sábado, 31 de março de 2012

Barça Vence Bilbao E Segue Corrida Pela Tríplice Coroa

Em jogo válido pela trigésima rodada na Liga Espanhola, o Barcelona recebeu o Athletic Bilbao no estádio Camp Nou e venceu por 2a0 (gols de Andrés Iniesta e Lionel Messi). Vindos de jogos intensos pelas competições européias, tanto Josep Guardiola quanto Marcelo Bielsa pouparam alguns jogadores de atuarem os noventa minutos (o Barcelona havia jogado quarta-feira na Itália e o Athletic atuara quinta-feira, na Alemanha).

Com 72 pontos, o Barcelona está seis pontos atrás do Real Madrid (que nessa rodada goleou o Osasuna, fora de casa, por 5a1). O Athletic encontra-se com 38 pontos, distante nove pontos da zona de classificação para a Liga dos Campeões da Europa e a cinco pontos da zona de classificação para a Liga Europa. Parece que o caminho mais curto - embora não necessariamente menos complicado - para o Athletic disputar um torneio continental na próxima temporada reside na conquista da própria Liga Europa.

O jogo

Conseguindo desenvolver seu estilo de jogo de troca de passes, o Barcelona logo ditou o ritmo da partida e manteve os acontecimentos limitando-se basicamente ao campo de ataque. Entre uma investida e outra, a defesa do Athletic evitava ser vazada do jeito que dava, como em lance polêmico onde a bola foi tirada praticamente em cima da linha, deixando dúvida sobre ter caracterizado gol. A força do elenco espanhol minimizava a ausência de Xavi Hernández e Carles Puyol entre os titulares (Xavi só foi colocado em campo aos trinta e um minutos do segundo tempo, enquanto Puyol permaneceu no banco por todo o decorrer do jogo). E o placar veio a ser inaugurado aos trinta e nove minutos do primeiro tempo: Alexis Sánchez desarmou Iñigo Pérez, passou para Messi e o craque serviu Iniesta, que arrancou em velocidade e chutou com força. 1a0 Barcelona, placar do primeiro tempo.

No intervalo, Bielsa promoveu as entradas dos titulares Iker Muniain e Ander Herrera (Ibai Pérez e Iñigo Pérez não retornaram para a etapa complementar). Apesar do Athletic ensaiar uma melhora no jogo, o domínio continuava sendo barcelonista, e aos doze minutos saiu o segundo gol. Tudo começou em novo lance duvidoso, uma vez que tenha ficado difícil garantir que Javi Martínez tenha de fato derrubado Cristian Tello. De toda forma, Antonio Miguel Mateu Lahoz marcou penalidade máxima na jogada e ainda deu cartão amarelo para Javi Martínez. Messi converteu a cobrança com um chute rasteiro no canto esquerdo, marcando seu trigésimo sexto gol nesse Campeonato Espanhol.

Ao gol sucedeu a última mexida de Bielsa, trocando Gaizka Toquero por Fernando Llorente. Mais tarde, Guardiola pôs em campo Pedro Rodríguez (Tello saiu) e Seydou Keyta (Sánchez deixou o gramado). O Athletic cresceu de rendimento e passou a marcar mais e melhor presença no campo ofensivo. Na maior oportunidade de se aproximar no placar, Muniain foi acionado em velocidade e chutou tirando de Victor Valdés. Mas não de Gerrard Piqué, que cortou e impediu que a bola entrasse. 2a0 foi mesmo o placar final.

Na próxima rodada pelo Espanhol, o Barcelona visita o Real Zaragoza e o Athletic Club recebe o Sevilla. Mas, antes disso, as equipes têm o compromisso de jogar a volta na fase quartas-de-final de suas respectivas competições européias, diante de Milan e Schalke 04. No final da temporada, Barça e Bilbao se reencontram no estádio Vicente Calderón, na capital Madrid: é a partida que vale o troféu de campeão na Copa do Rei 2011-2. Jogo altamente promissor.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Athletic Bilbao Deixa Schalke De 4 Em Gelsenkirchen

Schalke 04 e Athletic Club mediram forças nessa quinta-feira, em Gelsenkirchen, e fizeram uma bela partida de futebol válida pela fase quartas-de-final na Liga Europa 2011-2. Cada equipe deteve 50% do tempo de posse de bola e os três goleiros tiveram que trabalhar bastante nessa partida de seis gols, duas viradas e muita movimentação. Raúl González e Fernando Llorente, com dois gols cada, foram dois dos principais personagens da partida, vencida pela equipe basca por 4a2 (Oscar De Marcos e Iker Muniain também marcaram).

Para o jogo de volta, marcado para o estádio San Mamés na próxima quinta-feira, o Bilbao se classifica mesmo perdendo por um gol de diferença (derrotas por 2a0 e 3a1 também "servem" aos comandados de Marcelo Bielsa). A missão do bom time alemão é complicadíssima, uma vez que já entrará em campo com a necessidade de buscar pelo menos três gols. E tudo isso diante de um time muito bem montado e fortíssimo nas jogadas de contra-ataque, tal como demonstrou nessa partida disputada em solo alemão.

O jogo

De um lado, uma equipe que vinha de quatro vitórias consecutivas na temporada e jogava com o apoio de uma torcida atuante - e quando digo atuante é no sentido que compete ao autêntico torcedor de futebol, aquele que "joga junto" com o time, marcando presença nas mais variadas situações que uma partida pode reservar. De outro lado, um time que, após a histórica classificação diante do Manchester United na fase anterior, acumulava três jogos sem vencer no Campeonato Espanhol. E o início de partida entre Schalke e Athletic já alimentava as expectativas de um jogo interessante: marcando já no campo ofensivo, os visitantes dificultavam a saída de jogo dos donos da casa e não tardavam a recuperar a posse de bola, impondo um ritmo de troca de passes que colocava o adversário, em alguns momentos, literalmente na roda. Chances de gol surgiram para os dois lados, com destaque para as oportunidades de Fernando Llorente e Klaas-Jan Huntelaar, chutadas para fora.

O placar seria inaugurado aos dezenove minutos: em jogada rápida de Oscar De Marcos pelo flanco direito, Fernando Llorente mostrou seu faro de gol apuradíssimo e grande senso de posicionamento: o camisa nove aproveitou rebote do goleiro Timo Hildebrand e chutou duas vezes até estufar a rede, levando a melhor em jogada que também contava com os defensores adversários Kyriakos Papadopoulos e Atsuto Uchida. 1a0 para os visitantes.

Estimulado por uma vibrante torcida que lotava a Veltins Arena, o Schalke 04 foi rápido na resposta: aos vinte e um minutos, Jefferson Farfán, que se deslocava bastante pelo ataque dos Azuis Reais, tinha a bola no flanco direito e passou para Uchida, que cruzou rasteiro e encontrou Raúl González, no primeiro poste, em condição de finalizar e empatar a partida. 1a1 no placar.

O Schalke parecia crescer na partida e a maioria das jogadas mais incisivas da equipe tendiam a encontram Raúl, que dava muita canseira na defesa basca, com uma disposição e poder de decisão que nem faziam parecer que estávamos falando de um jogador com trinta e quatro anos de idade. Llorente também marcava presença com estilo, mostrando importância não somente no momento de finalização mas também para distribuir a bola no ataque e atrair a marcação na busca por espaços. De toda forma, as redes só voltariam a balançar na etapa complementar.

No intervalo, o goleiro Hildebrand deu lugar para Mathias Schober, de trinta e cinco anos (três anos mais velho que o titular da posição). Pelo lado dos visitantes, Ibai Gómez Pérez, atacante de vinte e dois anos, entrou no lugar de Ander Herrera Aguera, meio-campista de mesma idade que o jovem que o substituíra.

Mandando no jogo, o Schalke ia conseguindo aumentar a pressão e passava a atuar a maior parte do tempo no campo ofensivo, conseguindo encaixar uma maneira de jogar que dava ao time possibilidades de explorar os espaços deixados pela defesa oponente. Numa dessas investidas, a defesa do Athletic não conseguiu afastar o perigo que rondava sua área, Raúl tentou a tabela com Huntelaar e acabou decidindo concluir o lance com um remate cruzado, sendo feliz na finalização e marcando um golaço no canto esquerdo, sem qualquer chance de defesa para o goleiro Gorka Iraizoz Moreno. 2a1 para o time da casa, de virada, aos treze minutos, numa obra-prima do maior goleador na história das competições européias.

Raúl seguia fazendo grande partida e esteve perto de marcar o terceiro, o que daria uma vantagem relevante ao Schalke 04 no confronto. Mas o Athletic também tem seu goleador. E goleador é assim: "aparece" no jogo quando parece menos provável. Com o Schalke conseguindo exercer relativo domínio territorial na partida, as chegadas do Athletic ao ataque iam se tornando mais escassas. Aos vinte e sete minutos, pintou um escanteio para os bascos. E era o suficiente para Fernando Llorente, que se deslocou ao primeiro poste e cabeceou com precisão, completando, como manda o figurino, o cruzamento de Ibai. 2a2 em Gelsenkirchen.

Foi um duro golpe para o treinador Huub Stevens, que dezesseis minutos atrás realizara suas duas últimas substituições (Lewis Holtby e José Manuel Jurado Marín entraram, Marco Höger e Julian Draxler saíram) e via seu time superior ao adversário dentro de campo. Marcelo Bielsa, que dois minutos antes do gol de empate de seu time havia posto o meio-campista Iñigo Pérez Soto no lugar do defensor Jon Aurtenetxe, passou a colher os frutos de sua ousadia tática e ver os bascos emplacarem mais dois gols no jogo, construindo uma virada espetacular. Aos trinta e cinco, Ibai inverteu o jogo na direita, Markel Susaeta Laskurain centralizou (não sei se tentando o gol ou a assistência), Schober espalmou e De Marcos conferiu no rebote, com a bola entrando lentamente e quase sendo interceptada por Christian Fuchs. 3a2 Bilbao, na segunda virada do jogo, para alegria dos bascos que marcaram presença na Alemanha.

