sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Falcao Resolve A Supercopa E Atlético Goleia Chelsea: 4a1

Pela quarta vez nas últimas quatro temporadas, foi para a Espanha o troféu de campeão da Supercopa Européia, decisão que reúne os atuais campeões de Liga dos Campeões e Liga Europa. Foi com uma incontestável goleada por 4a1 que o Atlético de Madrid conquistou o caneco pela segunda vez (havia ganho em 2010), praticamente não dando chances ao Chelsea.

E se o oponente não foi capaz de medir forças com a equipe comandada pelo argentino Diego Pablo Simeone, há que se valorizar a postura do Atlético em campo, que mesmo com uma vantagem dilatada no placar não abriu mão de continuar atacando e procurar mais gols, para delírio de uma torcida que fez o estádio Louis II, em Mônaco, se parecer com o Vicente Calderón, em Madrid.

O nome do jogo foi Falcao García, autor dos três gols que selaram um contundente 3a0 na ida para o intervalo, já encaminhando o título. Como se não bastasse o oportunismo notável do centroavante colombiano, o camisa 9 do Atlético ainda conseguiu agregar graça à eficiência, marcando dois belíssimos gols diante de um Petr Cech que nada pôde fazer diante de tanto talento.
Falcao García pensa a jogada e coloca a bola com categoria e precisão para marcar o segundo gol seu e do Atlético de Madrid na Supercopa Européia: atacante colombiano vem se mostrando efetivo nos jogos decisivos e foi peça-chave nessa nova conquista.

O Atlético vence, convence, e caminha para uma temporada onde, a meu ver, deve ter como maior objetivo alcançar um lugar na próxima Liga dos Campeões da Europa. Claro que isso não quer dizer que a equipe deva menosprezar a Copa do Rei ou a própria Liga Europa, mas o time mostrou força suficiente para merecer figurar na principal competição de clubes europeus. O Chelsea que o diga...

Agora, para aqueles que fazem a prematura projeção de um eventual encontro entre Chelsea e Corinthians, no Mundial de Clubes 2012, há que se considerar que existem três meses inteiros separando um jogo do outro. No futebol, tempo mais que suficiente para muitas transformações, mesmo que sem mexer nos elencos. E o Chelsea, desacreditado no início do ano, sabe bem disso...

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Equipe E Jogada Da Semana

Atual campeão europeu, o Chelsea começou bem a temporada 2012-3 na Inglaterra. Entre os dois últimos finais-de-semana, a equipe comandada por Roberto di Matteo (outrora interino e agora treinador efetivo), venceu as três partidas disputadas na Premiership. Fora de casa, estreou vencendo o Wigan por 2a0 (Ivanovic e Lampard marcaram já nos primeiros seis minutos de jogo, com o recém-contratado Hazard participando em ambos os gols). Na segunda rodada, teve dificuldades para vencer o Reading em Stamford Bridge, ganhando por 4a2 em jogo polêmico com relação a arbitragem. Na rodada seguinte, novamente dentro de casa, os Azuis de Londres venceram o Newcastle por 2a0 (Hazard e Torres marcaram). A próxima parada do embalado Chelsea é um duelo que vale título: pela Supercopa Européia, a equipe enfrenta o Atlético de Madrid, dia trinta e um.

Jogada da semana

Numa jogada individual desde o círculo central até a área adversária, Ronaldinho Gaúcho mostrou no Campeonato Brasileiro 2012 aquele talento visto por tantas vezes quando atuava pelo Barcelona. Um golaço para o Atlético Mineiro, naquele momento virando o jogo no clássico diante do Cruzeiro, em partida que terminaria 2a2. Palmas para o craque.

domingo, 26 de agosto de 2012

Flamengo Joga Melhor Que Botafogo, Mas Defesas Prevalecem E Clássico Termina Zerado


A partida entre Botafogo e Flamengo foi mais um dos clássicos cariocas para público reduzido no estádio Engenhão, com mais lugares vazios que ocupados por torcedores. O gramado, exaurido pelo acúmulo de partidas em curto espaço de tempo, foi um dos vilões. Mas se há a possibilidade de eleger um maior responsável pelo empate sem gol entre as equipes, então vamos escolher as defesas de ambos os times.
 
