Com o triunfo por 2a1 dentro de casa, o Arsenal vai ao Camp Nou podendo empatar a partida para seguir em frente na Liga dos Campeões da Europa. Expectativa de mais um grande duelo pela frente, num encontro com grande potencial para conhecermos o futuro campeão do torneio.
O jogo
Com o retorno do francês Samir Nasri (que não atuava desde 30 de janeiro e surpreendeu aos médicos por apresentar condições de jogo na partida com o Barcelona, onde atuou do início ao apito final), o Arsenal buscava vencer pela primeira vez o adversário com o qual já havia duelado 5 vezes (incluindo uma decisão de Liga dos Campeões da Europa). E o início de partida foi interessante: aos quatro minutos, Theo Walcott arrancou do campo defensivo da direita para o centro, buscou Robin van Persie com um passe para o lado direito mas a bola acabou saindo forte, tirando o holandês de ação. No minuto seguinte, Walcott encarou a marcação de Maxwell, tocou para Francesc Fàbregas, que serviu van Persie com um belo passe cavado e o holandês, que era acompanhado de perto por Gerard Piqué, girou o corpo com estilo e chutou bonito, parando em defesa de Victor Valdés.
Aos 6 minutos, o camaronês Alexandre Dimitri Song-Billong derrubou o argentino Lionel Messi e na sua primeira falta cometida acabou recebendo cartão amarelo. Talvez nervoso por já ficar pendurado ou assustado com a participação do melhor jogador do mundo (ou nem uma coisa nem outra, apenas um fato do jogo), aos 14 minutos Alexandre Song errou passe simples no meio-campo, Messi recebeu enfiada de David Villa, fintou o goleiro Wojciech Szczesny com o movimento do corpo e colocou de cavadinha perto da trave esquerda, quase marcando um golaço. Se naquele momento o goleiro polonês trabalhou tentando fechar o ângulo de Messi (o que fez muito bem), aos 18 minutos o camisa 53 mostrou bom tempo de bola para interceptar tentativa de passe de Andrés Iniesta para Villa. Com 22 minutos, uma bola perdida por Jack Wilshere perto da área deixou Messi em condições de finalizar novamente: dessa vez o argentino acertou o alvo mas facilitou a defesa de Szczesny com o chute fraco.
Aos 24 minutos, contra-ataque sensacional do Arsenal: Wilshere passou para Walcott, que arrancou e passou na direita para Fàbregas, que tirou de Victor Valdés e a bola só não chegou em Robin van Persie porque Eric Abidal cortou de forma providencial. No minuto seguinte, o gol barcelonista: Messi passou para Villa que, em condição legal, ficou de frente com o goleiro e chutou rasteiro para abrir o placar na capital inglesa.
3 minutos após marcar o 1° gol, Barça chegaria ao ataque novamente: Daniel Alves recebeu na direita, tocou para Villa, que deslocou-se em direção à linha-de-fundo e deu para Pedro Rodríguez, que finalizou com categoria mas parou em defesa de Szczesny. No mesmo minuto, resposta contundente do Arsenal: Wilshere puxou contra-ataque pelo meio e deu para van Persie, que acompanhado por Eric Abidal não conseguiu nada melhor que um chute para fora, à direita da meta.
Na marca de 37 minutos, uma jogada envolvendo Messi e Pedro acabou em finalização do argentino para dentro do gol, mas a arbitragem marcou impedimento no lance. 6 minutos depois, uma bola recuperada no ataque chegou aos pés de Nasri, que cruzou da esquerda e van Persie cabeceou por cima do travessão.
O árbitro italiano Nicola Rizzoli encerrou o primeiro tempo aos 45 minutos redondo, sem um segundo a mais. Jogos como esse merecem acréscimos generosos, mas fazer o quê... Estatísticas da primeira etapa mostravam que o Barcelona tinha mais a posse de bola (61%) mas era o Arsenal que chutava mais (6a5). E lá vieram os times com as mesmas formações para o segundo tempo, com o Arsenal já descolando uma finalização com 1 minuto: Wilshere tabelou com Cesc Fàbregas e chutou de perto da meia-lua para defesa de Valdés.
Se por um lado estava difícil o trabalho de Messi para criar jogadas agudas, por outro o talento da fera foi novamente colocado em evidência em lance no meio-campo: aos seis minutos, o argentino escapou de um carrinho de Song com um balão categórico, típico daquele seleto grupo dos grandes jogadores. Foi uma boa para Messi - que escapou ou de perder a bola ou de se machucar no lance -, foi uma boa para Song - que poderia ser expulso caso atingisse o adversário -, foi uma boa para o jogo, que ganhou ainda mais ares de espetáculo.
Aos 10 minutos, Fàbregas desarmou Sergio Busquets na defesa, Nasri ligou contra-ataque na esquerda com Walcott que, na segunda tentativa achou Robin van Persie, que chutou por cima. 3 minutos depois, um cartão amarelo para Piqué suspendeu o zagueiro do duelo de volta (a provável dupla de zaga tende a ser formada entre Carles Puyol, ausente hoje mas que deve retornar, e Eric Abidal). Naquele momento, a transmissão televisiva divulgou outro dado interessante: enquanto o Arsenal acertava 73% dos passes tentados, o Barcelona tinha um aproveitamento de 83% no fundamento. Mas o mais impressionante era o grande número de troca de passes da equipe catalã: enquanto o Arsenal trocou 203 toques de bola, o Barça já havia tocado 412 vezes - mais que o dobro!