Autor do 3º gol, De Marcos deu lugar para o defensor Borja Ekiza Imaz, reequilibrando o poder de marcação de Los Leones. Mas quem pensava que a mexida era para propôr uma postura defensivista, certamente esqueceu que estamos falando de um time de Bielsa, caracterizado por sempre buscar o gol, independentemente das circunstâncias. E, aos quarenta e sete minutos, saiu o quarto: após tentativa de lançamento pelo lado direito, Jermaine Jones cortou parcialmente e a bola chegou em Susaeta, que arrancou em disparada, entrou na área e, com um simples toque para o lado, centralizou a jogada com uma assistência irrepreensível, concluída por Muniain para o fundo do gol. 4a2 para o sensacional Athletic Club, de Bilbao para o mundo, com as bênçãos de Marcelo Bielsa e dos deuses do futebol.

Outros resultados

AZ Alkmaar 2a1 Valencia
Sporting 2a1 Metalist
Atlético Madrid 2a1 Hannover

quinta-feira, 29 de março de 2012

Uma Zona Chamada Flamengo

Olímpia e Flamengo, que já haviam feito uma partida de muita repercussão duas semanas atrás, voltaram a se enfrentar nessa quarta-feira pela Copa Libertadores da América. Como não tinha assistido aquele jogo disputado no Rio de Janeiro, não me senti a vontade para tecer maiores comentários sobre o duelo onde o Flamengo abriu 3a0 e, nos últimos quinze minutos, cedeu o empate aos visitantes. Só que esse encontro realizado em Assunción tive a oportunidade de acompanhar, e, mais uma vez, flagrei fraquezas na equipe comandada por Joel Santana. Diferentemente de quando o Rubronegro jogou bastante desfalcado com o Friburguense, dessa vez o "fator entrosamento" foi menos relevante do que a falta de coesão e padrão de jogo na performance da equipe brasileira. Erros de marcação, dificuldades para encaixar seu jogo e vulnerabilidade mesmo quando a jogada adversária parecia previsível - tudo isso foi visto na atuação da equipe. O Olímpia, que parece contar com um time razoável, construiu o resultado com relativa naturalidade, explorando as fragilidades adversárias e merecendo sair com a vitória diante de sua inflamada torcida, que lotou o estádio Defensores del Chaco.

É bem verdade que o chileno Enrique Osses, que já havia mostrado dificuldades na arbitragem de Libertad e Vasco, não esteve bem. Mas a atuação flamenguista foi tão irregular, tão zoneada e por vezes tão destemperada, que o personagem do apito passou longe de ser significativo na derrota da equipe. Antes de julgar o pouco tempo dado como acréscimo, por exemplo, deve-se prestar atenção na bizarra falta cometida por David Braz na lateral esquerda, quando o adversário não oferecia qualquer perigo - e dali nascia o primeiro gol, marcado pelo uruguaio Orteman (que atuou bem e deu bastante trabalho à defesa rubronegra, restando saber se era talento do careca, bobeira do sistema de marcação adversário ou um misto das duas coisas). Outro vacilo tremendo do Flamengo deu-se na ocasião do segundo gol paraguaio: haviam quatro marcadores para dois atacantes, e mesmo assim Pablo Zeballos teve liberdade para finalizar duas vezes. E com um detalhe: Zeballos estava caído no início do lance!

Para seguir na Libertadores, o Flamengo depende somente de si: vencendo o Emelec, no Equador, e o Lanús, no Engenhão, a equipe garante vaga na fase oitavas-de-final. Mas creio que a missão anterior à eventual classificação esteja no esforço em fazer essa equipe jogar bem. Porém, pelo que conheço do trabalho de Joel Santana, talvez seja mais fácil acreditar na classificação do que num bom futebol da equipe...

Cabe uma pergunta final, que dedico basicamente aos torcedores do Clube de Regatas Flamengo: é do Adriano que esse time está precisando?

Milan Se Defende E Consegue 0a0 Diante Do Barcelona

Milan e Barcelona fizeram um jogo à altura da tradição de seus uniformes. Na partida de ida pela fase quartas-de-final na Liga dos Campeões da Europa, a atmosfera já era especial desde antes do apito inicial, quando torcedores milanistas montaram mosaico sensacional, numa bem-humorada alusão de que o Milan iria devorar o Barcelona, via imagem do jogo "pacman". Só que, na verdade, foi o Barça quem engoliu o Milan em San Siro. Com muito mais posse de bola, muito mais ocasiões de gol e muito mais disposição de atacar, os comandados de Josep Guardiola pressionaram a forte defesa rossonera durante grande parte do tempo mas, por detalhes, não conseguiram converter nenhuma oportunidade em gol (a única bola que entrou deu-se em impedimento de Lionel Messi, corretamente assinalado pela arbitragem sueca).

Com o resultado de 0a0, o Milan irá ao Camp Nou com a possibilidade de se classificar sem precisar vencer o clube catalão: basta empatar com gol (em caso de novo 0a0, a partida avança para prorrogação ou até disputa por pênaltis, o que, sinceramente, não acredito que aconteça). Fato é que após o apito final no estádio Giuseppe Meazza, os atletas do time da casa festejavam como se fosse uma vitória. E vá lá: pelo que se propuseram a fazer no jogo e pelo nível do oponente, o empate sem gol pode mesmo ter um sabor de triunfo.

O jogo

Desfalcado de dois elementos fundamentais para o sistema defensivo (o zagueiro Thiago Silva e o volante Mark van Bommel), o Milan mostrou superação desde o início de partida e dificultou ao máximo as tentativas de jogadas de penetração do hábil, entrosado e versátil time do Barcelona. Entre erros e acertos, a dupla de zaga composta por Alessandro Nesta e Philippe Mexès funcionou, a proteção dada por Massimo Ambrosini (que mais parecia um terceiro zagueiro do que um cabeça-de-área) e a disposição tática (leia-se defensiva) de Antonio Nocerino, Kevin-Prince Boateng e Clarence Seedorf formaram uma parede branca para impedir os avanços adversários. E com um atrativo: o Milan era perigoso quando conseguia, mesmo que raramente, avançar. Teve a maior chance do jogo já aos dois minutos, aproveitando-se de um erro pra lá de incomum na saída de bola do Barça, que Robinho acabou chutando para fora. Zlatan Ibrahimovic também poderia ter aberto o placar para os donos da casa, mas teve a finalização rasteira bloqueada em linda intervenção do goleiro Victor Valdés.

O Barcelona circulava bem a bola - o que não é nenhuma novidade - e se apresentava com Daniel Alves na extrema direita, Andrés Iniesta no flanco oposto, Xavi Hernández e Messi mais centralizados e Alexis Sánchez como, digamos, referência mais à frente. Uma referência móvel, para fugir da barreira milanista que se impunha. Em meio a tantos recursos ofensivos, chances apareceram. Bolas foram chutadas para fora, bolas pararam em defesas do goleiro Christian Abbiati (pelo menos duas delas de grande dificuldade), e outros chutes acabaram rebatendo em jogadores do Milan, afinal, eram muitos que ficavam atrás da linha da bola.

Veio o segundo tempo e a marcação milanista estava tão encaixada quanto a troca de passes barcelonista, caracterizando um jogo de ataque contra defesa. Só que o melhor jogador em campo não era nem um atacante do Barcelona nem um zagueiro do Milan, era o meio-campista holandês Clarence Seedorf. Numa atuação digna de um camisa 10 clássico, o jogador de 35 anos - completa 36 dia 1º de abril - deu um show em San Siro. Esperto na marcação, sabia cercar o seu setor de forma a dificultar a fluidez do jogo do Barça por onde estivesse posicionado. Inteligente na saída de jogo, parecia sempre saber qual era o companheiro em melhor condição de receber a bola. E, principalmente, Seedorf foi espetacular nos momentos em que parecia não haver opção de jogada. E aí apareceram jogadas de efeito maravilhosas, como uma em que ele se livrou de uma marcação dupla com um categórico toque na bola, abrindo espaço onde, fração de segundo atrás, inexistia.

No final das contas, persistiu o placar de 0a0 para esses dois gigantes do futebol mundial. Talvez fosse, dos quatro jogos de ida, o que menos se esperasse um placar zerado - e acabou sendo o único. Massimiliano Allegri deve ter ficado contente.

Outros resultados

Terça-feira
Apoel 0a3 Real Madrid
Benfica 0a1 Chelsea

Quarta-feira
Olympique de Marselha 0a2 Bayern de Munique

terça-feira, 27 de março de 2012

Apoel Faz Festa, Mas Real Conquista Vantagem Na Ida: 3a0

O Apoel recebeu o Real Madrid na capital cipriota Nicósia e resistiu, pelo menos até os vinte e sete minutos do segundo tempo, à superioridade técnica da equipe espanhola. A partir dali, saíram três gols merengues e desenhou-se a classificação madridista para a fase semifinal na Liga dos Campeões da Europa: para reverterem a situação, os comandados de Ivan Jovanovic dependem de um triunfo por pelo menos três gols de diferença no estádio Santiago Bernabéu, no próximo dia quatro.

O resultado foi construído após muita insistência do time visitante, que deteve 69% do tempo de posse de bola sob seu domínio mas esbarrava, basicamente, em três fatores: a aplicada marcação dos donos da casa, a boa atuação do goleiro Dionisis Chiotis e o excesso de individualismo de Cristiano Ronaldo, que ora conseguia desconcertar a marcação e ora desperdiçava a melhor opção de jogada por exceder o número de toques na bola. Não fossem as ótimas entradas dos brasileiros Marcelo e Kaká, talvez o jogo tivesse um destino bastante diferente do visto no estádio Neo GSP.

O jogo

A torcida local desempenhou lindamente o seu papel em Nicósia: cantou, vibrou, se mexeu, incentivou o time da casa, fazendo valer não somente o fator campo como o momento histórico da instituição, pela primeira vez numa fase quartas-de-final em Liga dos Campeões da Europa.