Não que o sistema defensivo de Oswaldo de Oliveira e de Dorival Júnior tenham sido brilhantes. Mas pelo fato de terem mantido grande atenção durante o jogo e sido combativos quando a jogada se aproximava da área, foi mais que o suficiente para neutralizar - ou amenizar - as investidas adversárias. O Flamengo, com uma dupla de ataque que pedia jogo, tinha somente um meia de articulação. Pouco para superar a barreira imposta por Amaral, Renato, Brinner e Fábio Ferreira. O Botafogo, com três meias que se movimentavam bastante, contava somente com um homem mais à frente na função de finalizador. Nada que criasse maiores transtornos para Wellington e González.

Chances claras de gol foram escassas, mas existiram. Pelo lado alvinegro, uma cobrança de falta caprichada de Clarence Seedorf foi parar na rede, só que pelo lado de fora, pouco acima do travessão - Felipe apenas acompanhou visualmente, totalmente vencido no lance. Já os rubronegros tiveram pelo menos três grandes oportunidades. Em duas delas, Jéfferson apareceu bem. Na derradeira, aos quarenta e quatro minutos do segundo tempo, o cabeceio de Liédson foi de encontro ao travessão, com o goleiro da seleção apenas torcendo para que a bola não entrasse. Não entrou e o 0a0 se manteve.

O segundo turno vem aí e os dois clubes terão de jogar mais que isso para terem maiores possibilidades de entrar na zona de classificação para a Copa Libertadores da América. Chances de título considero tão remotas, mas tão remotas, que me atrevo a descartar os dois dessa disputa que tem o Atlético Mineiro como líder soberano.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Botafogo Sufoca Palmeiras, Mas Não Consegue "Milagre"

Botafogo e Palmeiras fizeram partida interessante na noite de quarta-feira. Interessante muito mais pela disposição dos jogadores do que propriamente pelo desenho tático sugerido pelos treinadores das duas equipes. Bastante desfalcado, o Palmeiras de Felipão foi ao Engenhão para administrar os 2a0 conquistados na partida de ida, em Barueri. Não que o Verdão tenha apenas se limitado a jogar na defesa, mas o domínio dos donos da casa foi perceptível. Aliás, pela primeira vez com Oswaldo de Oliveira, o Botafogo foi montado com três zagueiros e um único volante - Renato -, numa composição inédita, provavelmente pouco treinada, mas que, graças à entrega do elenco, funcionou em vários momentos da partida. No final, o resultado de 3a1 para o Alvinegro classificou o Alviverde, que segue em frente em mais um torneio eliminatório nesse ano de 2012 (foi campeão na Copa do Brasil nessa presente temporada).

O clube de General Severiano coloca suas fichas todas no Campeonato Brasileiro, onde encontra-se na sétima posição. Não sei se será com dois ou três zagueiros, um ou dois volantes, um ou dois atacante que o Botafogo irá conseguir os resultados que eventualmente possam colocá-lo na próxima Copa Libertadores da América. Mas tudo leva a crer que o mais importante será o empenho dos jogadores, visto sobretudo nos ótimos Clarence Seedorf e Andrezinho, senhores do meio-campo.

Se o Palmeiras terá ânimo para correr atrás de mais um título, o tempo responderá (até porque a vaga na Libertadores já foi conquistada). Mas que o time está no "espírito" dos duelos estilo "mata-mata", isso não há como negar. O Patrik, por exemplo, chegou de tal maneira em Elkeson que muitos lutadores de vale-tudo devem ter ficado com inveja...

domingo, 19 de agosto de 2012

Em Bom Jogo E Com Duelo De Estrelas, Galo Vence Botafogo

Atlético Mineiro e Botafogo fizeram na tarde desse domingo, no estádio Independência, um dos melhores jogos do Campeonato Brasileiro 2012. Não bastassem as posturas ofensivas vistas tanto no time de Cuca quanto no de Oswaldo de Oliveira, as equipes contaram com grandes atuações das feras Ronaldinho Gaúcho e Clarence Seedorf, outrora companheiros no Milan e hoje adversários num gramado, infelizmente, beirando o impraticável. Mas não houve buraco no campo que contivesse o talento desses craques, que desfilaram grandes jogadas e esbanjaram visão de jogo ao longo de uma partida equilibrada e que teve seu gol de desempate saindo lá para os 42 minutos do segundo tempo, para delírio da torcida atleticana, que vê seu time garantir a liderança até, pelo menos, a virada para o segundo turno.

