Imagem extraída da página do The Sun. |
O início de partida teve o Arsenal freqüentando o campo ofensivo e quase abrindo o placar com Chamberlain, em lance onde Coleman, em vez afastar o perigo, acabou dando um passe para o adversário, que chutou rente à trave direita. Se naquele momento Coleman vacilara, aos dezoito minutos ele se redimiria de todos os seus pecados cometidos até então na partida: após jogada ensaiada de toques rápidos que envolveram todo o sistema defensivo oponente, Gareth Barry cruzou e Seamus Coleman cabeceou firme, inaugurando o marcador na cidade de Liverpool.
Com Barry comandando as ações no meio-campo e a defesa dando conta de neutralizar Sánchez, tudo ia fluindo bem para os donos da casa no primeiro tempo. E o cenário ficou ainda melhor pouco antes do intervalo: aos quarenta e quatro, em rápido contra-ataque pela direita, Lukaku deu a assistência para Naismith ampliar a vantagem. Cabem aqui elogios à ótima transição ofensiva da equipe azul mas também sem esquecer de prestar críticas à arbitragem, que ignorou duas irregularidades no mesmo lance: houve falta de Lukaku em Mertesacker e impedimento de Naismith na jogada do 2a0.
O espanhol Roberto Marínez, que está em sua segunda temporada como técnico do Everton, tinha no gramado um time que variava sua disposição de jogadores. E essa versatilidade entre um grupo ora compacto, ora espalhado pelo campo, conseguia dar ao mesmo tempo consistência para a defesa e agilidade para as saídas ao ataque, explorando a lentidão de Mertesacker e os eventuais espaços que Debuchy e Monreal cediam pelos flancos, com participações constantes de Coleman, Baines e Mirallas. A troca de Pienaar por Osman (o sul-africano sentiu contusão e saiu antes dos nove minutos) não comprometeu em nada o sistema de jogo, tanto é que foi após a alteração que vieram os dois gols.
Enfim, tudo muito bem e muito legal para o time anfitrião. Restaria o segundo tempo para concretizar a vitória sobre um sério candidato ao título. Só que quando alguém é creditado ao caneco na Inglaterra, é necessário não subestimar suas capacidades. Wenger mexeu no intervalo, colocando Giroud no lugar de Sánchez. Não sei se foi pela substituição em si ou por alguma mudança de atitude coletiva (possivelmente por ambos os fatores), mas o fato é que o Arsenal passou a atuar melhor. Giroud desperdiçou uma. Desperdiçou duas chances. Desperdiçou uma terceira oportunidade. Ou seja: o Arsenal construía ocasiões de gol. Aos vinte e oito, Wenger mexeu mais duas vezes: saíram Wilshere e Chamberlain, entraram Cazorla e Campbell. E o dinamismo ofensivo do time aumentou ainda mais. Debuchy e Monreal jogavam como autênticos pontas enquanto Flamini era o único homem de meio-campo que parecia se dedicar a proteger a zaga. Zaga essa que passou a requerer menor proteção assim que Martínez trocou o participativo Lukaku por McGeady.
Aos trinta e sete, o Arsenal descontou: Cazorla cruzou rasteiro da esquerda e Ramsey apareceu na pequena área para concluir. É incrível a capacidade do meio-campista galês de se apresentar com precisão geográfica e cronométrica para colocar a bola na rede. Foi assim na primeira rodada e novamente agora, na segunda. Segundo gol de Ramsey nessa temporada, que está apenas começando.
Dois minutos após sofrer o gol, Martínez colocou o ganês Atsu para estrear na Premiership, tirando o outro belga que tinha além de Lukaku: Mirallas. Era um ganho de velocidade que poderia render o terceiro gol à equipe. Talvez fosse esse o plano do espanhol. Só que do outro lado há um certo francês, que dirige o Arsenal há quase duas décadas e que adora ver seu time com a bola nos pés. E o Arsenal tinha a bola nos pés, não possibilitando para Atsu nem ninguém que vestisse azul a possibilidade de arrancar em velocidade. Aos quarenta e quatro, brilhou a estrela de outro francês: em sua quarta finalização no jogo, Giroud conseguiu, de cabeça, empatar a partida após cruzamento de Monreal. Pensando bem, brilhou a estrela dos franceses, pois não podemos esquecer daquele que, no intervalo de partida, escolheu colocá-lo em campo no lugar de Sánchez.
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