Em janeiro do ano passado, uma arrastada novela em torno da transferência de Ronaldinho Gaúcho teve fim com o "sim" do craque para a proposta do Flamengo, rejeitando inclusive um retorno ao Grêmio, clube que o revelou (veja mais sobre o caso, abordado aqui no blógui).
Dezesseis meses se passaram e a relação entre o jogador e a instituição oscilou em proporção semelhante ao nível das atuações do atleta. Longe do brilhantismo que os mais otimistas esperavam e da mediocridade que os mais parciais acusam, as performances de Ronaldinho Gaúcho foram, de um modo geral, razoáveis. Para um time bem arrumado e com bom rendimento, atuações razoáveis podem render facilmente um lugar no banco de reservas. Mas para uma equipe sem padrão de jogo, ineficiente e escassa de jogadores talentosos, atuar razoavelmente é o bastante para manter um lugar cativo entre os titulares.
Acostumado a jogar os noventa minutos, pode-se dizer que o camisa 10 honrou seus compromissos muito além do que o clube fazia por merecer: a dívida do Flamengo para com Ronaldinho está estimada em cerca de quarenta milhões de reais. Não obstante a questão financeira, Ronaldinho vinha atravessando momento adverso em outros campos mais importantes, como a saúde de sua mãe e a imagem dele próprio, que vinha rotineiramente sendo massacrada por veículos de comunicação, que o elegeram como bode expiatório de todas as mazelas do clube.
Do anúncio da contratação de Ronaldinho até o dia de hoje, data de sua despedida, algumas coisas mudaram no Flamengo, incluindo elementos no elenco de jogadores, da comissão técnica e do departamento de futebol. Nesse período, Ronaldinho atuou em 70 partidas, anotando 28 gols e 19 assistências, sendo decisivo no título estadual do ano passado e protagonizando partidas espetaculares, como a épica virada por 5a4 sobre o Santos, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro 2011. Mas talvez a maior conquista individual do atleta tenha sido o retorno às convocações para a seleção brasileira, onde conseguiu algumas boas atuações.
A partir de agora, Ronaldinho e Flamengo seguem por rumos diferentes. Irão se encontrar nos tribunais, o que é absolutamente natural na relação entre um jogador mercenário (o leilão que se configurou na época da transferência explica o termo) e um clube caloteiro (a dívida do empregador com o funcionário é multimilionária). Creio que as duas partes saem perdendo nessa história toda: Ronaldinho pode estar se afastando das Olimpíadas e da Copa do Mundo enquanto o Flamengo perde seu jogador de técnica mais apurada. A certeza que fica é a de que, do jeito que as coisas caminhavam, o rompimento do jogador com o clube foi uma escolha necessária e talvez a mais sensata desde que decidiu aceitar a proposta rubronegra.
Talvez agora, sem Ronaldinho, os sensacionalistas midiáticos poderão olhar para problemas na Gávea que, na presença da estrela, pareciam convenientemente ofuscados. Ou alguém acha que, hoje, Ronaldinho Gaúcho vive como jogador uma fase pior do que Joel Santana como treinador e Patrícia Amorim como presidenta?
Vai tentar se encostar no Palmeiras, que se for esperto,rejeita. Seu caminho é nas Arábias ou nos States, enchendo a burra de - mais - dinheiro e cachaça.
ResponderExcluirSaudações!!!
Soham,
ResponderExcluirinfelizmente faltou profissionalismo para ambas as partes. É injusto acreditar que só um esta errado nesse caso.
BLOG DO CLEBER SOARES
www.clebersoares.blogspot.com
Fico contente de ver Ronaldinho Gaúcho se encaminhando para um clube dirigido por Cuca. Acho que com esse técnico ele terá mais chances de desenvolver melhor seu estilo de jogo. Quanto à questão do profissionalismo, devemos observar que Ronaldinho rotineiramente atuava os 90 minutos enquanto, de outra parte, seus salários atrasavam a ponto de haver um rompimento na "parceria" entre patrocinador e clube.
ResponderExcluirAbraços.