O Botafogo, que foi a campo buscando uma aproximação da zona de classificação para a Copa Libertadores da América 2013, não apenas iniciou a partida no ataque como conseguiu estabelecer uma certa pressão nos donos da casa. Com justiça, abriu o placar aos trinta e cinco minutos, quando Andrezinho aproveitou o rebote após boa participação de Jádson e mandou para a rede. O jogo era dinâmico na primeira etapa, não saindo mais gols graças, sobretudo, ao ótimo goleiro Jéfferson, que pegava até pensamento. Só que aos 43, não teve jeito: Ronaldinho pensou bem demais a jogada e acionou Jô, que foi bloqueado em nova grande aparição do goleiro da seleção e, no rebote, Escudero usufruiu de liberdade (Amaral apenas assistia aos acontecimentos) e completou ao gol, empatando a parada.

No segundo tempo, o Atlético conseguiu impôr seu jogo e passou a frente no marcador quando Ronaldinho foi lançado por Leonardo Silva (diz-se que a bola viajou cerca de 58 metros) e, livre, chegou na linha-de-fundo para servir Jô, que não desperdiçou. Mas o Botafogo não estava entregue, principalmente tendo em vista a grande vontade de Seedorf e Andrezinho em conduzir a equipe ao ataque. Ataque esse que ganhou cara nova, com a entrada de Rafael Marques no lugar do uruguaio Nicolás Lodeiro. E foi numa enfiada de bola magistral de Seedorf para Rafael que nascia o gol de empate botafoguense: sem ter mais o que fazer, Leonardo Silva cometeu pênalti, convertido por Andrezinho, aos trinta e cinco.

Só que havia mais emoção guardada para esse agitado duelo alvinegro: aos quarenta e dois minutos, uma jogada entre dois jogadores que entraram no segundo tempo desmantelou a defesa visitante quando Carlos César passou para Neto Berola e o atacante, sem atuar oficialmente há mais de três meses, completou com categoria para recolocar o Atlético na frente no marcador e fazer explodir de alegria a massa atleticana que tanto apoiou o time durante a partida. 3a2 para um time que joga bem, que joga pra frente e que pode muito bem servir de exemplo para qualquer equipe nesse país. Como de hábito nos times comandados por Cuca.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Gol De Barcos E Expulsão De Íbson Afundam Flamengo

A vitória do Palmeiras sobre o Flamengo na noite de quarta-feira, em Barueri, foi construída com relativa naturalidade. O time "da casa" (entre aspas porque a casa do Verdão não é aquela arena) mostrou-se mais competente na transição ao ataque e também no momento em que não tinha a bola. Não que tenha sido uma performance empolgante, até porque o número de ocasiões de gol foram muito menores que o de faltas cometidas, mas o fato é que a equipe fez por merecer a vitória.

O gol único do encontro foi marcado pelo atacante argentino Hernán Barcos, que não vacilou após o rebote concedido pelo goleiro Felipe. Quem vacilou foi o meio-campista do Flamengo que veste a camisa sete - Íbson -, que além de vir fazendo uma partida muito abaixo do que dele se espera, ainda conseguiu ser expulso no primeiro tempo de jogo pela reincidência de cartões amarelos. Se já estava difícil com ele, ficou pior ainda em desvantagem numérica.

Mas foi flagrante como o Flamengo apresentou melhorias nessa mudança de comando técnico de Joel Santana para Dorival Júnior: a equipe mostrou-se mais atenta e melhor distribuída pelo campo. Mas a ausência de um jogador mais de contenção na frente da linha de defesa acabou facilitando o trabalho do oponente, pois não foi difícil passar pela linha composta por Luiz Antônio e Renato Abreu, enfraquecidos pela ausência de Íbson e pela pouca combatividade de Thomás. De toda forma, o Fla parece evoluir.

O árbitro catarinense Célio Amorim, que apitou dezenas de faltas (a maioria cometida pelos comandados de Luiz Felipe Scolari) acabou sendo personagem central na partida, tendo aplicado catorze cartões amarelos durante o jogo. Não foi um embate dos mais violentos, mas não resta dúvida que o excesso de paralisações via infrações propositais dá uma quebrada no ritmo do jogo. Jogo esse que, por sinal, foi relativamente bem jogado. Principalmente em se tratando de um Campeonato Brasileiro repleto de equipes retraídas e gramados ruins.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Não Vale Uma Prata

As Olimpíadas-2012 ficaram para trás e o próximo torneio oficial para a seleção brasileira será a Copa da Confederações-2013, competição que antece a tão aguardada Copa do Mundo-2014.

