Na partida mais aguardada nessa quinta rodada pela fase de grupos na Liga dos Campeões da Europa, o Barcelona foi até o estádio Giuseppe Meazza e superou o Milan na posse de bola (60% a 40%), na criação de jogadas (13 finalizações a 8) e no placar, vencendo o jogo por 3a2 e garantindo a 1ª colocação na chave. Esta foi a quinta vitória consecutiva do Barça como visitante na mais forte competição de clubes do mundo, um recorde histórico (a última derrota aconteceu no jogo de ida pela fase oitavas-de-final na temporada passada, diante do Arsenal).
O jogo
No encontro entre os atuais campeões das ligas nacionais dos mais recentes campeões de Copas do Mundo (Espanha e Itália), o Milan foi para o jogo conseguindo estabelecer uma pressão nos primeiros minutos, mas logo viu-se envolvido pela grande qualidade individual e coletiva dos comandados de Josep Guardiola, que foram fazendo circular a bola pelo gramado em San Siro e causando apuros na dupla de zaga composta pelo experiente Alessandro Nesta e pelo brasileiro Thiago Silva. Fazendo justiça a esta superioridade, o meio-campista malinês Seydou Keita recebeu aberto na esquerda, cruzou rasteiro e, antes que a bola chegasse em Xavi Hernández, o volante holandês Mark van Bommel fez o corte - só que para dentro da própria baliza. 1a0 Barcelona, aos treze minutos.
O Milan nem por isso se intimidou e, aos dezenove minutos, chegou ao empate: o meio-campista holandês Clarence Seedorf deu passe genialmente simples (ou simplesmente genial?) colocando o atacante sueco Zlatan Ibrahimovic numa boa para finalizar. O camisa onze não pegou em cheio na bola, mas o chute tomou a direção correta e deixou o placar igualado em 1a1.
Jogando com três jogadores na defesa (o capitão Carles Puyol pela direita, o argentino Javier Mascherano centralizado e o francês Eric Abidal pela esquerda), com Sergio Busquets fazendo a proteção, com três armadores (Keita, Xavi e Francesc Fàbregas) e três homens mais à frente (o argentino Lionel Messi se movimentando bastante, além do participativo Thiago Alcântara e de David Villa), o Barça encaixava seu jogo, sendo mais parado por faltas do que por qualquer outra coisa. Aos trinta minutos, uma dessas infrações foi ocorrer dentro da área: pênalti do italiano Alberto Aquilani (que já tinha cartão amarelo e até poderia ser expulso) em Xavi Hernández. Messi cobrou com paradinha, deslocando Christian Abbiati. Uma bela cobrança, mas corretamente invalidada pelo árbitro alemão Wolfgang Stark. Cartão amarelo para Messi, bola de volta para a marca do pênalti e o camisa dez cobrou com força, dessa vez no canto esquerdo, sem dar qualquer possibilidade de defesa para Abbiati, que acertou o lado mas não pôde impedir o segundo gol.
No intervalo, Massimiliano Allegri trocou um atacante brasileiro por outro: saiu Robinho, que perdera "gol feito" na primeira etapa e se destemperara sem cabimento com Abidal, entrou Alexandre Pato. Por mais que Robinho desse motivos para ser substituído, creio que fosse mais viável para um time em desvantagem no placar manter o camisa setenta em campo, colocando Pato no lugar ou de Aquilani ou de Kevin-Prince Boateng. Isso mesmo, caros leitores, confesso que no lugar de Allegri eu talvez tirasse o ganês Boateng de campo. Felizmente, Prince estava dentro das quatro linhas para, aos oito, marcar um golaço: ele esticou a perna para dominar a bola, passou por Abidal com um rápido toque de letra e chutou firme, rasteiro, estufando a rede de Victor Valdés. 2a2, tudo igual novamente. Quer dizer, tudo, não. O placar. Porque a posse de bola barcelonista continuava sendo superior e, aos dezessete, uma enfiada de bola magistral de Messi para Xavi permitiu que o camisa seis ficasse em ótimas condições de desempatar a partida. E ele não desperdiçou, colocando no canto direito e mostrando oportunismo digno dos melhores centroavantes.
Uma aparente lesão de Nesta na coxa direita forçou Allegri a tirá-lo de campo. Poderia pôr o holandês Urby Emmanuelson, deslocando Gianluca Zambrotta para a zaga, mas o treinador colocou Daniele Bonera mesmo. Pep Guardiola também mexeu, trocando Villa pelo chileno Aléxis Sánchez, aumentando ainda mais a dinâmica no ataque catalão. Pouco depois, a última alteração milanista: van Bommel por Antonio Nocerino, que entrou bem no jogo, sugerindo que poderia ter sido colocado antes. Pep ainda trocou Fàbregas (melhor no primeiro tempo que no segundo) por Pedro Rodríguez e, depois, trocou um descendente de brasileiro por outro: saiu Thiago, filho de Mazinho, pelo mexicano Jonathan dos Santos, filho de Zizinho. O placar seguiu inalterado, e o maior responsável por isso foi Abbiati, que fez uma defesa de grande dificuldade quando a partida já estava 3a2 para o visitante. Ou melhor, para o melhor visitante da história da Liga dos Campeões da Europa.
este barça é coisa de outro mundo
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