O Real Madrid, superior tecnicamente, fazia circular a bola no campo de ataque de forma a procurar espaços na defesa cipriota. Espaços esses que apareciam raramente, pois estava estabelecida uma muralha amarela para impedir os avanços do time que vestia branco.

Nas vezes em que finalmente conseguiu superar o forte bloqueio da defesa oponente, o time comandado por José Mourinho esbarrou no grego Chiotis, que mostrou eficiência tanto na bola aérea quanto nas finalizações a gol, rebatendo remates frontais e mantendo o placar zerado.

Gonzalo Higuaín parecia esmagado na defesa do Apoel e raramente aparecia para o jogo. Quem muito se movimentava era o firulento Cristiano Ronaldo e o esforçado Karim Benzema, que freqüentava majoritariamente o flanco esquerdo - mas foi na posição de centroavante que acabou perdendo gol feito.

Veio o segundo tempo e Mourinho parecia não perceber que não seria com aquela formação que seus jogadores conseguiriam transpôr o sistema defensivo de Jovanovic. E o jogo só não era mais interessante porque, quando tinha a bola consigo, o Apoel não mostrava muita idéia do que fazer de produtivo com ela.

Aos dezoito minutos, foram a campo dois brasileiros que se tornariam peças-chave na construção da vitória do Real Madrid: o lateral-esquerdo Marcelo (saiu Fábio Coentrão) e o meio Kaká (Higuaín deixou o jogo). Do lado do Apoel, Jovanovic pareceu bem-intencionado ao trocar Hélio Pinto por Esteban Solari, provavelmente visando dar maior aproximação a Aílton, que participava pouco porém muito bem quando acionado no ataque. Só que foi dois minutos após essa mexida que o Apoel sofreu o 1º gol: Kaká recebeu de Marcelo pela esquerda e colocou na cabeça de Benzema, que finalizou de peixinho para abrir o placar.

Oito minutos depois de marcar 1a0, viria o segundo gol em nova jogada envolvendo Marcelo e Kaká: avançando pelo flanco esquerdo, Marcelo parecia sofrer pênalti na arrancada em direção à linha-de-fundo mas foi premiado com seu esforço de manter a bola em jogo, tocando atrás e encontrando Kaká, que completou para a rede. Mourinho ainda trocou Nuri Sahin (que atuou bem, principalmente no primeiro tempo) por Esteban Granero, aos trinta e oito. No final, ainda houve tempo e condição para que Benzema marcasse o seu segundo no jogo, o terceiro do Real: Cristiano abriu na direita com Mesut Özil e o camisa 10 deu lindo passe de três dedos, em assistência aproveitada pelo atacante francês Benzema, um dos destaques na partida.

O Apoel e seus vibrantes torcedores não devem se abater com o resultado: devem, isto sim, lembrar da data de hoje com muito carinho. E os jornalistas esportivos brasileiros que disseram que o Real Madrid se classificou com este resultado (caso de Paulo Vinícius Coelho) ou até que o Real já garantira classificação no momento do sorteio do confronto (caso de Mauro Cezar Pereira) devem rever suas posturas nas transmissões televisivas. PVC, a quem admiro pelo vasto conhecimento futebolístico, parece ter confundido o regulamento da Liga dos Campeões com o da Copa do Brasil, onde vitória do visitante por mais de um gol de diferença anula a partida de volta. Mauro Cezar, também da ESPN, foi pior: faltou com respeito ao Apoel, instituição que, se fosse uma pessoa física, teria idade para ser pai ou mesmo avô do comentarista. E, provavelmente, o teria colocado de castigo.

Outro resultado

Benfica 0a1 Chelsea

Amanhã jogam Olympique de Marselha e Bayern de Munique, na França, e Milan e Barcelona, na Itália.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Equipe E Jogada Da Semana

Invicta na presente temporada, a Juventus segue na corrida pelos dois títulos nacionais possíveis em 2012 - o da Copa da Itália e o do Campeonato Italiano. No torneio eliminatório, a equipe passou pelo Milan na fase semifinal (classificando-se com um gol na prorrogação) e fará a decisão com o Napoli, que eliminou o Siena. Na liga nacional, os comandados de Antonio Conte estão na vice-liderança, a quatro pontos de distância do Milan, faltando nove rodadas para o encerramento da competição.

Entre esses dois últimos finais-de-semana, a Juve conseguiu uma goleada pra cima da Fiorentina (5a0, em Florença) e um triunfo por 2a0, em casa, diante da Internazionale. Além do já mencionado duelo com o Milan, pela semifinal na Copa da Itália. Vamos ver como a invicta e embalada Juventus se comporta na seqüência: a tabela não está nada simples para o Bianconero, que enfrenta Napoli, Palermo e Lazio nas próximas rodadas de Campeonato Italiano.

Não há dúvidas de que o elenco juventino é qualificado o bastante para conseguir ambos os canecos em disputa, mas mesmo que eventualmente saiam dois vice-campeonatos, deve-se exaltar o "ressurgimento" desse gigante no futebol internacional, que tem tudo para retornar em grande estilo para a Liga dos Campeões Europeus na próxima temporada. A vasta experiência de jogadores como Buffon, Pirlo e Del Piero combinada com o talento de Vidal, Estigarribia e Quagliarella formou uma química que vem dando certo. Para alegria de uma torcida que vem fazendo bonito no mais moderno estádio italiano - a Juventus Arena.

Jogada da semana

Na partida em que Stoke City e Manchester City empataram em 1a1, dois belos chutes - um para cada time - foram os responsáveis pelas mexidas no placar. Destaque para o primeiro deles, de Peter Crouch, maior contratação na história do Stoke. Raro vermos um gol assim, mantendo a bola no ar e finalizando com um remate tão espetacular. Segue o vídeo: "Peter Crouch Amazing Volley Goal".

domingo, 25 de março de 2012

Vasco E Resende Empatam Em São Januário Numa Tarde Para Chico

O duelo entre Vasco e Resende, em São Januário, colocava em campo uma equipe tradicional e outra pouco conhecida fora do Rio de Janeiro. Colocava o líder no grupo B diante do 4º colocado no grupo A (se bem que, se o Vasco estivesse no grupo do Resende, estaria na 5ª colocação, atrás do adversário). E, na partida, o que se viu foi cada equipe atuando melhor em um tempo. O Resende, que fez ótima primeira etapa, saiu na frente. Mas, na etapa final, o Vasco cresceu, dominou e chegou ao empate. Com o resultado de 1a1, o Vasco cai para a vice-liderança em sua chave (foi ultrapassado pelo Bangu, invicto na Taça Rio) enquanto o Resende, invicto como o Bangu, fica na quarta colocação em seu grupo, três pontos atrás do Macaé e do vice-líder Flamengo (o Botafogo aparece em primeiro lugar, com a bela campanha de quatro vitórias e um empate nesse segundo turno, mantendo a invencibilidade no Campeonato Estadual 2012).

Na próxima rodada, o Vasco joga com o Macaé às 16h de sábado. Já o Resende - que torcerá pelo Vasco - pega o Americano no mesmo horário.

O jogo

Diferentemente de grande parte dos times ditos "pequenos", o Resende adotou diante do Vasco uma postura de atacar o adversário, não se limitando a se defender. E fez isso muito bem, causando dificuldades ao sistema defensivo vascaíno através de saídas velozes pelos flancos do gramado. Só que enfrentar o lado direito de defesa do Vasco não era simples: Fágner e Dedé, dois atletas velozes, formavam uma dupla difícil de ser ultrapassada. Mesmo assim, o ligeiro Elias ainda se atreveu a partir pra cima desses dois jogadores, mostrando personalidade ao tentar dribles diferentes para ganhar espaço. Só que o gol do Resende saiu pelo outro lado, o direito de ataque e esquerdo de defesa do Vasco. Aos vinte e sete minutos, Thiago Feltri saiu jogando errado e foi tentar recuperar a posse de bola. Wellington visualizou o espaço deixado por Feltri e acionou Marcelo Régis com boa enfiada de bola. Renato Silva foi tentar cobrir o espaço deixado pelo companheiro e Dedé foi cobrir a posição de Renato, situação que não foi perdoada pelo bem organizado time comandado por Paulo Campos: Marcelo Régis cruzou rasteiro e Elias completou para a rede. 1a0 Resende na ensolarada tarde carioca, com direito a mal-estar do autor do gol ainda antes da reposição da bola em jogo (esse horário para a prática do futebol é uma coisa desumana).

O Vasco até teve algumas chances para empatar ainda no primeiro tempo, mas o goleiro Mauro deu conta do recado e foi importante para manter o Resende em vantagem até o apito de intervalo. No segundo tempo, o ímpeto vascaíno parece ter crescido, com os donos da casa estabelecendo uma pressão e jogando grande parte do tempo na metade ofensiva do campo. Aos dez minutos, Wellington cometeu pênalti em Feltri e até poderia ter sido expulso pelo advento de um eventual segundo cartão amarelo, mas o árbitro Marcelo de Lima Henrique limitou-se a indicar a penalidade máxima. Alecsandro "Nazareno" foi pra bola e chutou com firmeza, no canto direito, mas parou em grande defesa de Mauro, que saltou certinho e esticou-se para espalmar.

Novas chances claras apareceram, como por exemplo aos quinze minutos, quando Éder Luís desceu pela direita, cruzou por baixo, Alecsandro deixou passar e William Barbio chutou por cima da barra. O time de Cristóvão Borges detinha 65% do tempo de posse de bola e envolvia o Resende, que naquele momento sequer conseguia contra-atacar. Paulo Campos mexeu no time aumentando o poder de marcação, e o Vasco parecia ficar cada vez mais no campo de ataque. E, aos trinta e cinco minutos, o gol de empate saiu: Allan levantou a bola para a área, a defesa do Resende cabeceou para trás e Alecsandro, também de cabeça, mandou o objeto esférico no canto direito. 1a1 no placar.