O amistoso de hoje, diante da Suécia, anima muito mais pelo resultado final de 3a0 do que pelo desempenho coletivo da equipe comandada por Mano Menezes.

Se por um lado foram raros os momentos em que nossa defesa se viu envolvida pelos adversários, por outro há que se considerar que também não tivemos uma performance das mais criativas.

Mas o pior nem é isso, e sim o fato de, em muitos momentos da partida, a seleção ainda parecer um time desentrosado, carente de um padrão de jogo melhor definido. E se estamos falando de "um ciclo de quatro anos", no momento vamos entrando na segunda metade deste. Isto é, já passou da hora de termos, pelo menos, uma consistência tática nas partidas realizadas.

Ramires atuou na extrema direita, com Rômulo e Paulinho mais centralizados. Formação que não faz muito sentido. De quebra, Mano trocou Oscar por Hulk no segundo tempo, isto é, levando-nos a atuar com autênticos três volantes e sem um camisa dez (leia-se meia de articulação) naquele momento.

Num lance de sorte, Pato, que acabara de entrar, teve a felicidade de marcar o segundo gol. Depois, marcou o terceiro, escorregando em cobrança de pênalti que ele próprio havia sofrido. Leandro Damião, que saiu para a entrada de Pato, cumpriu sua função: marcou gol ao ser acionado por Neymar, finalizou, se movimentou. A camisa nove, se por um lado não encontrará ninguém nem perto de um Careca ou um Ronaldo, por outro já não é motivo para grandes preocupações. Sinceramente, acho que estamos melhor servidos de centroavante que de treinador...

domingo, 12 de agosto de 2012

Com Cara De Líder, Atlético Vence Vasco

Líder e vice-líder na tabela de classificação, Atlético Mineiro e Vasco se encontraram no estádio Independência e não decepcionaram aqueles que esperavam um grande jogo. A partida foi movimentada (principalmente devido ao ótimo sistema de criação de jogadas atleticano) e o resultado final de 1a0 não retratou a dinâmica dos acontecimentos.

O jogo

Num país onde a mídia sensacionalista parece se multiplicar, o Atlético Mineiro foi recentemente alvo da imprensa por fatores extra-campo. Mas, se aconteceu alguma coisa mais ou menos perto do que foi noticiado, o relfexo no campo teve efeito inverso - com ótima atuação coletiva e conduzida pelo talento inconfundível de Ronaldinho Gaúcho, a equipe comandada por Cuca se impôs, foi superior durante a maior parte do tempo e por muitas vezes colocou o competente sistema defensivo de Cristóvão Borges na roda.

O ritmo acelerado atleticano no campo de ataque foi visto com intensidade nos primeiros minutos, com o Vasco, aos poucos, conseguindo se portar no gramado de modo a diminuir as oportunidades de gol ao adversário. Gramado que, diga-se, mostrou não ter condições de comportar os jogos de Atlético, Cruzeiro e América, dando claros sinais de desgaste. Isto é, o jogo que era bom, poderia ter sido ainda melhor se disputado num terreno mais apropriado para a prática esportiva.

Bernard e Guilherme se deslocavam bastante e aumentavam as opções de passe para um lúcido Ronaldinho, que tinha ainda Jô mais à frente como referência no ataque. Mas, bem marcado por uma defesa atenta, o Atlético só conseguiu abrir a contagem aos 24 minutos no segundo tempo: Ronaldinho cruzou da esquerda, Fernando Prass desviou com um tapa e a bola chegou até Jô, que completou para a rede, no canto esquerdo. 1a0 Atlético e explosão de alegria da maior parcela de torcedores presentes nas arquibancadas. Detalhe: o Vasco não sofria gol há oito jogos.

