Itália e México jogaram no Maracanã uma partida que tornou-se irrelevante se comparada à realidade circundante. Enquanto as seleções de Cesare Prandelli e José Manuel De La Torre disputavam algo que valia três pontos para o vencedor, nos arredores do estádio centenas de manifestantes eram reprimidos por policiais agressivos, violentos e fortemente armados. Manifestação pacífica. Então, fica a pergunta: para quem serve a polícia?
Dentro de campo - como se fosse humanamente aceitável olhar para o gramado enquanto nas ruas acontecia o que acontecia -, a Itália criou mais chances e mereceu vencer o jogo diante dos mexicanos. A transmissão televisiva, honrando os dizeres de que a revolução não será televisionada, não prestou uma única palavra sobre a barbárie e o caos que aconteciam a alguns metros de onde a partida se consumava. Mídia golpista é isso.
Guardado, Aquino, Giovani Dos Santos e Hernández participaram menos do jogo do que o amante de futebol gostaria: apesar da qualidade técnica nesse quarteto mexicano, faltava um ou outro elemento para fazer a bola neles chegarem. O meio-campo era italiano. Povoado por De Rossi, Pirlo, Montolivo, Marchisio e Giaccherini, a Azzurra levou a melhor territorialmente no setor. Mas sem jamais encantar. Faltava criatividade.
Chega a ser inconcebível pensar a Itália com Giovinco no banco. Ou mais grave: sem Francesco Totti ao menos relacionado. Mas o pior do dia não foi a falta de transição mexicana ou a escalação italiana. Foi a ação policial no Rio de Janeiro. As tropas das três esferas (Eduardo Paes, Sérgio Cabral e Dilma Rousseff) mostraram-se à postos para servir ao patrimônio privado concedido ao megaempresário Eike Batista. Tudo em detrimento da população. Resultado: derrota do Brasil.
domingo, 16 de junho de 2013
quarta-feira, 12 de junho de 2013
O Haiti É Aqui
Pense no Haiti, reze pelo Haiti, como canta Caetano Veloso na música Haiti. Faça isso por motivos diversos. O país, que sofreu um terremoto avassalador em janeiro de 2010, busca a reconstrução. Reconstrução que já seria complicada caso se limitasse aos assuntos tangíveis aos engenheiros. Mas que é ainda mais dramática ao tratarmos dos traumas deixados por um evento que desencadeou o desencarne de mais de duzentos mil indivíduos, sonhos, famílias. E a gravidade só faz aumentar na medida em que nos deparamos com a profunda probreza que assola a república centro-americana.
Pense no Haiti, reze pelo Haiti e, futebolisticamente falando, inspire-se no Haiti. A seleção haitiana veio ao Rio de Janeiro, enfrentou a tetracampeã mundial Itália (que carrega o peso e a relevância da segunda maior vencedora na história das Copas) e... deu show. Sim, deu show. Um show de superação, de ousadia, de alegria. De jogar futebol. São Januário, estádio do Clube de Regatas Vasco da Gama, sede de tantas partidas válidas pelo calendário oficial brasileiro, recebeu o genuíno jeito de jogar tupiniquim. Ofensivo, valente, alegre. O Haiti empatou (com) a Itália. O Haiti é aqui!
Cesare Prandelli, treinador da Azzurra, disse que o resultado (2a2) foi vergonhoso para os italianos. Penso que não. O empate numa partida beneficente diante de uma seleção inexpressiva no futebol mundial não é uma vergonha. A vergonha reside, isto sim, na maneira de jogar. Por que os comandados de Prandelli não atuaram de maneira mais solta e envolvente? Tudo bem, não era um jogo oficial, etc e tal. Mas se o jogo teve alguma graça esportivamente falando, devemos todas as alegrias da tarde de terça-feira ao desempenho dos haitianos. Torço para que tenha sido deixada, naquele gramado de São Januário, uma semente no fértil solo do futebol brasileiro. Semente que, se Deus quiser, fará brotar em troncos fortes a autenticidade da seleção amarela, cinco vezes campeã mundial, e hoje entregue a indivíduos que não condizem com essa grandiosidade. E, da sombra dessa árvore imponente, que possamos voltar a saborear os frutos do futebol arte.