Daí para o final, o Vasco teve algumas ocasiões para virar o jogo, mas também tomou um ou outro susto em respostas do Resende. Fernando "Robert Taylor" Prass, aos quarenta e sete minutos, conseguiu bloquear chute forte que tinha o endereço do gol, e acabou garantindo um ponto na partida em que o Cruzmaltino prestou homenagens a Chico Anyisio, torcedor do clube, falecido sexta-feira.
Detalhe da parte frontal na camisa do Vasco. Na parte de trás, nomes de personagens magistralmente interpretados por um dos maiores humoristas brasileiros.

sábado, 24 de março de 2012

Com Belos Chutes De Crouch E Yaya, Stoke E Manchester City Empatam Por 1a1

Na 30ª rodada na Premiership, Stoke City e Manchester City empataram em 1a1 no estádio Britannia. A equipe visitante chega a liderança na competição, mas pode ver o Manchester United retomar a ponta já abrindo 3 pontos de frente (o rival vermelho pega o Fulham, na segunda-feira, em Old Trafford). Aliás, a campanha dos Citizens no Campeonato Inglês é uma coisa dentro de casa e outra coisa fora: venceu todos os catorze jogos disputados como mandante e, na condição de visitante, soma vinte e oito pontos em quarenta e oito possíveis. Já o Stoke, atual 12º colocado, está numa zona tão confortável na tabela de classificação que ouso dizer que o clube já pode iniciar o planejamento para a próxima temporada. Temporada essa que será na Premiership, mas fora das competições européias.

O jogo

Embora não haja qualquer dúvida da diferença técnica entre as duas equipes, o Stoke conseguiu na maior parte do tempo equilibrar as ações através de uma postura atenta e saída em velocidade na transição para o ataque. O City, que recentemente deu adeus à Liga Europa, concentrava na Premiership a "salvação" da presente temporada, mas o desfalque do contundido Sergio Agüero dificultava as coisas para o forte time comandado por Roberto Mancini. De toda forma, surgiram oportunidades. No primeiro tempo, destacam-se duas chegadas que terminaram em cabeceios de Edin Dzeko para fora: aos vinte e sete minutos, Samir Nasri levantou e o bósnio mandou à esquerda; cinco minutos depois Nasri e Gaël Clichy, ambos franceses ex-Arsenal, tabelaram pela esquerda e o lateral cruzou para Dzeko finalizar por cima da meta.

Joe Hart foi pouco - ou nada - incomodado na etapa inicial, mas aos treze minutos do segundo tempo foi surpreendido. Creio que não só ele, como a maioria dos espectadores. Tudo começou com um lançamento longo do goleiro bósnio Asmir Begovic - compatriota de Dzeko. A bola viajou e chegou até Peter Crouch, que cabeceou amortecendo a redonda. Na seqüência, Jermaine Pennant - que entrara no lugar de Cameron Jerome - devolveu para Crouch também utilizando-se de um cabeceio. Fora da área, o grandalhão de dois metros de altura dominou a bola e tratou de emendar um chute maravilhoso, que tomou o rumo do canto direito e estufou a rede adversária, levando os adeptos do Stoke à loucura. Quem imaginaria que um jogador que tem no cabeceio e na presença de área suas maiores características pudesse aprontar uma dessa? Então, tome 1a0 no placar.

Se o empate já não era um resultado a comemorar, a derrota parcial soava muito mal para o Manchester City. Mancini tratou de colocar Adam Johnson, tirando o espanhol David Silva de campo (por mais que o meia não fizesse grande partida, creio que seria melhor para o City mantê-lo no jogo). Depois, pôs Carlos Tévez no lugar de Gareth Barry, numa substituição que considero acertada (porém, tardia). Se alguém imaginava que o City fosse alcançar o gol de empate via troca de passes, jogada de ultrapassagem, lance de linha-de-fundo ou algo assim, se decepcionou. As jogadas até foram tentadas, mas ou Dzeko não aproveitava ou algum detalhe fazia com que a posse de bola retornasse ao Stoke. Só que o empate aconteceu. E se não veio de nenhuma daquelas formas mencionadas, o volante marfinense Yaya Touré tratou de chutar firme, da intermediária, uma bola que desviou na marcação e ainda foi tocada por Begovic antes de estufar a rede. 1a1 no placar, aos trinta minutos do segundo tempo.

A partida se aproximava do final e a tendência era vermos o City esmagando o adversário na busca pelo gol da virada. Tendência que, na prática, não se confirmou: o Stoke criou boas chances e ficou perto de retomar a frente no placar, chegando inclusive a marcar o segundo gol - só que o árbitro Howard Webb (aquele mesmo que apitou a final da Copa do Mundo 2010) apitou antes mesmo da conclusão de Ryan Shawcross, ratificando a saída de bola apontada pelo auxiliar, que viu uma parábola na cobrança de escanteio.

Vamos ver se o Manchester United confirma o favoritismo diante do Fulham e coloca três pontos de vantagem na liderança inglesa. O torneio promete um final bastante disputado, notadamente pelo fato de na antepenúltima rodada termos um duelo entre City e United, no estádio onde os comandados de Roberto Mancini conservam 100% de aproveitamento na competição.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Às Quartas Da Liga Dos Campeões Da Europa

Sobraram oito clubes na mais forte competição européia de futebol profissional. Entre os dias 27 e 28 de março (jogos de ida) e 3 e 4 de abril (partidas de volta), serão travados oito duelos envolvendo sete países diferentes (a Espanha é o único país com dois representantes nessa fase).

Vamos nesse espaço abordar cada um desses encontros e dar um palpite sobre o que achamos que poderá acontecer ao término dos 180 minutos - ou, quem sabe, até mais...

Apoel e Real Madrid
A maior surpresa nessa edição de Liga dos Campeões vem do Chipre. Líder no grupo G (que tinha também Zenit, Porto e Shakhtar Donetsk), o time comandado pelo sérvio Ivan Jovanovic tem campanha marcada pela economia. Economia tanto nos gols marcados quanto nos sofridos (foram 6 feitos e 6 tomados na fase de grupos, além de uma vitória e uma derrota pela contagem mínima no duelo eliminatório com o Lyon, na fase oitavas-de-final). No elenco, há meia dúzia de brasileiros (os defensores Kaká, Marcelo Oliveira e William, o meio-campista Marcinho e os atacantes Aílton Almeida e Gustavo Manduca). Para continuar fazendo história no Velho Continente, a missão é duríssima: passar pelo tradicional Real Madrid, dirigido desde a temporada passada pelo perspicaz português José Mourinho, campeão na competição quando treinador da Internazionale, em 2009-10. O Real não atravessa o seu melhor momento no ano, vindo de dois empates consecutivos no Campeonato Espanhol e vendo uma diferença de dois dígitos perante o Barcelona cair para apenas seis pontos. Mas o time que conta com os brasileiros Marcelo e Kaká é franco favorito para o duelo e tem toda a responsabilidade de avançar para a fase semifinal. Pitaco: avança o Real Madrid.

Benfica e Chelsea
Esse me parece ser o duelo mais equilibrado dos quatro sorteados nessa fase. Vice-líder no Campeonato Português a apenas um ponto do Porto, os Encarnados chegaram até aqui após liderarem um grupo que jogou o Manchester United para a Liga Europa e passarem, nas oitavas, pelo Zenit. Aliás, a única derrota da equipe portuguesa foi justamente na partida disputada em São Petersburgo. O desafio do time comandado por Jorge Jesus é complicado: o forte time do Chelsea, que parece ter ganho novo ânimo na temporada após a demissão do recém-contrado André Villas-Boas, também lusitano. Roberto Di Matteo assumiu o comando e a equipe passou pelo Napoli após partida antológica em Stamford Bridge, definida na prorrogação. Fora da disputa pelo título inglês, os Azuis estão a cinco pontos da zona de classificação para a próxima Liga dos Campeões. Mas, como já se sabe, a obsessão do presidente do clube, o russo Roman Abramovich, é o torneio europeu, que seria uma conquista inédita para os londrinos. Pitaco: avança o Chelsea.

Olympique de Marselha e Bayern de Munique
O Olympique Marseille chega até esse estágio com uma trajetória heróica. Na fase de grupos, a classificação deu-se na sexta e última rodada, com uma virada pra cima do Borussia Dortmund, na Alemanha, depois de estar perdendo por 2a0. Na fase oitavas-de-final, o time comandado por Didier Deschamps ia vendo o jogo migrar para a prorrogação no estádio Giuseppe Meazza, mas Brandão, que estava no banco de reservas, entrou e marcou para os visitantes, nos acréscimos (ainda houve tempo para o goleiro Mandanda, autor da assistência, cometer pênalti e ser expulso de campo, com direito a gol de Pazzini na cobrança antes do apito derradeiro). Só que o momento do OM não é dos melhores: a equipe soma sete derrotas consecutivas (entre elas esse 2a1 Inter, que teve sabor de vitória). E o oponente será um time que atravessa fase extraordinária: o Bayern de Munique, equipe da semana no blógui. Líder no grupo A (o mais forte nessa edição de Liga dos Campeões da Europa, com Napoli, Manchester City e Villarreal), o time comandado por Josef Heynckes arrasou o Basel no jogo de volta nas oitavas-de-final e parece disposto a passar o Borussia na Bundesliga. E tem uma motivação a mais para tentar o título continental nessa temporada, pois o palco da final é justamente o estádio do clube, a Allianz Arena. Pitaco: avança o Bayern de Munique.

Milan e Barcelona
Sem a menor dúvida, esse é o emparelhamento mais forte na fase quartas-de-final nessa atual edição de Liga dos Campeões da Europa. Duas instituições com camisas de peso no cenário internacional, mas que caminham em vias distintas. Enquanto o Milan, comandado por Massimiliano Allegri, vem se acostumando a atuar focado na marcação, o Barça, de Josep Guardiola, encanta o mundo com um estilo de jogo exuberante, de valorização da posse de bola como prioridade. As duas equipes se encontraram na fase de grupos, e aqui no blógui você pode relembrar como foi o duelo em San Siro, vencido pelos visitantes. O Milan lidera o Campeonato Italiano com quatro pontos a frente da Juventus e tem boas chances de conquistar o bicampeonato nacional. O Barcelona, seis pontos atrás do Real Madrid no Campeonato Espanhol, pode, logicamente, ultrapassar os merengues. Mas o foco para ambos os clubes é a Liga dos Campeões. E, num duelo entre dois gigantes, vale aquela máxima: "tudo pode acontecer". Pitaco: avança o Barcelona.