Atrás no placar, o Vasco levava perigo basicamente nos lances de bola parada, com Juninho Pernambucano mostrando seu reconhecido talento nesse fundamento. Porém, a cobrança de falta que mais deu trabalho a um dos goleiros foi efetuada por Ronaldinho, que chutou forte e parou em defesa de Prass, que espalmou no alto. Cristõvão alternou formações no ataque, jogando o primeiro tempo com Éder Luís e Alecsandro, iniciando a segunda etapa com o equatoriano Tenório no lugar de Éder e terminando a partida com Alecsandro ao lado de William Barbio (Tenório saiu sentindo uma contusão que, a princípio, foi dita como estiramento na panturrilha direita). E se nenhuma das formações deu grande efeito, muito se deve a atuação pouco produtiva de Carlos Alberto, sobrecarregado na função de conectar o meio ao ataque.

Com essa vitória, o Atlético aumentou para quatro pontos a diferença para o Vasco na ponta da tabela - e tem um jogo a menos, podendo aumentá-la para sete. E o mais importante: o Atlético mostrou futebol de líder, postura de campeão e contou com o apoio de uma torcida que parece sentir que as coisas caminham muito bem, obrigado. Digam os sensacionalistas o que quiserem...

sábado, 11 de agosto de 2012

Obrigado, México!

A seleção brasileira caminhava em direção ao inédito ouro olímpico no futebol masculino, numa trajetória que começou antes das Olimpíadas através de um trabalho muito bem feito quando sob o comando de Ney Franco. Mas erros foram cometidos, sendo talvez o maior deles o fato de a CBF "passar o bastão" para Mano Menezes, que tratou de bagunçar uma equipe até então bem arrumada taticamente.

Mesmo assim, vencemos cada um dos cinco jogos realizados na Grã-Bretanha, mascarando uma realidade que foi exposta nesse sábado, no estádio Olímpico de Londres, para quase 90.000 presentes. Graças aos deuses do futebol, esse sonho pela conquista inédita foi adiado para Rio-2016. Quem sabe lá, daqui a quatro anos, façamos um melhor planejamento, estejamos sob comando técnico de algum treinador com mentalidade digna de um país pentacampeão mundial e façamos por merecer o feito do ouro.

Felizmente, dessa vez ficou com o México. Time que deu aula de consistência tática, consciência do que fazer na transição ao ataque, posicionamento, atitude, marcação, tempo de bola. Mesmo cometendo alguns erros pontuais e estando desfalcado de seu maior jogador na atualidade - Giovani dos Santos -, os mexicanos foram merecedores desse título. O futebol brasileiro, que precisa se reencontrar, e o mundial, que vem sendo agraciado pela vistosa seleção espanhola, agradecem ao México.

Alguns do erros de Mano Menezes

- Inisistir em repetir na final a pífia escalação utilizada na semifinal, com Alex Sandro, Sandro e Rômulo titulares para Lucas, Ganso e Pato reservas
- Acreditar que Hulk possa ser mais útil que Lucas, sub-aproveitando um jogador talentoso que, nos poucos minutos em que atuou, esteve na maior parte do tempo fora de posição
- Não conseguir dar a devida proteção a uma defesa que, exposta por um meio-campo irregular no combate e por dois laterais que rotineiramente dão espaço às suas costas, acabou sofrendo muitos gols ao longo da competição
- Não dar um padrão de jogo compatível ao talento dos jogadores, apostando muito mais na individualidade dos atletas do que na força do jogo coletivo

Um trabalho que deveria ter terminado na Copa América 2011 chegou a Londres-2012. Ganhou a prata. Será que vai adiante?
Seleção brasileira cabisbaixa em campo enquanto mexicanos festejam nas arquibancadas: o ouro não veio e foi melhor assim.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

De Novo, Brasil Vence De Três E Sem Convencer

Vinte e quatro anos depois da presença na final olímpica em Seul-1988, o Brasil retorna a uma disputa pela medalha de ouro. O título inédito para a modalidade será disputado diante do México, que passou pelo Japão com uma vitória de virada, por 3a1. A seleção brasileira, que também enfrentou uma equipe asiática na fase semifinal, goleou por 3a0 em partida onde foi, novamente, beneficiada pela arbitragem européia.

Curiosamente, esse foi o quinto jogo - em cinco disputados nessas Olimpíadas - que a equipe marcou três gols na mesma partida.

