O atual campeão inglês Manchester United viajou até o litoral sul no País de Gales, onde enfrentou uma muito bem organizada equipe do Swansea e uma torcida local que cantou durante praticamente todo o tempo de partida. Com um gol do atacante mexicano Javier "Chicharito" Hernández aos dez minutos de jogo, a equipe visitante conseguiu chegar à nona vitória nessas primeiras doze rodadas, aparecendo na segunda posição, com cinco pontos de distância do líder Manchester City (único time a derrotar o United até o presente momento). O Swansea aparece em décimo terceiro lugar, com treze pontos ganhos, e conheceu nesse sábado sua primeira derrota atuando no Liberty Stadium.
O jogo (confira como foi a transmissão da partida em tempo real)
A equipe do Swansea mostrou-se bem postada taticamente desde o apito inicial do árbitro Michael Leslie Dean, apostando preferencialmente na agilidade dos jogadores Scott Sinclair, pela esquerda, e Nathan Dyer, pelo lado direito. Pelo lado do Manchester United, Wayne Rooney atuava mais recuado, armando as jogadas, com Javier Hernández posicionado entre os zagueiros e o português Nani aberto pelo flanco direito.
Bastante acionado no ataque, Sinclair mostrava muita disposição e vontade de participar do jogo, mas quando tinha a bola consigo errava mais do que acertava. Se erros no ataque não mexem no placar, na defesa o negócio é diferente: o espanhol Àngel Rangel saiu jogando errado, presenteou o galês Ryan Giggs, o experiente meio-campista passou para Hernández e o mexicano, com um toque sutil, mostrou oportunismo para inaugurar o marcador aos dez minutos.
Erros no ataque não mexem no placar, e aos vinte e dois minutos Sinclair abusou do direito de validar esta premissa: com a baliza aberta, o camisa onze somente precisava empurrar a bola para a rede para empatar a parada. Mas furou a finalização e desperdiçou a oportunidade.
No vestiário, Brendan Rodgers trocou Wayne Routledge pelo galês Joe Allen, e logo nos primeiros minutos de segundo tempo já ficou perceptível a evolução na qualidade do toque de bola na equipe dona da casa. Aos três minutos, Sinclair chutou à meia-altura e o goleiro espanhol David De Gea agiu bem para espalmar em escanteio.
Alex Ferguson decidiu mexer na lateral esquerda: aos seis minutos, saiu o francês Patrice Evra e entrou o brasileiro Fábio. Para se ter idéia do amplo domínio do Swansea naquele momento, uma estatística fornecida pela geradora da transmissão informava que, nos primeiros onze minutos no segundo tempo, os donos da casa detinham 66% do tempo de posse de bola. Tudo isso tendo como fundo sonoro os cantos de um público que lotava o Liberty Stadium.
Na marca de vinte e sete minutos, quase pintou o gol de empate: Sinclair passou pela marcação de Rooney (isso mesmo, Rooney estava na defesa tentando ajudar os companheiros a conter as investidas adversárias), rolou atrás e a defesa do United conseguiu rebater duas finalizações seguidas. Sentindo a pressão, Ferguson trocou Giggs pelo escocês Darren Fletcher aos trinta minutos. Três minutos depois, Rodgers colocou o também escocês Stephen Dobbie na vaga de Mark Gower, que deixou o campo aplaudido pelos torcedores.
Mesmo com Dobbie não entrando no jogo tão bem quanto entrara Allen, o Swansea continuava exercendo domínio territorial e mantinha a posse de bola sob seus pés. Mas faltava velocidade para penetrar numa defesa que contava com zagueiros da qualidade técnica de Rio Ferdinand e do sérvio Nemanja Vidic. E por falar em velocidade, Ferguson realizou sua última troca colocando o veloz colombiano Antonio Valencia no lugar de Hernández, deslocando o inoperante Nani para o lado esquerdo e adiantando Rooney. E foi com Rooney que quase saiu o segundo gol da equipe: aos quarenta e três, Rangel, em nova lambança na saída de bola, presenteou o adversário e Rooney teve duas chances de marcar, mas na primeira teve a finalização rebatida e na segunda encobriu o goleiro holandês Michel Vorm, mandando caprichosamente na rede pelo lado de fora. Incapaz de adentrar na defesa visitante, o Swansea ainda levou novo susto aos quarenta e oito, quando Nani recebeu de Rooney e colocou cruzado rente à trave esquerda. Seria um castigo muito severo para um time que deteve 77% da posse de bola, numa partida em que, camisas à parte, ficaria difícil reconhecer quem seria o atual campeão e quem é recém-promovido da segunda divisão.
Desde a goleada histórica sofrida no clássico local com o Manchester City (6a1, em pleno estádio Old Trafford), o Manchester United atuou quatro vezes e não foi vazado uma única vez (duas vitórias pela Premiership, uma pela Copa da Liga Inglesa e uma pela Liga dos Campeões da Europa). Esta foi a décima nona partida consecutiva de Premiership que a equipe de Ferguson marcou pelo menos um gol. Quer dizer, o Manchester United parece mais vistoso nas estatísticas do que no desempenho interno às quatro linhas.
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