Nas semifinais, a chave de Apoel e Real cruza com a de Olympique e Bayern, enquanto a de Benfica e Chelsea encontra a de Milan e Barcelona. Sem mais pitacos por agora.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Com Azar E Sorte, Botafogo Passa Pelo Treze

Dizem que botafoguense é um tipo supersticioso. Evidente que a alcunha é generalista e leviana, mas não há como negar que é bastante fácil encontrar elementos que reforçem a máxima. O clube que, ao apresentar Sebastián "El Loco" Abreu como reforço, em 2010, fez o uruguaio receber das mãos de Mário Jorge Lobo Zagallo a camisa com o número 13, encarou na noite de ontem o adversário paraibano que carrega esse número primo como nome institucional. E acreditem: na Paraíba, a rivalidade entre o Treze e equipes como o Botafogo e o Campinense levaram esses dois últimos a não utilizar o número 13 entre seus jogadores. No próprio Treze, a camisa 13 é dedicada exclusivamente aos torcedores, não sendo vestida por nenhum atleta.

Superstições à parte, vamos falar do jogo realizado no estádio Engenhão: após empate por 1a1 no tempo regulamentar (o mesmo resultado visto na partida de ida, em João Pessoa), a equipe carioca conseguiu a classificação para a segunda fase na Copa do Brasil 2012 após disputa por pênaltis. E o negócio foi dramático: Renato e "Loco" Abreu desperdiçaram suas cobranças. Mas, no final, uma "cavadinha" (veja só!) defendida por Jéfferson selou a vaga aos botafoguenses. O próximo adversário do Glorioso na competição eliminatória é o Guarani, que passou pelo Brasiliense na primeira fase.

O jogo

Conforme esperado, o Botafogo iniciou a partida atacando. Só que o que poucos poderiam imaginar (talvez nem os mais fanáticos torcedores do Treze), é que o time visitante fosse, com menos de três minutos de jogo, conseguir abrir o placar no Rio de Janeiro. O chute de Amaral Rosa veio de longa distância e provavelmente não causaria grandes dificuldades ao goleiro Jéfferson, mas o desvio em Fábio Ferreira mudou o rumo da coisa e o arqueiro botafoguense viu-se em maus lençóis, não conseguindo alcançar a bola que tomou o caminho da rede.

E o Botafogo não reagiu bem ao golpe sofrido. Nervoso, o time confundia "pressa" com "velocidade", e ia ao campo ofensivo muitas das vezes sem conseguir "pensar a jogada". Mesmo assim, chances surgiram. Aos doze minutos, um chute de Herrera rendeu escanteio ao Alvinegro. Na cobrança, a bola chegou até Abreu, que desviou servindo Antônio Carlos. O zagueiro chutou e a bola bateu em seu companheiro Fellype Gabriel. No rebote, nova finalização de Antônio Carlos e, incrivelmente, novamente a redonda chocou-se a Fellype Gabriel, que naquele momento agia como zagueiro do Treze.

Aos vinte e um minutos, veio o gol de empate: Renato colocou a bola na área em cobrança de falta pelo lado esquerdo e Abreu foi no tempo exato para, soberano, subir e cabecear para a rede, antecipando-se ao goleiro Beto. E se Beto mostrou-se vacilante nas saídas de gol, o arqueiro do Treze passaria a se tornar personagem de destaque no duelo. Foram defesas em chutes de Andrezinho (um em remate frontal e outro em cobrança de falta), intervenção cara-a-cara com Herrera (impedindo duas vezes consecutivas que o argentino virasse o jogo) e uma atuação que parecia dar maior segurança ao time visitante. Quando atacava, o Treze até conseguia causar perigo, como em chute de Carlos Alberto aos trinta e um minutos, que desviou e passou perto da trave.

No segundo tempo, Oswaldo de Oliveira optou voltar com Jóbson no lugar de Herrera. E no primeiro minuto, um chute do jogador que acabara de entrar bateu no braço de Ânderson, com o árbitro Ronan Marques da Rosa, de Santa Catarina, alegando toque involuntário e não marcando penalidade máxima no lance. Aos quatro, Carlos Alberto quase marcou o segundo dos visitantes: ele arrancou desde o campo de defesa, passou por Marcelo Mattos como quis e chutou à esquerda. O Treze teria nova chance de se aproximar da classificação aos dezessete (isto é, treze minutos depois): nas costas de Marcelo Mattos, Thiago Cunha recebeu boa enfiada de bola e, livre, chutou para fora. De resto, falar do Treze era basicamente falar do goleiro Beto. Ele defendeu chute cruzado de Jóbson e evitou que pelo menos duas finalizações de Abreu terminassem em gol. E foram intervenções espetaculares: numa, espalmando no canto direito após a bola quicar e ganhar altura; noutra, em cabeceio do uruguaio, saltando ao canto esquerdo para espalmar com ambas as luvas. Aos quarenta e um minutos, o arqueiro partiu para cobrar um "tiro-de-meta" e caiu no gramado. Pediu atendimento alegando cãimbras, mas, após cerca de dois minutos de jogo parado, efetuou a cobrança com um chute que atravessou a metade da extensão do gramado. Recuperação rápida ou catimba clássica? O fato é que o Botafogo seguiu pressionando, mas, para passar por Beto, precisaria ser via desempate por pênaltis. Renato e Abreu não conseguiram superar a muralha paraibana, mas, no final das contas, o Botafogo venceu a série por 3a2. Na cobrança derradeira, o goleiro Jéfferson pegou a cobrança de Léo Rocha, que resolveu cobrar o pênalti de um modo que nem o "Loco" optou: de "cavadinha". E ainda ouviu do vibrante arqueiro: "Aqui não!". Não mesmo. Botafogo passa tem treze letras.
 
Lance derradeiro do confronto eliminatório em dois momentos: acima, Jéfferson espalma a cobrança de Léo Rocha, garantindo a classificação alvinegra; abaixo, goleiro dá o recado ao adversário sobre a opção em cobrar com "cavadinha": "Aqui, não!"

terça-feira, 20 de março de 2012

Na Prorrogação, Juventus Consegue Classificação Para A Final Na Copa Da Itália

A Juventus fez a festa em Turim. Não foi fácil - pela primeira vez na temporada 2011-2, a equipe comandada por Antonio Conte foi derrotada nos noventa minutos regulamentares -, mas com um golaço do atacante montenegrino Mirko Vucinic na prorrogação, a Vecchia Signora eliminou o Milan e marcará presença na final da Copa da Itália, buscando seu décimo título no torneio (o mais recente ocorreu no ano de 1995).

O jogo

Embora precisasse correr atrás, necessariamente, de dois gols para ter chance de classificação (afinal, no jogo de ida o Milan perdeu em San Siro por 2a1), o time comandado por Massimiliano Allegri adotou uma postura cautelosa, escalado com Muntari, Aquilani e Emanuelson no meio-campo. A Juve, com mais recursos para aproximar-se da meta adversária, fazia circular melhor a bola no campo de ataque, contando com uma boa participação de Alessandro Del Piero, que buscava o jogo. O Milan até teve uma boa chance de inaugurar o marcador, mas Storari defendeu a finalização cruzada de Ibrahimovic. E quem abriu o placar foi o dono da casa: Pirlo acionou Lichtsteiner e o lateral-direito suíço, próximo da linha final, passou rasteiro. E acabou encontrando Del Piero, que foi ágil para se antecipar a Amelia com um rápido drible e mandar para a rede. 1a0 Juventus, aos vinte e sete minutos, para delírio de uma festiva Juventus Arena.

Com relativo controle dos acontecimentos, a Juventus conseguiu ir para o intervalo sem levar sustos na defesa e ainda pleiteando um segundo gol. No intervalo, Allegri trocou Ibrahimovic por Máxi López. E logo aos cinco minutos, o Rossonero conseguiu chegar ao gol de empate: Mexès lançou Mesbah e o argelino, livre da marcação de Pepe (que não o acompanhou em direção à bola), deu de peixinho para mandar pra rede. O Milan ganhou novo ânimo com o gol e ficaria mais forte no ataque depois das duas últimas substituições de Allegri: Aquilani por Nocerino e El Shaarawy por Inzaghi. Aos trinta e cinco, Máxi López recebeu, passou por dois jogadores e mandou um chute forte para marcar um golaço, o da virada milanista e que levava o jogo para a prorrogação. Prorrogação que somente aconteceu porque a Juventus não aproveitou oportunidades criadas com Borriello (que entrara no lugar de Del Piero) e Vucinic. Só que Vucinic se redimiria de qualquer vacilo quando, aos cinco minutos de prorrogação, descolou um remate maravilhoso que tomou o rumo do ângulo esquerdo, sem dar defesa para Amelia, que ainda resvalou na bola.