Obrigado pela bela lição, Haiti. Mostrou a nós algo que alguns dessa geração talvez tenham esquecido que existe: a alegria em se jogar futebol. Como se fosse... por música.
Pense no Haiti, reze pelo Haiti e, futebolisticamente falando, inspire-se no Haiti. A seleção haitiana veio ao Rio de Janeiro, enfrentou a tetracampeã mundial Itália (que carrega o peso e a relevância da segunda maior vencedora na história das Copas) e... deu show. Sim, deu show. Um show de superação, de ousadia, de alegria. De jogar futebol. São Januário, estádio do Clube de Regatas Vasco da Gama, sede de tantas partidas válidas pelo calendário oficial brasileiro, recebeu o genuíno jeito de jogar tupiniquim. Ofensivo, valente, alegre. O Haiti empatou (com) a Itália. O Haiti é aqui!
Cesare Prandelli, treinador da Azzurra, disse que o resultado (2a2) foi vergonhoso para os italianos. Penso que não. O empate numa partida beneficente diante de uma seleção inexpressiva no futebol mundial não é uma vergonha. A vergonha reside, isto sim, na maneira de jogar. Por que os comandados de Prandelli não atuaram de maneira mais solta e envolvente? Tudo bem, não era um jogo oficial, etc e tal. Mas se o jogo teve alguma graça esportivamente falando, devemos todas as alegrias da tarde de terça-feira ao desempenho dos haitianos. Torço para que tenha sido deixada, naquele gramado de São Januário, uma semente no fértil solo do futebol brasileiro. Semente que, se Deus quiser, fará brotar em troncos fortes a autenticidade da seleção amarela, cinco vezes campeã mundial, e hoje entregue a indivíduos que não condizem com essa grandiosidade. E, da sombra dessa árvore imponente, que possamos voltar a saborear os frutos do futebol arte.
Obrigado pela bela lição, Haiti. Mostrou a nós algo que alguns dessa geração talvez tenham esquecido que existe: a alegria em se jogar futebol. Como se fosse... por música.
sábado, 1 de junho de 2013
Botafogo Vence Cruzeiro Com Lodeiro Já Deixando Saudades
Botafogo e Cruzeiro são dois times a se prestar atenção nessa temporada 2013. Começaram muito bem nas três competições e apostam no trabalho de dois treinadores qualificados para conseguirem ficar, se não no topo, próximo a ele na campanha nesse Campeonato Brasileiro, que está no momento em sua terceira rodada de um total de trinta e oito.
Somando-se Estadual e Copa do Brasil, apenas uma derrota de cada clube até aqui (o Botafogo para o Flamengo, em partida que em nada comprometeu a Taça Guanabara, e o Cruzeiro para o Atlético, sendo determinante para o vice-campeonato). No Brasileiro, ambos vinham de uma vitória em casa e um empate na condição de visitante. Encontraram-se em Volta Redonda e quem levou a melhor foi o Botafogo: 2a1, com bela atuação no segundo tempo.
O Alvinegro, ainda misteriosamente sem poder utilizar o Engenhão (há quem diga que a Prefeitura do Rio de Janeiro está fazendo um complô contra o Glorioso), mandou seu jogo para o estádio da Cidadania. E se deu bem, mantendo os 100% de aproveitamento naquele campo na presente temporada. O primeiro tempo teve mais chances cruzeirenses, embora o Botafogo tenha até saído na frente, através de Lodeiro, aproveitando rebote de Fábio após chute de Vitinho. Mas o time visitante correu atrás e fez por merecer a igualdade, conquistada em lance onde a sorte sorriu para Anselmo Ramón: a finalização desviou em Bolívar, bateu na trave e só entrou depois de bater nas costas do goleiro Renan, que minutos atrás havia operado dois milagres seqüenciais diante do próprio Anselmo.
Após o intervalo, Oswaldo conseguiu encaixar um meio-de-campo que sentia demais a ausência de Fellype Gabriel. E acertou o posicionamento sem necessitar substituir ninguém, o que leva a crer que a conversa no vestiário tenha sido boa. Num lance pela direita, Nílton cometeu pênalti em Lucas - Lodeiro cobrou mal, mas estufou a rede, desempatando a partida e indo para a Copa das Confederações representar o Uruguai com a sensação de dever cumprido. Por falar em Copa das Confederações, Botafogo e Cruzeiro têm mais dois compromissos antes da pausa para o torneio internacional. O Alvinegro de General Severiano jogará fora de casa diante de Bahia (quarta) e Ponte Preta (sábado), enquanto a Raposa receberá, nas mesmas respectivas datas, o Corinthians e o Internacional.
