A população espanhola está se acostumando a comemorar títulos. Com a seleção, vibraram com a conquista da Eurocopa em 2008, na Áustria, e com a do Mundial nesse ano, na África do Sul. Com o Barcelona a festa foi completa em 2009, já que os comandados de Josep Guardiola faturaram simplesmente tudo o que disputaram, arrebatando 6 canecos (incluindo o do Mundial de Clubes). E eis que hoje, o Atlético de Madrid, atual campeão da Liga Europa, faturou a Supercopa Européia ao vencer a atual campeã da Liga dos Campeões, a Internazionale de Milão, por 2a0, para delírio dos espanhóis que compareceram ao estádio Louis II, em Mônaco.
O jogo
As equipes foram a campo muito semelhantes com suas respectivas formações apresentadas na temporada passada (com as quais faturaram os títulos que as colocaram nessa disputa de Supercopa). A maior mudança estava no comando técnico: o português José Mourinho não mais está na Inter, tendo assinado com o Real Madrid - o espanhol Rafael Benítez, ex-Liverpool, assumiu o posto de treinador nerazzurri. Vale mencionar que haviam 12 jogadores presentes na Copa do Mundo 2010 desfilando seus talentos pelo gramado (Júlio César, Maicon, Lúcio, Walter Samuel, Dejan Stankovic, Wesley Sneijder, Samuel Eto'o, Diego Milito; Diego Godín, Simão Sabrosa, Sérgio Agüero e Diego Forlán).
E foi a equipe milanesa que começou mais incisiva, tendo conseguido 3 arremates ao gol em menos de 4 minutos de partida. Mas a principal chance do início do jogo seria atleticana: aos 5', Simão Sabrosa desceu pela esquerda e colocou na área. Sérgio Agüero se direcionou para completar ao gol mas foi derrubado por Christian Chivu, em penalidade ignorada pelo suíço Massimo Busacca, que não estava longe do lance.
As outras chegadas de destaque na primeira etapa aconteceram em jogada individual de Samuel Eto'o (finalização para fora), em chute de média distância de Paulo Assunção (que desviou e saiu à direita) e em cabeceio de Walter Samuel, que apareceu livre após cobrança de escanteio de Wesley Sneijder mas acabou mandando por cima do travessão.
O 0a0 do primeiro tempo não persistiria na segunda etapa. José Antonio Reyes, aos 14', quase tirou o zero do placar: avançou com a bola dominada e chutou cruzado, obrigando Júlio César a mostrar porque foi eleito o melhor goleiro da Liga dos Campeões na última temporada. 3 minutos depois, não teve jeito: Reyes tabelou com Agüero, se livrou de Maicon e chutou firme, rasteiro, estufando a rede de Júlio César.
Os treinadores, então, resolveram mexer em seus times. Primeiro, Rafa Benítez trocou Stankovic por Goran Pandev, aos 22 minutos. No minuto seguinte, Quique Sánchez Flores tirou o autor do gol (que saiu aplaudido) para a entrada do jovem Francisco Mérida, jóia lapidada por ninguém menos que Arsène Wenger.
Sem ver grande transformação com a substituição promovida, Benítez tentou mudar as coisas trocando Sneijder por Philippe Coutinho, aos 33', em alteração muito pouco ousada para o que o contexto propunha. Aos 36', Quique Flores também realizou a segunda troca: saiu Diego Forlán (que aparentava estar subindo de produção justamente naquele momento do jogo, tendo dado dois chutes que pararam em defesa de Júlio César) e entrou José Manuel Jurado. E, no lance seguinte, brilhou a estrela de Agüero: Simão desceu pela esquerda e centrou com cruzamento rasteiro, encontrando o argentino soltinho para completar e marcar o segundo.
Com 42 minutos, a Internazionale teve a chance de entrar novamente no jogo quando Raúl Garcia cometeu pênalti em Pandev. Milito foi pra cobrança mas David De Gea, de 19 anos, saltou para defender e conservar a vantagem de dois gols. Se o arqueiro espanhol correspondeu para garantir o resultado, não devemos ignorar a atuação do zagueiro colombiano Luis Perea, de 31 anos, um gigante na marcação, aliando velocidade com precisão no desarme e no tempo de bola.
O apito final selou o primeiro título de Supercopa Européia na história do alvirrubro da capital espanhola, evitando que a Internazionale conquistasse outro título seguido (faturou a Tríplice Coroa na temporada passada), num troféu que também lhe seria inédito.
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