A Juventus retomava a vantagem no placar somado e o Milan dependia de um gol para reverter esse cenário. Mas, melhor organizado em campo, o Bianconero soube administrar o resultado da melhor maneira possível: com a bola e marcando presença no campo de ataque. Com um elenco bastante transformado da temporada passada para a atual, a Juve tem grandes chances de conseguir dois títulos nessa temporada: é finalista na Copa da Itália e vice-líder, invicta, no Campeonato Italiano. Mas, para isso, terá que superar o adversário que se apresentar na competição eliminatória (Napoli ou Siena, que se enfrentam nessa quarta-feira) e ultrapassar o Milan, que tem quatro pontos de vantagem na liga nacional. Seria frustrante para a torcida alvinegra não conseguir nenhum dos dois títulos, mas sem dúvidas, é perceptível que esse gigante do futebol italiano, europeu e mundial está no caminho certo para retomar as conquistas. E me parece nome certo na próxima Liga dos Campeões da Europa, o que é bacana para o futebol.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Equipe E Jogada Da Semana

Entre os dois últimos finais-de-semana, o Bayern de Munique realizou três partidas oficiais - duas na Bundesliga e uma na Liga dos Campeões da Europa. E os resultados são dignos de uma máquina de fazer gols: 7a1 sobre o Hoffenheim, 7a0 diante do Basel e 6a0 pra cima do Hertha Berlin. Vinte gols marcados para um único concedido num intervalo de três jogos. Desses, oito foram marcados por Mario Gómez e sete por Arjen Robben. E uma curiosidade: o gol do Hoffenheim foi de Luiz Gustavo, contra.

Bem, números e mais números. Mas para quem teve o prazer de assistir, por exemplo, à partida de volta pela fase oitavas-de-final na Liga dos Campeões, certamente deve ter pensado que esse Bayern de Munique comandado por Josef Heynckes tem tudo para marcar presença na final do torneio continental, que terá como sede nada mais, nada menos, que a Allianz Arena, estádio dos bávaros. Quer dizer, o Bayern deslumbra pelas estatísticas e, principalmente, pela forma de jogar futebol. Vale acompanhar.

Jogada da semana

Ia entrar aqui como jogada da semana o golaço de Fernando Llorente após maravilhoso lançamento de Fernando Amorebieta, abrindo o placar no jogo de volta entre Athletic Bilbao e Manchester United, na fase oitavas-de-final na Liga Europa 2011-2. Só que, após vasculhar, não encontrei um vídeo do lance por inteiro (apenas da belíssima finalização de Llorente). Então, o blogueiro resolveu fazer uma homenagem a outro jogador do Bilbao, que fez uma jogadaça naquela mesma partida. Com um detalhe: a jogada espetacular de Andoni Iraola não terminou em gol. Bem que merecia!

domingo, 18 de março de 2012

Flamengo Leva Sustos, Mas Acaba Vencendo Friburguense Em Macaé

Desfalcado de jogadores como Renato Abreu, Ronaldinho Gaúcho, Deivid e Vágner Love, o Flamengo de Joel Santana esbarrou na própria falta de entrosamento e na grande atuação do goleiro Marcos, mas mesmo assim conseguiu sair de Macaé com uma vitória sobre o Friburguense. Os três pontos foram conquistados com dificuldades, tendo o único gol do jogo sido marcado aos trinta e seis minutos na etapa complementar - um passe de Paulo Sérgio para conclusão de Kléberson, dois atletas que começaram a partida na condição de suplentes.

Com o resultado, o Flamengo chega aos nove pontos ganhos após quatro rodadas disputadas na Taça Rio (o segundo turno no Campeonato Estadual Fluminense). Já o Friburguense, que integra o grupo B, soma um único ponto nesses quatro jogos.

O jogo

Os primeiros dez minutos de partida foram de pressão do Friburguense. A equipe colocou o goleiro Felipe para trabalhar - e ele trabalhou bem em seu retorno às partidas oficiais, mostrando segurança na maioria das bolas em que foi exigido. A equipe colocou bola na trave em finalizaçao de Ziquinha. Só que a grande oportunidade de tirar o zero do placar no primeiro tempo deu-se quando o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães inventou uma penalidade máxima em jogada onde Thomás caiu na área sem ser derrubado. O meia argentino Darío Bottinelli encarregou-se da cobrança e deparou-se com o goleiro adversário praticamente encostado no poste direito. E Bottinelli caiu na armadilha de Marcos, que movimentou-se em direção ao meio e retornou para a posição anterior, antevendo a reação do batedor e conseguindo defender o pênalti. Aliás, Marcos defendeu também a finalização de Diego Maurício, na seqüência do lance, em intervenção talvez tão difícil quanto a anterior.
Marcos, que fez uma movimentação pouco comum antes da cobrança de pênalti, defende com as pernas o chute de Bottinelli: goleiro do Friburguense foi um dos destaques na partida.

Sem criatividade na frente, o Flamengo facilitava o trabalho da defesa do time de Nova Friburgo - e olha que não estamos falando aqui de uma zaga de maiores qualidades, com direito a alguns erros primários de marcação. E a última chegada mais aguda no primeiro tempo foi de Ziquinha, que chutou forte uma bola que quicou antes de chegar ao gol e dificultou a ação do goleiro Felipe, que conseguiu rebater em escanteio. Veio o intervalo e, por mais que o Flamengo não atuasse bem, a torcida em nenhum momento deixou de apoiar a equipe. Joel não realizou qualquer substituição e o panorama da partida seguia apontando para um equilíbrio. Diego Maurício, que olhava mais para a bola do que para a frente, continuava desperdiçando oportunidades. Ziquinha seguia dando trabalho. E, a partir dos dezenove minutos, Bottinelli começou a ser vaiado por uma torcida que parecia perder a paciência que lhe restava.

Só que veio a parada técnica e, depois dela, o Fla passou a sobressair em campo. Não chegava a ser um domínio absoluto, mas a equipe conseguia causar complicações ao adversário dado as movimentações de Negueba (que entrara no lugar de Bottinelli), Diego Maurício e Paulo Sérgio. Pouco antes do gol, Joel teria orientado seus comandados com a seguinte instrução (informação do repórter Sandro Gama): 'é para o Kléberson ir para a direita e o Negueba para a esquerda - façam isso agora'. Pois bem. Aos trinta e seis, Paulo Sérgio acionou Kléberson (que estava centralizado naquele momento) e o experiente meio-campista chutou rasteiro uma bola que ainda desviou no goleiro Marcos antes de estufar a rede. Teria sido uma profecia do treinador ou no lance ainda não haviam obedecido a recomendação dele? O fato é que o Flamengo ainda levou um susto aos quarenta e um minutos, mas o cabeceio de Lucas para o fundo do gol foi invalidado com correta marcação de impedimento. De empate cedido no final, bastava aquele de quinta-feira, pela Libertadores da América...

quinta-feira, 15 de março de 2012

Com Final Dramático, City Reage Tardiamente E Dá Adeus À Liga Europa

Senhoras e senhores, meninas e meninos de qualquer idade. Se você está entre os indivíduos que assistiu a esse jogo de volta entre Manchester City e Sporting Lisboa, independente de para quem estivesse torcendo (se é que estava necessariamente torcendo para alguém), certamente experimentou fortes emoções. Afinal, não é todo dia que vemos um desfecho de partida tão dramático, com contornos cinematográficos até.

O Sporting vencera o jogo de ida (1a0) e, no primeiro tempo da partida de volta, conseguiu a importante vantagem de 2a0, dando um ar de "já classificou". Só que os gols que o Manchester City não fez em Portugal e nem no primeiro tempo na Inglaterra "resolveram aparecer" no segundo tempo desse jogo de volta. Resultado: uma virada espetacular e um alívio para os portugueses, que se classificaram por questão de centímetros.

O jogo

Domínio territorial foi algo que o time comandado por Roberto Mancini conseguiu desde que a bola começou a rolar no estádio Etihad. Só que o volume de jogo dos donos da casa não se converteu em ocasiões de gol. Esbarrando na bem postada defesa lusitana (ou brasileira, afinal, a dupla de zaga era formada por Ânderson Polga e Xandão), os Citizens não conseguiam romper a última linha de marcadores e tirar o zero do placar. E, para piorar o cenário para a equipe inglesa, uma cobrança de falta precisa do chileno Matías Fernández resultou em gol para o time visitante, aos trinta e dois minutos. Aos trinta e nove, saiu o segundo do Sporting: após lançamento que abriu o jogo na direita, Izmailov fez a tabela e cruzou para a pequena área, encontrando o centroavante Ricky van Wolfswinkel, que completou para a rede. 2a0 Sporting, que iria para o intervalo com uma vantagem de 3 gols no duelo (o City passava a precisar de 4 gols para avançar).

Com a troca de Adam Johnson por Nigel De Jong, ficava a dúvida sobre se Roberto Mancini queria ir ao ataque ou evitar levar uma goleada. Depois, a saída de David Pizarro para a entrada de Edin Dzeko aumentou a presença de área de um time que precisava correr atrás de um prejuízo aparentemente intransponível. Só que as coisas (leia-se os gols) começaram a acontecer.

Aos catorze minutos, Micah Richards tabelou com Yaya Touré e o marfinense encontrou Sergio Agüero livre na área, cabendo ao argentino chutar e diminuir a desvantagem. Catorze minutos depois, Renato Neto deu de carrinho na entrada da área e Sergio Agüero foi ao solo. O norueguês Tom Hagen deu pênalti, cobrado por Mario Balotelli, que converteu com um chute sem força. E, aos trinta e seis minutos, o City conseguiu chegar ao gol que passaria a incendiar de vez a partida: após escanteio cobrado pela esquerda, Dzeko desviou e Agüero completou para dentro, em posição duvidosa (mas revendo o lance creio que não havia impedimento).

A pressão do City seguia firme e o Sporting se limitava a tentar fazer o cronômetro correr. Fazia isso ora prendendo a bola, ora simulando contusões, o que acho lamentável no ponto de vista da esportividade. O jogo ficava concentrado numa única metade do gramado, com vinte e um jogadores ali presentes (pode-se afirmar que, aos 89:48, os vinte e dois jogadores estavam no campo ofensivo do City, pois o goleiro Joe Hart passou da linha de meio-campo para recolher uma bola afastada). E, por falar em Hart, o lance mais incrível aconteceu pra lá dos cinqüenta minutos. E, vendo o vídeo da jogada, você vai entender porque o blogueiro afirmara que a classificação de um e a eliminação de outro se deu por questão de centímetros. Centímetros dos dedos do goleiro Rui Patrício. Centímetros das pernas de Edin Dzeko. Centímetros do poste direito. Você escolhe. Para alívio do Sporting, esses centímetros combinados renderam uma vaga na fase quartas-de-final na Liga Europa 2011-2. O Manchester City está fora, mas a julgar pelo tanto que buscou esse gol e pelo heroísmo visto no segundo tempo, deixa o torneio com a cabeça erguida.

