Nesse final-de-semana tive a oportunidade de ver em ação quatro dos sete primeiros colocados no Campeonato Inglês. Foram as partidas entre Manchester City e Arsenal (incríveis 6a3 para o time da casa) e entre Tottenham e Liverpool (não menos incríveis 5a0 a favor do time visitante).
Além do caminhão de gols (total de catorze validados e dois invalidados), chamou atenção a capacidade de transição das equipes ao ataque. Principalmente dos vencedores nos dois jogos. São equipes montadas de forma a proporcionar boas possibilidades de variação, ratificando os ótimos trabalhos de Manuel Pellegrini no City e de Brendan Rodgers no Liverpool. O Arsenal de Arsène Wenger até conseguiu mostrar-se um adversário à altura, sucumbindo apenas nos minutos finais. Mas o Tottenham de André Villas-Boas foi completamente esmagado pelo oponente.
A seguir, uma análise um pouco mais detalhada de cada uma dessas quatro equipes. São quatro times que, pela qualidade do elenco, têm a obrigação de buscarem um lugar na próxima Liga dos Campeões da Europa, por mais difícil e competitivo que seja a Premiership.
Arsenal (líder, com 35 pontos em 16 rodadas)
Foi a campo num 4-2-3-1, onde Flamini e Ramsey faziam a proteção e possibilitavam a aproximação de Wilshere em Özil, Walcott e Giroud. A quantidade de chances perdidas pelo centroavante francês denota que os comandados de Wenger tiveram boas possibilidades de conseguir um melhor resultado. Mas o fato é que faltou solidez defensiva para conter os ímpetos de um adversário velocíssimo na transição e bastante preciso nas trocas de passe. De quebra, o Arsenal levou pelo menos dois gols em erros primários de seu sistema defensivo. Para manter a liderança, terá de jogar mais que isso. E errar menos. Destaque positivo: a participação constante de Walcott. Destaque negativo: os sumiços de Özil.
Liverpool (vice-líder, com 33 pontos)
Envolvente e convincente, o time comandado por Rodgers praticamente não deu chances ao Tottenham, aplicando um 5a0 em pleno White Hart Lane. Sterling e Henderson foram soberanos pelos flancos. Coutinho também atuou em bom nível, flutuando do centro para os lados. E Suárez teve mais uma atuação daquelas - de craque. O volante galês Joe Allen foi fundamental para dar equilíbrio entre defesa, meio e ataque num time que fez o Tottenham parecer pequeno. E o que estava encaminhado ficou ainda mais fácil após a expulsão de Paulinho, que levou a sola da chuteira até a altura do peito de Luis Suárez. Destaque positivo: o trio Sterling-Henderson-Suárez. Destaque negativo: as chances perdidas por Luisito Suárez, que poderia facilmente ter alcançado um hat-trick.
Manchester City (quarto colocado, com 32 pontos)
Mostrou explicitamente porque tem o ataque mais efetivo na liga nacional inglesa. Yaya Touré e Fernandinho são dois volantes com muita capacidade de criar espaços, David Silva e Nasri incomodam constantemente o sistema defensivo adversário, Agüero está em ótimo momento técnico e Negredo funciona bem como referência. É uma equipe que parece ter vocação de chegar à área adversária. Jamais na história havia marcado cinco gols no Arsenal e, nesse sábado, sapecou meia dúzia. No Arsenal que lidera a competição. É um forte candidato ao título e deve ser levado em conta, também, na Liga dos Campeões da Europa. Destaque positivo: Fernandinho, que marcou dois gols e contribuiu na contenção. Destaque negativo: a falta de participação de Clichy, demasiado preso no campo defensivo.
Tottenham (sétimo colocado, com 27 pontos)
Com Sandro, Dembélé e Paulinho no meio, Lennon e Chadli mais abertos e Soldado à frente, o time não conseguiu nem de perto o rendimento que se espera de alguém que investiu tanto para essa temporada. Presa fácil quando o adversário tinha a bola, o time de André Villas-Boas em raros momentos conseguiu se impôr no gramado. Fica difícil defender o treinador, notadamente quando se vêem opções como Holtby, Towsend, Lamela e Defoe - pelo menos dois deles poderiam figurar entre os titulares, aumentando o poder de criação e de definição da equipe. Não sei quanto tempo mais o português ficará no cargo, mas acho que não é por falta de qualidade técnica que o time não decola. Destaque positivo: Lloris, que evitou uma goleada ainda mais acentuada. Destaque negativo: a agressão de Paulinho em Suárez, que rendeu cartão vermelho direto ao brasileiro.
Essa 16ª rodada no Campeonato Inglês teve um total de 30 gols (média de 3 por partida). Acho que dei sorte, pois vendo esses dois jogos pude acompanhar praticamente a metade dos gols na rodada.
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