Foto: Bruno de Lima / LANCE!Press |
Território com bastantes botafoguenses e tricolores, a cidade, que é jovem se compararmos sua data de fundação com a dos clubes Botafogo e Fluminense, recebeu cerca de trinta mil torcedores na noite de domingo. Número considerável, principalmente se avaliarmos a atual situação de ambas as instituições: enquanto o Botafogo está com salários atrasados e em cenário político conturbado, o Fluminense vem de uma eliminação vexatória na Copa do Brasil. De quebra, o preço do ingresso
Mas lá foram dezenas de milhares de apaixonados acompanharem o jogo no estádio que sediou alguns belos jogos na Copa do Mundo (acredite: era possível assistir um jogo de Mundial por preço inferior ao cobrado nessa partida de Campeonato Brasileiro). O primeiro tempo não engrenou: as equipes faziam partida travada, mais disputada física e territorialmente do que desenvolvida futebolisticamente. Só que os deuses da bola reservaram algo de outro nível para depois do intervalo, e a partida melhorou demais.
O Botafogo sem Dória e o Fluminense sem Gum até que se comportavam bem no miolo de zaga. Mas o Flu só não levou o primeiro gol nos primeiros vinte segundos no segundo tempo graças ao seu goleiro: após chute forte e colocado de Gabriel, Diego Cavalieri desviou sutilmente para escanteio. Era a primeira chance de muitas do Alvinegro. E duas delas vieram a ser aproveitadas. Aos vinte e dois, Zeballos tocou para Daniel e o jovem descolou maravilhosa finalização, deixando Cavalieri sem ação diante de uma bola que foi parar no ângulo esquerdo. Golaço. Três minutos depois, foi a vez de Zeballos deixar o dele em jogada fabricada no paraguaio Olimpia, só que com inversões de papéis: o centroavante Ferreyra cruzou rasteiro como se fosse um ponta e o ponta Zeballos fechou na pequena área como se fosse um centroavante. Ponto para o Botafogo.
Cristóvão Borges ficou sem reação no banco de reservas, provavelmente sentindo que o time piorou justamente depois de ele ter realizado sua primeira substituição (Cícero por Wálter, pouco antes do primeiro gol alvinegro). Com dois gols de desvantagem, trocou Bruno por Diguinho, mas viu o volante começar a mancar após dividida com Aírton. Ou seja: não era dia.
Vágner Mancini precaveu-se: trocou Tanque Ferreyra pelo também argentino Bolatti, aumentando a presença no meio-campo. Depois, lançou Rogério no lugar de Daniel, renovando a velocidade para os contra-ataques. E ainda trocou seis por meia dúzia na lateral-esquerda de nomes similares: Júnior César por Júlio César. Graças a Jéfferson, Rafael Sóbis não descontou para os tricolores. Aos quarenta e dois, Fred tinha a chance máxima de recolocar fogo numa partida aparentemente definida: pênalti para o Fluminense, acusado por um daqueles auxiliares situados atrás da linha final, cometido por Júlio César em Sóbis. Só que não era dia: Fred, tão acostumado a marcar no Botafogo, mandou para fora.
Com o resultado, o Fluminense estaciona nos vinte e seis pontos, fechando a rodada em quarto lugar. E o Botafogo ganha novo ânimo, chegando aos dezesseis pontos, zerando o saldo de gol e subindo sete posições na tabela, aparecendo em décimo segundo lugar. Sete posições. Os botafoguenses supersticiosos não dormirão com dúvida: foi com as bênçãos do Mané.
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