Um Gigante Chamado Athletic Bilbao (Com As Bênçãos De Bielsa)

Três meses atrás, quando o Manchester United era eliminado na Liga dos Campeões da Europa e, com o terceiro lugar no grupo, ingressava na Liga Europa, havia uma quase unanimidade de opiniões dando conta de que o time comandado por Alex Ferguson apareceria como favorito ao título no torneio. Afinal, estamos falando de um clube poderoso, com três finais de Champions League nas últimas quatro temporadas, atual campeão inglês e tão acostumado a decisões.

Sem tomar conhecimento de um adversário dessa grandeza, o Athletic Club, da cidade de Bilbao, dominou amplamente a partida de volta (já hava vencido na ida, em pleno estádio Old Trafford, por 3a2), colocou o Manchester na roda e venceu o jogo por 2a1, totalizando 5a3 no resultado somado. E digo para vocês com todas as letras: poderia ter sido uma diferença muito, mas muito mais elástica. Os amantes do futebol arte devem ficar de olho nessa equipe comandada por Marcelo "El Loco" Bielsa.

O jogo

Intenso. Vou tentar resumir nessa palavra trissílaba o que foi o desempenho do Athletic Bilbao nessa partida diante do Manchester United. Mas quero deixar claro que a adjetivação é meramente ilustrativa, uma vez que é sempre mais completo e esclarecedor ver um time jogar do que ler a respeito de um jogo.

Essa intensidade supracitada foi vista do primeiro ao último minuto de partida e era subsidiada por uma marcação forte e adiantada, por um time rápido e discipliando taticamente, por uma ocupação inteligente dos espaços e uma correta transição ao ataque. Combinações que deram ao Athletic Club um total domínio da partida, sem dar chance ao Manchester United de, em algum momento, se sobressair.

Aos doze minutos, o placar não foi inaugurado por detalhe. A jogada foi maravilhosa: Llorente recebeu a bola e, de primeira, serviu Muniain com um passe que desconcertou a defesa inglesa. Muniain chutou na trave direita e, no rebote, com De Gea completamente batido, De Marcos chutou para fora.

Onze minutos mais tarde, um lançamento espetacular de Amorebieta encontrou a fera Fernando Llorente. E, numa finalização talvez mais incrível que o lançamento que o serviu, o camisa 9 alvirrubro emendou um lindo chute, de primeira, cruzado, sem defesa para o goleiro De Gea. Foi com toda essa beleza que, aos vinte e dois minutos, Llorente se tornou o maior goleador da história do Athletic em competições européias, com 12 gols marcados.

Uma investida que terminou em cabeceio de Giggs foi o máximo de perigo oferecido pelo United no primeiro tempo. O domínio do Athletic era tamanho que os próprios jogadores de defesa do Manchester tinham dificuldades de tocar a bola, sofrendo com a marcação-pressão que parecia não dar sossego a ninguém que vestisse azul.

No início do segundo tempo, Iraola quase marcou um golaço: recebeu passe próximo da grande área, escapou de três adversários esbanjando um controle de bola formidável (a redonda parecia estar colada em suas chuteiras) e deu um toque categórico com a esquerda, mandando pertinho da trave esquerda.

A saída de Llorente ainda no primeiro tempo (aparentemente sentindo alguma contusão muscular) para a entrada de Toquero pode até ter diminuído a capacidade técnica do ataque basco, mas o esforçado camisa 2 que entrara em campo também dava trabalho aos defensores oponentes. Só que quem balançaria a rede seria De Marcos: aos dezenove minutos, Iraola cruzou da direita, Toquero dividiu com Smalling pelo alto e a bola chegou no camisa 10, que dominou e chutou para ampliar a vantagem dos donos da casa, da festa e do jogo.

No jogo coletivo, o Bilbao esmagava o Manchester. Restou a Wayne Rooney, em jogada individual, marcar o gol de honra dos visitantes - aos trinta e quatro minutos, Rooney acertou belo chute no canto esquerdo, diminuindo a diferença no placar mas não o abismo de nível de jogo entre os dois times.

Aplausos para Marcelo Bielsa, que ratificou com propriedade a beleza do seu estilo de lidar com o futebol. Aplausos para o time do Athletic, que desempenhou suas funções em todos os setores do campo (embora tivesse desperdiçado muitas chances de gol, algo a ser corrigido). Aplausos para a torcida que lotou o estádio San Mamés e fez muito barulho, atuando como um autêntico 12º jogador. Agradecimentos aos deuses do futebol, por me possibilitarem assistir um evento como esse. Vida longa ao Athletic de Bielsa!

Vasco, Libertad, Dores

Julgando meramente pelo resultado, o Vasco da Gama trouxe um relevante ponto de Assunción na bagagem. Mas fazendo uma análise mais sistemática pelo que foi o jogo no estádio Nicolás Leoz, a equipe brasileira poderia ter voltado para o Rio de Janeiro com a liderança do grupo 5 na Copa Libertadores da América 2012. Os comandados de Cristóvão Borges mostraram ter maiores recursos técnicos que os donos da casa, mas num ato de destempero de Diego Souza (autor do gol inaugural), passaram a jogar em desvantagem numérica e permitiram que o Libertad buscasse a igualdade no placar. Embora seja tranqüilamente discutível a qualidade da atuação do árbitro chileno Enrique Roberto Osses Zencovich - em determinado momento ele ficou absolutamente perdido nos critérios de ordem disciplinar -, o Vasco precisa, mais do que encontrar responsáveis externos pelo empate concedido, observar no próprio elenco os erros que custaram esses dois pontos não-ganhos. De toda forma, o vice-líder na chave tem nova chance de assumir a liderança: bastará vencer esse mesmo Libertad, na próxima quarta-feira, no estádio São Januário.

O jogo

Os dois times iniciaram a partida buscando o ataque, a exemplo da partida entre Chelsea e Napoli, pela Liga dos Campeões, realizada algumas horas mais cedo, em Londres. Só que as semelhanças entre um jogo e outro, infelizmente, terminam por aí. Com visíveis limitações técnicas, o time da casa não conseguia criar algo que envolvesse a defesa cruzmaltina e logo se viram sob pressão no campo defensivo. O placar foi aberto aos dezesseis minutos, em lance de bola parada. Se não havia Juninho Pernambucano (poupado para o clássico de domingo com o Botafogo, pelo Campeonato Estadual), quem levantou a bola na área foi Fágner, encontrando Diego Souza, que cabeceou (ou "nuqueou") para o gol.

Se o Vasco recuou intencionalmente ou não, não afirmarei de forma convicta. Mas o fato de freqüentar menos o campo de ataque trouxe o Libertad para a frente, e o time da casa foi exercendo domínio no jogo. De toda forma, o poder de criação paraguaia era limitado, apenas vez ou outra causando maiores dificuldades ao time brasileiro. Só que, aos sete minutos no segundo tempo, Diego Souza resolveu revidar uma agressão sofrida no primeiro tempo. E optou por fazer isso de um modo tolo e covarde. Tolo porque ele próprio estava com a bola (chamando a atenção da arbitragem) e covarde porque desferiu uma cotovelada no adversário. Expulsão correta e confusão no gramado, com direito a troca de dedos na cara, empurrões e outras expressões de natureza intimidatória.

De bonito mesmo, pouca coisa ocorreu. Um voleio de Dedé, aos dezoito, merece ser mencionado - o goleiro uruguaio Rodrigo Muñoz, bem colocado, encaixou após a bela finalização do zagueiro vascaíno. Aos vinte e cinco minutos, quando dava pinta de que o Vasco tinha se acertado com um homem a menos, veio o gol de empate: Velázquez escorou cruzamento para o meio da área e Núñez chutou no canto direito. 1a1.

Onze minutos depois, o próprio Núñez veio a ser expulso, reestabelecendo a igualdade numérica de jogadores (curiosamente, os dois jogadores que marcaram gol no jogo vieram a sair de campo expulsos). Daí para o apito final, destaque para uma finalização de Felipe, que passou perto do ângulo, e para um chute forte de Ayala, que colocou Fernando Prass para agir na base do reflexo.

Por esse mesmo grupo 5, o lanterna Allianza Lima venceu, no Peru, o uruguaio Nacional (1a0, assistência de Montaño para gol de Fernández). Desta forma, todos os quatro times dependerão somente de si para buscarem uma das duas vagas na fase oitavas-de-final. O Libertad está com 7 pontos, o Vasco com 4, o Nacional com 3 e o Allianza também com 3 pontos.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Em Grande Jogo, Chelsea Vence Napoli Com Gol Na Prorrogação

Foi, possivelmente, o melhor jogo de volta na fase oitavas-de-final na Liga dos Campeões da Europa 2011-2. Depois de ter vencido o jogo de ida no estádio San Paolo (3a1), o Napoli mostrou valentia e não se limitou a aguardar o Chelsea atacar - pelo contrário, os comandados de Walter Mazzarri por muitas vezes tomaram a iniciativa na partida e criaram sérias dificuldades aos donos da casa.

Só que o futebol é um esporte onde não é necessariamente preciso jogar melhor que o adversário para se ter êxito: a eficiência é uma palavra de ordem. E o Chelsea mostrou o quão forte é no jogo aéreo, tipo de jogada que rendeu os dois primeiros gols do time londrino. O primeiro gol saiu após belo lançamento aéreo de Ramires, concluído com cabeceio certeiro de Drogba, aos vinte e oito minutos.

Antes de o placar ter sido inaugurado, o Napoli havia ficado perto de marcar 1a0 aos doze minutos, quando Cavani completou chute cruzado de Maggio mandando na rede pelo lado externo. Aliás, o jogo era tão movimentado que, ainda antes desse lance, cada time teve uma boa chegada ao ataque: aos cinco, De Sanctis fez grande defesa após finalização de Sturridge; e aos dez, Cech evitou que o chute de Hamsik fosse para o gol.

