Nos 3a0 da equipe da capital espanhola, só golaços. Falcao abriu a contagem aos seis minutos esbanjando frieza, categoria e precisão. Pergunto: o que pedir a mais de um atacante que possua essas três virtudes? Talvez, pedir bis. Aos trinta e três minutos, Falcao voltou a exibir aqueles atributos e marcou o segundo.
O Athletic Bilbao voltou diferente para o segundo tempo. Iñigo Pérez Soto e Ibai Gómez Pérez entraram nos lugares de Iturraspe e Aurtenetxe. O Atlético de Madrid, muito provavelmente em conseqüência a isso, passou a atuar de maneira distinta: a partir de então, manteve-se mais recuado e deu campo para os comandados de Marcelo Bielsa. Dar campo não é sinônimo de dar espaço, uma vez que a partir da intermediária ofensiva os bascos encontravam dificuldades de encontrar alguém em liberdade. De toda forma, um time dirigido por Bielsa sempre arruma um jeito de transpôr barreiras, mesmo numa noite em que os jogadores tanto desperdiçavam a posse de bola com passes mal feitos. Chances claras de gol surgiram, e quem passava a protagonista era o jovem goleiro belga Thibaut Courtois, com os mesmos dezenove anos de idade que tinha David de Gea quando arqueiro do Atlético campeão duas temporadas atrás.
Naquela altura, a pressão basca era praticamente ininterrupta, fortalecida pela presença de área de Gaizka Toquero Pinedo, colocado no lugar de Ander Herrera. Entre grandes intervenções de Courtois, rebatidas da defesa - o zagueiro brasileiro Miranda beirou o brilhantismo na tarefa de marcar Fernando Llorente - e bola no travessão, o Atlético conseguiu um contra-ataque com Falcao García, que mandou na trave direita o que seria um fabuloso hat-trick. Mas os comandados de Diego Simeone tinham um outro jogador brasileiro com atuação destacável. O xará do treinador fechou a conta com belo gol, aos trinta e nove minutos.
Mais do que a celebração dos campeões, chamou minha atenção o choro dos bascos. Jogadores que honraram o estilo de jogo proposto por Bielsa, embora sem conseguir, em Bucareste, repetir a eficácia vista nas fases anteriores. Jogadores que, no desespero da derrota, mostraram o quão forte é o sentimento de vestir a camisa do Bilbao e representar, mais que uma instituição, uma nação. Lições que o futebol nos ensina em exemplos que transcendem a dimensão puramente futebolística. Parabéns, Athletic e Atlético!
Acima, publicação em jornal basco mostrando o choro de Iker Muniain e Fernando Llorente, com os dizeres "beti zurekin" ("sempre contigo"). Abaixo, a festa dos campeões da Liga Europa 2011-2, na Arena Nationala, em Bucareste, capital romena.
Verdadeiro ou Falso? #15 http://britfoot.blogspot.com.br/2012/05/verdadeiro-ou-falso-15.html
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