A Coréia do Sul, que conseguiu dominar o jogo em seus primeiros minutos, não abriu o placar por detalhes. Aos poucos, a seleção brasileira melhorou em campo (leia-se passou a contra-atacar com mais perigo), e conseguiu inaugurar o marcador aos trinta e sete minutos, quando Rômulo recebeu de Oscar após jogada iniciada por Neymar e chutou rasteiro, no canto esquerdo, dando chance mas não defesa ao goleiro Lee Beom-Young, que falhou na tentativa de defender com a perna esquerda.

Mantidas as formações no intervalo, Mano Menezes continuou fazendo uso de três volantes (Sandro, Rômulo e Alex Sandro) e parecia não se esforçar em impôr um estilo de jogo baseado na posse de bola. Pelo contrário: o Brasil se fechava atrás e, pouco compacto, apostava no talento de Oscar, Neymar e Leandro Damião mais à frente.

Jogando com a bola e buscando o ataque, a Coréia tinha tudo para empatar a partida aos três minutos em cobrança de pênalti. Mas a tal cobrança jamais aconteceu, graças ao árbitro tcheco Pavel Kralovec, que ignorou, mesmo bem posicionado, a penalidade cometida por Sandro em Kim Bo-Kyung. Sem ter nada a ver com isso (quer dizer, vai saber...) a seleção brasileira foi lá e marcou mais dois gols, ambos contando com o oportunismo de Damião, goleador no torneio olímpico com seis gols.

Após a larga vantagem no placar, Mano realizou uma substituição de cada vez. Colocou Hulk no lugar de Marcelo, deslocando Alex Sandro para a lateral-esquerda e passando a jogar com dois volantes em vez de três, aos trinta minutos do segundo tempo. Dois minutos após, trocou Damião por Alexandre Pato. Mais cinco passados, pôs Bruno Uvini no lugar de Juan. Lucas e Ganso no banco permaneceram. E o futuro tático do futebol brasileiro treme com a possibilidade de ver uma seleção com cara de time de pelada avançar em direção a uma conquista inédita.

Será muito melhor, acredita este blogueiro, que a façanha dourada aconteça nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, e de preferência com a equipe sendo treinada de forma condizente às tradições daquela camisa amarela.

domingo, 5 de agosto de 2012

Mesmo Com Jogador A Menos, Honduras Endurece Classificação Brasileira

Pela quarta vez em quatro partidas nessas Olimpíadas de Londres 2012, a seleção brasileira de futebol masculino conseguiu marcar três gols no jogo. Dessa vez, quem acabou sendo personagem central na vitória foi o atacante Leandro Damião, que se por um lado não teve atuação brilhante, por outro acabou conseguindo estar no lugar certo e na hora certa em momentos importantes da partida - foi pelo bom senso de posicionamento que o camisa nove empatou a partida aos trinta e sete minutos e sofreu o pênalti para reestabelecer a igualdade no marcador aos cinco minutos do segundo tempo. Aos catorze da etapa final, sua jogada mais exuberante rendeu a virada no placar, quando recebeu de Neymar, limpou a marcação e finalizou no contrapé do goleiro hondurenho.

É bem verdade que a grande atuação do arqueiro José Alberto Mendoza Posas evitou o que poderia ter sido um placar mais elástico a favor dos brasileiros. Mas o fato é que, a julgar pela expulsão de Wilmer Crisanto aos trinta e dois minutos e a superioridade técnica dos jogadores brasileiros, o desenrolar da partida denunciou fragilidades táticas na equipe comandada por Mano Menezes. O árbitro alemão Felix Brych, dúbio nos critérios disciplinares, sentenciou a vantagem numérica aos brasileiros diante de um adversário que, se por um lado era de fato faltoso, por outro não era violento - e terminou a partida com nove homens em campo.

Uma Honduras que, após vencer a Espanha na segunda rodada na fase de grupos (1a0), mostrou-se valente diante de um país pentacampeão mundial, abrindo o placar em boa jogada pelo lado esquerdo, com passe de Maynor Figueroa e finalização de Mario Roberto Martínez Hernández. Mario Martínez que também participou do segundo gol da seleção da América Central, tocando para Roger Espinoza, aos dois minutos do segundo tempo, recolocar os caribenhos em vantagem no placar. Uma seleção que, embora retraída em seu campo na maior parte do tempo, mostrou grandes qualidades na transição ao ataque e deu alguma canseira na defesa brasileira.

