano jogou muita bola. Imagem extraída de Agencia Peruana de Noticias.

 

Com a marcação encaixada e o contra-ataque funcionando, o Tottenham quase ampliou em novo lance envolvendo Lucas, Bergwijn e Son, só que dessa vez a finalização coube a Bergwijn, que mandou à direita da meta.

Guardiola precisava encontrar alternativas, e uma que melhorou sensivelmente a equipe foi a entrada de Gabriel Jesus no lugar de Raheem Sterling. Talvez naquela que foi a melhor participação de Jesus no jogo, o brasileiro passou na medida para o estreante Jack Grealish chutar firme, parando em defesa de Lloris. Grealish imediatamente se desculpou com os companheiros que fechavam no meio da área e agradeceu o companheiro pelo passe.

Mais tarde, com a entrada de Kevin De Bruyne, o City ficou ainda mais intenso no último terço de campo. O próprio belga protagonizou ótima oportunidade, quando chutou de fora e viu Lloris tirar com os punhos cerrados ao saltar para o canto esquerdo.

No final, manteve-se o um a zero para sacramentar a vitória dos donos da casa, que aparentemente terão com Nuno Espírito Santo uma nova alma, exorcizando o legado defensivista deixado pelo também português José Mourinho. Bom para o Tottenham. Melhor ainda para o futebol.

sábado, 14 de agosto de 2021

Manchester Goleia O Leeds United Com Atuações Gigantes De Bruno Fernandes E Paul Pogba

A Premiership (vulgo Campeonato Inglês) está de volta. E voltou com força total, no embalo de uma atuação formidável do Manchester United diante do Leeds United, no tradicional Clássico das Rosas - que marca a rivalidade entre duas cidades que ficam a menos de trinta quilômetros de distância uma da outra.

Infelizmente, o estádio Old Trafford estava praticamente lotado de torcedores desmascarados. É a evidência máxima do quanto a humanidade não está sabendo/querendo enfrentar a pandemia de SARS-CoV-2. Um ambiente como esse se torna uma potencial fábrica de novas variantes, mostrando que a saúde pública está sendo solenemente subjugada pela indústria do entretenimento. Lembrando que dois atletas do time da casa sequer foram relacionados por estarem em tratamento contra a COVID-19. Um contrassenso total a aglomeração, sobretudo quando é plenamente desnecessária.

No primeiro tempo, o escocês Scott McTominay e o português Bruno Fernandes se destacaram no setor de meio campo, conseguindo protagonizar boa parte das principais aproximações ao gol. E foi numa jogada envolvendo os dois que o Manchester conseguiu abrir a contagem aos vinte e nove minutos: McTominay passou para Paul Pogba e o francês agiu rápido e de forma inteligente para, com um único toque na bola, deixar Bruno Fernandes em ótima condição. O lusitano chutou, o goleiro Illan Meslier ainda conseguiu tocar com a perna direita, mas não evitou que a bola entrasse.

Veio o segundo tempo e com ele uma chuva de gols. Logo aos dois, Luke Ayling recebeu de Stuart Dallas e acertou chute espetacular, cruzado, estufando a rede no canto direito sem dar qualquer possibilidade de defesa para David De Gea. Golaço para empatar a partida.

Só que mal houve tempo para a equipe visitante celebrar a retomada da igualdade no placar. Aos seis minutos, Mason Greenwood desempatou; e aos oito, Bruno Fernandes ampliou. O que os gols tiveram em comum? Ambos saíram após assistências de Pogba.

O Leeds, que tinha dificuldades de impôr seu jogo, ficou absolutamente desnorteado. Coube ao Manchester aproveitar a situação e manter a intensidade no campo ofensivo. Aos catorze, Victor Lindelöf acionou Bruno Fernandes e o camisa dezoito anotou seu terceiro gol no jogo - o quarto do United.

Em condições normais numa partida de futebol, geralmente um cara que atua com protagonismo e marca três gols no mesmo jogo é naturalmente apontado como o melhor jogador em campo. Só que não nesse catorze de agosto de dois mil e vinte e um. Havia um atleta atuando de forma sobrenatural: aos vinte e três, Pogba recebeu pela esquerda e, com um passe preciso, serviu o brasileiro Fred, que concluiu de primeira para marcar o quinto gol do Manchester United em Old Trafford. Era simplesmente a quarta assistência do francês na partida. Sabe lá o que é isso? É, em sessenta e sete minutos de jogo, um número de assistências maior do que todas as que ele realizou nas duas últimas edições da Premier League.

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Bruno Fernandes, autor de três gols, aponta para Paul Pogba, que deu quatro assistências no jogo. Imagem extraída de ManUtdTimes.


Daí para o final, foi basicamente um ritmo de festa. Ole Gunnar Solskjaer promoveu a estreia de Jadon Sancho, a torcida ovacionou Pogba quando deixou o campo, houve tempo para gritar "olé" durante algumas trocas de passe e uma verdadeira euforia nas arquibancadas desmascaradas. Fica uma expectativa alta para o que possa vir a ser a temporada do United, notadamente pela recente contratação de Raphaël Varane, que deverá fortalecer ainda mais o sistema defensivo. Isso sem falar em jogadores ausentes por motivos diferentes mas que adicionam bastante qualidade ao time, como Alex Telles, Marcus Rashford e Edinson Cavani.

Quanto ao Leeds de Marcelo Bielsa, certamente é uma equipe que tem muito mais a oferecer. Kalvin Phillips, poupado após jogar intensamente a última temporada - que foi esticada na campanha vice-campeã inglesa na Eurocopa - é um cara que sobe o nível de competitividade do time quando está em campo. Raphinha, finalmente convocado por Tite para a seleção brasileira, não esteve nos seus melhores dias e também tende a evoluir. E se por um lado o plantel perdeu o macedônio Ezgjan Alioski (negociado com o Al-Ahli, da Arábia Saudita), por outro, o recém-contratado Héctor Junior Firpo Adames, nascido há vinte e quatro anos na República Dominicana e naturalizado espanhol, mostrou qualidade depois que foi colocado no gramado. Nas mãos do mestre Bielsa, tem tudo para se tornar um jogador bastante interessante.