Maryland recebeu a seleção local e a brasileira para mais um amistoso preparativo envolvendo os comandados de Mano Menezes diante dos Estados Unidos - a estréia de Mano na seleção foi exatamente contra esse adversário, na época dirigido por Bob Bradley.
Hoje com o alemão Jürgen Klinsmann no comando, os EUA mostraram uma desorganização que eu não havia visto nos tempos de seu antecessor. A seleção brasileira, se por um lado não voltou a apresentar um futebol brilhante como o visto no último encontro entre esses dois times, pelo menos mostrou alguns reencontros - mesmo que tímidos - com algumas de suas características tradicionais. No jovem time que foi a campo, o jogador de maior idade era o zagueiro e capitão Thiago Silva (27). A média era inferior aos 22 anos, mostrando que estava no gramado um forte contingente de atletas a representarem o país nos Jogos Olímpicos de Londres. A julgar pelas ótimas atuações do estreante goleiro Rafael e do camisa 10 Oscar, estaremos bem representados em solo britânico.
O jogo
A marcação por pressão, que funcionou na partida amistosa passada diante da Dinamarca, foi novamente utilizada pela seleção brasileira. O time jovem mostrava disposição física e compromisso tático para desempenhar funções com e sem a bola, e o resultado disso foi benéfico para o estilo de jogo da equipe. Numa bola recuperada por Oscar, nasceu um contra-ataque no qual a bola chegou até Leandro Damião, sendo marcado pênalti controverso após a redonda ir de encontro ao braço de Oguchi Chijioke Onyewu. O costarriquenho Jeffrey Solis ouviu muitas reclamações, chegou a punir José Francisco Torres Mezzell com cartão amarelo e, finalmente, a penalidade foi batida por Neymar, que colocou no canto esquerdo e abriu o placar.
Se aos doze minutos a seleção brasileira já vencia por 1a0, aos vinte e cinco marcaria o segundo gol: Neymar cobrou escanteio pela esquerda e Thiago Silva tirou proveito da liberdade concedida, cabeceando sem ter nenhum oponente ao seu encalço. Embora melhor em campo, o Brasil não conseguia conciliar a velocidade do setor de ataque com uma marcação sólida, permitindo espaços aos estadunidenses, que chegaram ao gol no final do primeiro tempo: Fabian Johnson recebeu enfiada de bola nas costas de Danilo e cruzou para que Hérculez Gómes Hurtado completasse, o que foi feito com correção.
Sem qualquer modificação de jogadores no intervalo, EUA e Brasil retornaram para o segundo tempo e não demorou muito para que fosse reestabelecida a diferença de dois gols no marcador: aos seis minutos, uma nova jogada de contra-ataque originada na forte marcação brasileira terminou em gol, dessa vez com Marcelo recebendo de Neymar e mandando para a rede. E quem estava iniciando novamente a jogada? Oscar.
Klinsmann, enfim, colocou Clint Dempsey em campo (Torres saiu) e muitas outras alterações sucederam. A de maior efeito foi a troca de Damião por Alexandre Pato - o atacante milanista entrou aos dezenove minutos e teve tempo para pôr uma bola na trave direita e uma na rede, fechando a contagem aos quarenta e um minutos em gol que esbanjou frieza e precisão, recebendo com o peito um belo toque de Marcelo e concluindo com chute cruzado.
O elástico placar de 4a1 não retratou as dificuldades que a seleção brasileira passou, sobretudo após a entrada de Dempsey. Bolas alçadas na área demonstraram fraqueza do sistema defensivo nesse quesito. Tabelas em velocidade pelos flancos explicitaram que precisamos de um melhor mecanismo de cobertura, a fim de inibir uma tão grande exposição dos zagueiros. De toda forma, esses erros serviram para mostrar um outro personagem de destaque na partida: o goleiro Rafael, que fez pelo menos 3 defesas magistrais e deu toda a pinta de estar a caminho das Olimpíadas.
A formação com dois pontas é interessante, mas defendo a idéia de que seja importante Mano Menezes montar esse time com dois meias. Não somente porque a atual geração nos oferta com abundância elementos para essa posição, mas também porque parece mais proveitoso dexar alguém mais próximo de Oscar - não será sempre que nosso camisa 10, seja ele quem for, terá tanto espaço para trabalhar.
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