Mano Menezes, que via a seleção vencer por 3a2 e ter um homem a mais no gramado, mostrou mais um pouco de sua fraqueza ao trocar Hulk por Lucas, aos vinte minutos no segundo tempo. Em primeiro lugar porque Lucas como reserva de Hulk já é uma aberração. E depois porque, pelo contexto da partida e por mais que Hulk não atuasse em bom nível, era tranqüilamente possível experimentar a seleção com os dois juntos - poderia ter tirado Rafael e deslocado Danilo para a lateral-direita, ou então ter posto Lucas no lugar de Rômulo. Se fizesse isso, teríamos uma equipe com Oscar um pouco mais recuado, Hulk e Neymar pelas pontas e Lucas encostando no centroavante Damião, numa formação que teria a proteção de um volante a frente da linha de quatro defensores. Mas a filosofia do treinador parece diferente da do futebol brasileiro e foi dada preferência a tocar a bola de lado e manter o placar até o final. Talvez o castigo esteja guardado para a semifinal diante da Coréia do Sul. Talvez para mais tarde. Talvez não haja castigo. O fato é que as escolhas de Mano, muitas das vezes, castigam o futebol brasileiro.

Outros resultados

Japão 3a0 Egito
México 2a2 Senegal (4a2 na prorrogação)
Grã-Bretanha 1a1 Coréia do Sul (4a5 nos pênaltis)

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Eficiente, Japão Elimina Brasil No Futebol Feminino

A seleção feminina brasileira caiu para as japonesas na fase quartas-de-final nas Olimpíadas de Londres 2012. Analisando friamente a estatística, essa foi a pior campanha olímpica das mulheres do "país do futebol [masculino]". Mas vendo o jogo, é necessário fazer justiça: o time comandado por Jorge Barcellos começou bem a partida, dominou as ações, pressionou o Japão. Não aproveitou nenhuma oportunidade criada e, no momento em que as nipônicas melhoraram em campo e passaram a se sobressair, tiveram a felicidade de abrir o placar, com gol aos vinte e sete minutos, em lance de descuido da última linha de defesa brasileira, que permitiu que Ogimi recebesse cobrança de falta pelas costas da marcação e avançasse bem à vontade em direção à baliza.

A equipe brasileira não reagiu bem ao revés parcial e rumou para o vestiário com um rendimento abaixo daquele que era visto nos primeiros vinte minutos de jogo. Na etapa complementar, Marta continuou sem encantar (a camisa dez tantas vezes nomeada melhor do mundo não era nem sobra de si mesma) e a defesa cometia novas falhas. E foi jogando no erro brasileiro que, novamente aos vinte e sete minutos, o Japão chegou ao gol: Ohno foi lançada, limpou a marcação e finalizou lindamente, mandando no travessão e na rede. 2a0 para as japonesas.

Barcellos tardou a fazer alterações numa equipe visivelmente abatida psicologicamente e, por conseqüência, perdida do ponto de vista tático, contrastando fortemente com os minutos iniciais de partida. Por conta dessa queda de produção e da eficiência japonesa, o resultado acabou sendo justo. O Japão, atual campeão mundial, avança para enfrentar a França na semifinal olímpica. O Brasil já pode, ou melhor, deve, pensar nas Olimpíadas do Rio 2016. E precisará de um planejamento sólido, absolutamente diferente do descaso atual, onde a diferença ao tratamento dado a homens e mulheres nessa modalidade beira o sexismo. Olhando por esse ângulo, o país realmente não merecia uma medalha. Elas, sim, por mesmo diante de tudo isso estarem aí, vestindo a camisa e correndo atrás. Que elenco e nação façam por merecer a conquista do ouro daqui a quatro anos.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Conduzido Por Barcos, Palmeiras Vence Botafogo Na Copa Sul-Americana 2012

O Palmeiras venceu o Botafogo em Barueri e ficou bastante próximo da classificação para a fase oitavas-de-final na Copa Sul-Americana 2012. Os dois gols do jogo foram marcados no segundo tempo pelo atacante argentino Hernán Barcos.

O jogo

Melhor postado em campo e mais incisivo quando com a posse de bola, o Botafogo dava sinais de que levava a partida mais a sério do que o Palmeiras. Também pudera: a equipe alviverde, campeã na Copa do Brasil, já tem vaga assegurada na próxima Copa Libertadores, coisa que o Alvinegro ainda corre atrás.

