Já o time dirigido por Bortolo Mutti - que muito reclamou da arbitragem de Andrea de Marco na partida no San Paolo - ocupa a décima quinta colocação, com quarenta e dois pontos. Sem qualquer possibilidade de disputar uma competição européia na próxima temporada, a equipe encerrará sua participação para manter-se na Série A: e já pode escapar nessa quarta-feira, bastando que a líder Juventus não perca a invencibilidade para o Lecce, décimo oitavo com trinta e cinco.
O Napoli tem como próximos compromissos o Bologna (fora) e o Siena (para enlouquecer sua fanática torcida no estádio San Paolo) - isso sem falar na final da Copa da Itália, diante da Juventus, podendo fechar a temporada erguendo um troféu. O Palermo, por sua vez, receberá o Chievo no Renzo Barbera e terminará sua participação na liga nacional visitando o Genoa - que poderá estar jogando a permanência ou cumprindo tabela. Cumprindo tabela sabe Deus em que situação...
O jogo
Escalado com Marek Hamsik, Goran Pandev e Edinson Cavani, o Napoli apostava nesse trio para criar dificuldades à defesa visitante. Uma boa chance aconteceu aos quatro minutos, quando o meia macedônio Pandev carregou a bola e teve a redonda "roubada" pelo companheiro suíço Gokhan Inler, que chegou chutando e carimbou a quina do travessão, quase marcando um golaço no ângulo esquerdo. O Palermo respondeu no minuto seguinte e só não abriu o placar porque o goleiro Morgan de Sanctis não permitiu: primeiro, o arqueiro rebateu finalização do esloveno Josip Ilicic e, na seqüência do lance, foi espetacular ao espalmar no canto esquerdo um cabeceio do uruguaio Abel Hernández.
O Palermo dava sinais de força e ensaiava novas aproximações ao gol, postado em campo de forma a dificultar as investidas do time da casa. Mas, aos catorze minutos, surgiu lance polêmico: após bola cruzada da esquerda por Pandev, o defensor sérvio Milan Milanovic cortou com o braço. O árbitro Andrea de Marco assinalou a penalidade máxima e viu Milanovic protestar: mostrando a coxa direita para o senhor do apito, o jogador do Palermo acusava que a bola batera primeiro naquela parte do corpo e somente depois no braço, o que o isentava de qualquer intenção de cometer o pênalti. Particularmente, penso que o jogador realmente não fez o corte com o braço de maneira proposital. E aí, como fica? O atacante uruguaio Cavani encarregou-se da cobrança e mandou no canto direito, superando o goleiro Emiliano Viviano, que acertou o canto. Mostrando respeito pelo ex-clube, Cavani, jogador muito vibrante, comemorou discretamente seu 23º gol marcado nessa edição de Campeonato Italiano.
Edinson Cavani no momento da cobrança de pênalti que abriu o placar no estádio San Paolo: atacante uruguaio, ex-jogador do Palermo, chegou aos vinte e três gols no Campeonato Italiano 2011-2.
O jogo seguia equilibrado e, para desespero de Mutti, Andrea de Marco ignorou a entrada de carrinho de Paolo Cannavaro em Ilicic, dentro da área, e mandou o jogo seguir. Cannavaro acertou a bola, é verdade, mas a entrada com as duas pernas derrubou o adversário e derrubaria qualquer objeto não fincado no gramado tamanha a força utilizada no lance. E aí, como fica? Mais tarde, aos trinta e quatro minutos, Pandev fez jogada maravilhosa ao acionar Hamsik com um passe magistral, que imediatamente me fez lembrar Zinedine Zidane. O camisa dezessete ficou de cara pro gol e não desperdiçou, concluindo lindamente o mais belo lance de toda a partida: 2a0 Napoli, para alegria da festiva arquibancada.
No segundo tempo, o Napoli passou a dedicar mais tempo àquilo que mais gosta de fazer: contra-atacar em velocidade. O jogo ficou dessa forma porque o Palermo se aventurava ao ataque na busca pelos gols, dando espaços em sua retaguarda. E quem ligou um dos melhores conta-ataques napolitanos foi Pandev: com um lançamento primoroso, o camisa vinte e nove serviu Cavani, o uruguaio avançou, mas seu remate saiu torto, passando à direita, para lamento do goleador. Aos trinta minutos, a substituição promovida por Mazzarri possibilitou duas coisas: o retorno do argentino Ezequiel Lavezzi (que esteve contundido) e a maior ovação do dia, dada para o grande nome do jogo, Goran Pandev, que foi aplaudido de pé pela massa quando subiu a placa com o seu número.
No final, o Palermo teve um gol de Hernández anulado sob alegação de impedimento. E dessa vez Mutti não tinha do que reclamar, porque efetivamente o uruguaio estava adiantado no momento do passe. Pois é, de vez em quando a arbitragem acerta...
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