Mas era o Arsenal que seguia chegando bem: aos 16 minutos, Cesc pegou sobra de bola, abriu na esquerda com Nasri, que centralizou e Piqué cortou. 3 minutos depois, van Persie recebeu de Wilshere, tabelou com Cesc Fàbregas e colocou no canto direito, para nova defesa de Valdés. Com 22 minutos, grande chance para Messi marcar seu primeiro gol em solo inglês: Iniesta enfiou a bola para o camisa 10 que, na cara do gol, mandou na rede pelo lado de fora, à direita.
Ainda na marca de 22 minutos, Arsène Wenger e Josep Guardiola efetuaram suas primeiras substituições no jogo. E cravo aqui que a partir desse exato momento a história da partida seria desenhada com tinta permanente: enquanto Guardiola trocava Villa por Seydou Keita, Wenger colocava Andrei Arshavin no lugar de Song. Perceba a diferença: no Barcelona, reduzia-se uma opção de ataque enquanto no Arsenal a equipe ganhava alternativas ofensivas, abrindo mão de um homem focado na marcação para a introdução de um russo conhecido pelo futebol insinuante e criativo.
Para fortalecer o ataque com uma presença de área, Wenger trouxe Nicklas Bendtner para campo aos 31 minutos, tirando Walcott, que embora tenha feito uma boa partida, vinha caindo de produção. Naquele mesmo minuto, Wilshere entrou na área pela esquerda tabelando com van Persie e Abidal voltou a intervir cortando. No minuto seguinte, o gol de empate: Wilshere passou para Gaël Clichy que, numa de suas primeiras aventuras além da linha que divide o campo, arrumou um bonito passe de primeira que chegou em van Persie. O resto do lance foi por conta do talento do camisa 10 que, praticamente sem ângulo, tratou de surpreender Victor Valdés e chutar diretamente ao gol. 1a1, para alegria da grande maioria dos 59.927 espectadores presentes no Emirates Stadium.
E se a alegria tomava conta das arquibancadas, cinco minutos depois a euforia foi contagiante: Fàbregas passou em profundidade na direita com Nasri, o francês olhou pra área, tocou para Arshavin e o russo tratou de pegar de primeira na bola, mandando no contrapé de Valdés e virando o jogo.
A torcida cantava de pé, estendendo faixas e criando uma atmosfera fantástica num jogo que ainda teria mais emoções reservadas ao amante do futebol. Aos 41 minutos, Bendtner escapou de Maxwell na esquerda, foi à linha final e chutou firme uma bola que veio a ser rebatida por Valdés. Aos 42, Messi carregou pelo centro com relativa liberdade e abriu na direita com Daniel Alves, que chutou à meia-altura e Szczesny rebateu. Na seqüência, Daniel Alves buscou Messi que, em posição de impedimento, não pegou na bola porque Szczesny mergulhou em bela antecipação.
Com 43 minutos, Iniesta deu lugar ao brasileiro Adriano no Barcelona. Aos 46, um recuo de Arshavin para Szczesny acabou sendo recolhido por Daniel Alves que achou Messi no meio da muvuca mas o argentino teve a finalização bloqueada. Foi aguardar o apito derradeiro e pensar que essa partidaça poderia facilmente ser a final da atual edição da Liga dos Campeões da Europa. Mas não é. O lado bom é que, se a decisão é em jogo único, o duelo entre Arsenal e Barcelona nas oitavas é disputado em ida-e-volta. Vem mais emoção por aí.
Mas que jogaço ontem hein? Arsenal venceu o melhor time do mundo! Arsenal venceu e calou a boca da imprensa, que falou que era impossível que o Arsenal fosse o vencedor do confronto de ontem! Mágica essa vitória!
ResponderExcluirEssa data (16/02/11) ficou marcada pra mim por essa vitória, mas fico triste porque nesta mesma data faleceu um amigo meu.
Estou confiante em uma classificação!
Abraços,
www.jogosarsenalfc.blogspot.com
As minhas analises da partida podem ser vistas em www.oscraquesnarede.blogspot.com, mas recomendo para aquele que nao assistiu a partida, ver algum VT ou entao pelo menos pegar no you tube os melhores momentos. Em jogo como esse, as imagens dizem mais que palavras.
ResponderExcluirTerca feira de Carnaval, o desfile ja tem endereco certo: Camp Nou
www.oscraquesnarede.blogspot.com
Rafael, meus sentimentos pelo seu amigo e minha comemoração pelo jogaço entre Arsenal e Barcelona.
ResponderExcluirConcordo com o "Craques", é uma partida de tamanha qualidade que vale dar uma conferida mais de uma vez.
Abraços e que venha o jogo no Camp Nou!
Emocionante, fantástico. Eu acho que quarta-feira foi o dia mais feliz de um torcedor que não ve o time ganhar titulos a 6 anos.
ResponderExcluirSem Palavras.
Abraço.
http://thegunnersbrasil.blogspot.com/