Chances de gol aconteceram com Lucas, Vítor Júnior e Andrezinho, que deu lindo chute que carimbou caprichosamente o travessão. E, se o time visitante não aproveitou as oportunidades, veio a segunda etapa para Barcos mostrar como é que se faz.

Logo a um minuto, Artur cruzou da direita, Lucas não conseguiu cortar e permitiu que Barcos recebesse a bola às suas costas - com um ótimo domínio e precisa finalização, o argentino mandou perto do ângulo esquerdo, com a redonda ainda tocando no travessão antes de entrar.

A vitória parcial de 1a0 já era um resultado interessante em se tratando de um torneio eliminatório que tem como regulamento o desempate pela quantidade de gols marcados fora de casa. E a situação ficou ainda melhor para os palmeirenses aos dezenove minutos, quando Barcos recebeu lançamento de João Vítor e, da meia-lua, esbanjou categoria para colocar a bola no canto direito - Jéfferson até chegou a desviar sutilmente, mas não o bastante, pois a bola tocou na parte interna da trave e tomou o caminho da rede. 2a0 Palmeiras, para alegria de cerca de 3.800 palmeirenses que acompanharam de dentro do estádio na noite de quarta.

A equipe visitante tinha tudo para diminuir o prejuízo aos vinte e quatro minutos, mas Rafael Marques, de frente para o goleiro, teve seu chute forte defendido por Bruno. O resultado acabou persistindo até o apito final, o que obriga o Botafogo a vencer por mais que dois gols de diferença, dia 22, no Engenhão, para se classificar. Repetindo o resultado de 2a0, o desempate será nas penalidades. Caso marque gol, o Palmeiras se classifica mesmo perdendo por dois gols de diferença. Vai que o Verdão não cria gosto de tentar conquistar mais essa competição...

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

De Três Em Três, O Brasil Enche O Balaio

A trajetória da seleção brasileira masculina de futebol nas Olimpíadas de Londres cumpriu bem a sua primeira etapa: com três vitórias em três partidas, a equipe avançou para a fase quartas-de-final, marcando três gols em cada jogo disputado na fase de grupos (começou sofrendo dois do Egito, depois levou um da Bielorrússia e por fim terminou a partida sem ser vazada perante a Nova Zelândia).

Diante dos neozelandeses, a construção dos 3a0 foi relativamente tranqüila, em partida onde ficou evidente que Lucas não pode, em hipótese alguma, ser reserva de Hulk. Mesmo com Neymar tendo atuação menos acesa que no jogo anterior, a seleção chegou aos gols naturalmente e raramente teve sua meta colocada em risco.

Diante de um adversário bastante retraído, o Brasil abriu a porteira na defesa dos All Whites após marcar o primeiro gol: aos vinte e dois minutos, Danilo se apresentou no ataque, tocou para Leandro Damião e o centroavante do Internacional fez muito bem o papel de pivô, recebendo na meia-lua e tocando no espaço vazio para Danilo, que entrou na área e, perto da marca do pênalti, concluiu ao gol. 1a0 no placar.

Seis minutos depois, Damião foi à rede após bela jogada pela esquerda: Marcelo tocou de letra para Alex Sandro e deste saiu cruzamento rasteiro, completado pelo camisa nove. Na comemoração, Damião fez questão de apontar para o autor da assistência, mostrando maturidade.

No segundo tempo, um gol aos seis minutos deu números finais: Marcelo cobrou falta pela esquerda, Damião não alcançou a tentativa de cabeceio e Sandro, no segundo poste, completou.

A Nova Zelândia, que tinha no ataque um camisa nove que atuou na Copa do Mundo 2010 (Shane Smeltz), não ofereceu grande perigo ao time comandado por Mano Menezes. Tudo leva a crer que as dificuldades irão aumentar a partir de agora, com adversários mais qualificados pelo caminho. Nessas ocasiões, é bom ficar atento e não repetir erros vistos até aqui, como por exemplo o gol perdido por Neymar em lance sem goleiro e a expulsão de Alex Sandro pelo segundo cartão amarelo. Continuaremos no estádio St. James Park, em Newcastle, aguardando o oponente das quartas. Oponente maior que, a meu ver, talvez sejamos nós mesmos.