Qualquer pitaco a essa altura é prematuro, notadamente levando-se em consideração a possibilidade de negociação de jogadores, o que acaba modificando elencos e prognósticos. Mas são dois times que tendem a ficar na parte de cima da tabela. O Botafogo aparenta um melhor entrosamento, até porque seu time joga junto há mais tempo que o do Cruzeiro. Ambos os treinadores de sobrenome Oliveira - o botafoguense Oswaldo e o cruzeirense Marcelo - certamente saberão usar o período sem jogos oficiais para aperfeiçoar determinadas situações em seus times. Talvez a mais urgente, para o Cruzeiro, seja fortalecer o jogo pelos flancos. Para o Botafogo, resolver as pendências salariais e a questão do estádio. Embora, diga-se, o elenco esteja sendo altamente profissional e o time venha se saindo bem atuando em Volta Redonda. É mais por uma questão de justiça e logística mesmo.
Somando-se Estadual e Copa do Brasil, apenas uma derrota de cada clube até aqui (o Botafogo para o Flamengo, em partida que em nada comprometeu a Taça Guanabara, e o Cruzeiro para o Atlético, sendo determinante para o vice-campeonato). No Brasileiro, ambos vinham de uma vitória em casa e um empate na condição de visitante. Encontraram-se em Volta Redonda e quem levou a melhor foi o Botafogo: 2a1, com bela atuação no segundo tempo.
O Alvinegro, ainda misteriosamente sem poder utilizar o Engenhão (há quem diga que a Prefeitura do Rio de Janeiro está fazendo um complô contra o Glorioso), mandou seu jogo para o estádio da Cidadania. E se deu bem, mantendo os 100% de aproveitamento naquele campo na presente temporada. O primeiro tempo teve mais chances cruzeirenses, embora o Botafogo tenha até saído na frente, através de Lodeiro, aproveitando rebote de Fábio após chute de Vitinho. Mas o time visitante correu atrás e fez por merecer a igualdade, conquistada em lance onde a sorte sorriu para Anselmo Ramón: a finalização desviou em Bolívar, bateu na trave e só entrou depois de bater nas costas do goleiro Renan, que minutos atrás havia operado dois milagres seqüenciais diante do próprio Anselmo.
Após o intervalo, Oswaldo conseguiu encaixar um meio-de-campo que sentia demais a ausência de Fellype Gabriel. E acertou o posicionamento sem necessitar substituir ninguém, o que leva a crer que a conversa no vestiário tenha sido boa. Num lance pela direita, Nílton cometeu pênalti em Lucas - Lodeiro cobrou mal, mas estufou a rede, desempatando a partida e indo para a Copa das Confederações representar o Uruguai com a sensação de dever cumprido. Por falar em Copa das Confederações, Botafogo e Cruzeiro têm mais dois compromissos antes da pausa para o torneio internacional. O Alvinegro de General Severiano jogará fora de casa diante de Bahia (quarta) e Ponte Preta (sábado), enquanto a Raposa receberá, nas mesmas respectivas datas, o Corinthians e o Internacional.
Qualquer pitaco a essa altura é prematuro, notadamente levando-se em consideração a possibilidade de negociação de jogadores, o que acaba modificando elencos e prognósticos. Mas são dois times que tendem a ficar na parte de cima da tabela. O Botafogo aparenta um melhor entrosamento, até porque seu time joga junto há mais tempo que o do Cruzeiro. Ambos os treinadores de sobrenome Oliveira - o botafoguense Oswaldo e o cruzeirense Marcelo - certamente saberão usar o período sem jogos oficiais para aperfeiçoar determinadas situações em seus times. Talvez a mais urgente, para o Cruzeiro, seja fortalecer o jogo pelos flancos. Para o Botafogo, resolver as pendências salariais e a questão do estádio. Embora, diga-se, o elenco esteja sendo altamente profissional e o time venha se saindo bem atuando em Volta Redonda. É mais por uma questão de justiça e logística mesmo.
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