Depois do gol de Drogba, o Napoli teve uma baixa de ordem clínica: Maggio sentiu algum tipo de contusão e deixou o campo, dando lugar para Dossena, aos trinta e seis. O duelo seguiu movimentado e não houve mais gols na etapa inicial porque as tentativas de Cavani e Essien não foram no alvo. Isso sem falar no corte providencial de Cannavaro, evitando que uma bola cruzada por David Luiz encontrasse Drogba (em posição duvidosa).

Veio o segundo tempo, e não demorou três minutos para que o Chelsea marcasse o segundo gol e se colocasse em vantagem no placar agregado: ratificando a força no jogo aéreo, Lampard cobrou escanteio pela direita, a bola passou por Drogba mas não por Terry, que cabeceou para a rede. 2a0 Chelsea.

O Napoli, aplicado desde o início do jogo, foi finalmente premiado aos nove minutos: Lavezzi colocou a bola na área, Terry afastou parcialmente e a redonda chegou até Inler. Na proximidade da meia-lua, o volante suíço (um dos melhores jogadores em campo) amorteceu com o peito e chutou bonito, no canto direito, para delírio dos cerca de cinco mil napolitanos presentes em Stamford Bridge.

A partida parecia uma final de campeonato, com duas equipes que não cessavam a busca por mais gols. Cech e De Sanctis tinham trabalho, as defesas estavam a todo momento sendo testadas e o jogo era simplesmente fantástico de ser assistido. Aos vinte minutos, uma infelicidade de Dossena facilitou as coisas para o Chelsea: o camisa oito napolitano esticou o braço em direção à bola e foi assinalada penalidade máxima pelo árbitro alemão Felix Brych. Lampard cobrou com força, De Sanctis acertou o canto e a bola passou pouco acima do corpo do arqueiro. 3a1 no placar, devolvendo o resultado registrado em Nápoles.

O jogo caminhou para o seu final dando seqüência a um ritmo frenético. Detalhe: cada treinador havia feito somente uma substituição (aquela de Dossena no lugar de Maggio ainda no primeiro tempo e, na segunda etapa, Sturridge deu lugar para Fernando Torres, quando o placar estava em 2a1). Quer dizer, se para o espectador essa era uma partida de se tirar o fôlego, para os jogadores parecia haver fôlego de sobra para manter o duelo em alto nível e em alta velocidade. Nem na prorrogação viu-se uma queda no ritmo. Aliás, viu-se sim. Mais precisamente depois do quarto gol do Chelsea. Aos catorze minutos, Ramires fez boa jogada pela direita, tocou para Drogba e o marfinense serviu Ivanovic, que chutou forte e estufou a rede. A partir daí, o Chelsea passou a cadenciar a partida, muitas das vezes no anti-jogo de retardar a reposição da bola. Um final frustrante para os amantes do futebol, que haviam visto 105 minutos de uma partidaça e, a partir dali, tiveram que encarar uma mudança de postura no Chelsea.

De toda forma, parabéns aos Blues. Um time de bastante qualidade e que fez por merecer uma vaga na fase quartas-de-final. Fica a dúvida de por qual motivo o time não tinha a mesma transpiração na época em que era treinado pelo português André Villas-Boas (sob o comando de Roberto Di Matteo, o time de Roman Abramovich venceu todos os três jogos que disputou, incluindo Copa da Inglaterra, Premiership e Liga dos Campeões). O Napoli certamente encheu sua fanática torcida de orgulho. O clube do sul da Itália teve atuação exaltável e, por detalhes, não seguiu em frente na competição. Esse time tem totais condições de conseguir terminar o Campeonato Italiano na zona de classificação para a próxima edição da Liga dos Campeões. E é para isso que o blogueiro está torcendo.

Nessa sexta-feira conheceremos os futuros cruzamentos na Liga dos Campeões. Os oito classificados são Apoel, Chelsea, Milan, Bayern de Munique, Barcelona, Real Madrid, Benfica e Olympique de Marselha. Em pelo menos três dessas chaves nas oitavas-de-final, o blogueiro foi surpreendido em seus prognósticos. Que venham as quartas!

terça-feira, 13 de março de 2012

Com Futebol Arte, Bayern De Munique Pinta O Sete No Palco Da Final Da Liga Dos Campeões

Com um futebol intenso, ofensivo e envolvente, o Bayern de Munique não deixou dúvidas de que é um forte candidato a marcar presença na grande final da Liga dos Campeões da Europa nessa presente temporada. A vítima do poderoso estilo de jogo bávaro foi o suíço Basel, que teve poucas chances durante os noventa minutos e não resistiu ao poder-de-fogo dos donos da casa, despedindo-se com uma sapecada de 7a0 na competição européia. Para quem porventura queira diminuir as qualidades do Basel em função desse resultado elástico e histórico (foi a maior goleada aplicada pelo Bayern e a maior goleada sofrida pelo Basel em jogo de Liga dos Campeões), vale lembrar que foi essa equipe da Basiléia a responsável direta pela eliminação precoce do Manchester United, ainda na fase de grupos. O Bayern de Munique conhecerá o adversário nas quartas-de-final em sorteio a ser realizado na sexta-feira. O blogueiro não sabe se torce para que Bayern e Barça façam a grande final na Allianz Arena (seria sensacional) ou se torce para que essas ótimas equipes se encontrem antes, com a vantagem de podermos ver pelo menos 180 minutos de um futebol de alto nível. Vamos ver o que nos reservarão os deuses do futebol.

O jogo

Os primeiros movimentos em Munique já apontavam para o que seria o jogo: um Bayern atacando com freqüência diante de um Basel que apostava na saída ligeira em contra-ataques. A referência da dupla suíça Frei-Streller era interessante e explorada o máximo possível, só que o Bayern de Munique era organizado e, mesmo atuando basicamente no campo de ataque, conseguia manter-se invulnerável na defesa, protegendo o arqueiro Neuer. Quem tinha muito trabalho era Sommer, goleiro do Basel, que evitou que Mario Gómez abrisse o placar realizando defesa em finalização frontal. Só que, quando Arjen Robben chegou livre na bola, não havia o que fazer: o hábil ponta holandês chutou no canto, Sommer até tocou na bola, mas a redonda tomou o caminho da rede. 1a0 Bayern, que aos onze minutos devolvia o placar do jogo de ida.
Arjen Robben fica de frente para o gol e abre o placar com chute certeiro. Camisa 10 foi também o autor do gol que fechou a contagem em Munique, além de ter dado o passe para o segundo gol.

O Bayern seguiu atacando e variava suas investidas com Robben pela direita, Franck Ribèry pela esquerda e com Thomas Müller e Toni Kroos mais centralizados. Ainda antes de terminar o primeiro tempo, o Bayern, com total merecimento, ampliou o placar com mais dois gols. Aos 42 minutos, uma linda triangulação envolvendo Ribèry, Robben e Müller terminou com assistência do holandês para gol do alemão, que completou de primeira. Dois minutos depois, uma linda jogada ensaiada: Kroos colocou na área, Badstuber serviu Gómez e o centroavante empurrou para dentro. 3a0 e muita festa nas arquibancadas deram o tom do intervalo em Munique. Veio o segundo tempo, e com ele uma parceria Ribèry-Gómez para destruir qualquer chance de reação do time visitante. Foi dos pés do francês que saíram três assistências para três gols do "Super Mario", aos cinco, aos dezesseis e aos vinte e dois minutos. 6a0, fora o baile bávaro. Mas cabia mais, cabia a entrada de Bastian Schweinsteiger para participar da festa. E dele veio o belo passe que serviu Robben. O camisa 10 fintou o goleiro e fechou a conta na Allianz Arena.

Fica aqui registrado o quanto admirei o futebol apresentado pelo Bayern de Munique, muito bem montado por Josef "Jupp" Heynckes. Joachim Löw, que esteve presente no estádio, certamente gostou do que viu. Não foram poucas as semelhanças entre o Bayern de Heynckes e a Alemanha de Löw, que dentro de alguns meses disputará a Eurocopa 2012.

Outro jogo

No estádio San Siro, a Internazionale até conseguiu igualar o confronto quando Diego Milito marcou 1a0 (o Olympique de Marselha havia ganho na França por esse mesmo placar). Mas um lançamento do goleiro Mandanda nos acréscimos acabou encontrando Brandão (que pareceu cometer falta em Lúcio no lance) e o atacante com recente passagem pelo Cruzeiro marcou o gol que evitou a prorrogação. Ainda houve tempo para Mandanda cometer pênalti em Pazzini, ser expulso, e ver o próprio Pazzini marcar o segundo da Internazionale. Mas era tarde demais: o apito final veio antes mesmo de a bola ser recolocada em jogo e a festa foi do Olympique. Dificilmente o treinador Cláudio Ranieri continue por muito mais tempo no Nerazzurri.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Equipe E Jogada Da Semana

Estava com saudades de postar esse tópico por aqui. Recentes compromissos estudantis me afastaram do blógui mais do que efetivamente gostaria, e há quase um mês que não contemplamos a equipe e a jogada da semana. Então, vamos falar do Arsenal de duas semanas para cá.

No dia 26.02.2012, o clássico londrino com o Tottenham foi disputado no estádio Emirates, em confronto mais do que direto por vaga na próxima edição da Liga dos Campeões da Europa. Com 33 minutos de partida, o time visitante já abria 2a0 no placar (gols de Saha e Adebayor, este ex-Arsenal). Mas o empate da equipe comandada por Arsène Wenger veio ainda antes do intervalo, com gols de Sagna e Van Parsie. Na segunda etapa, o Arsenal não somente conseguiu a virada como ainda aplicou uma goleada: gols de Rosický e Walcott (duas vezes) fecharam a conta em 5a2.

No sábado seguinte, dia 03.03.2012, o adversário era o Liverpool e o campo era o de Anfield Road, localidade que vem reservando grandes partidas entre esses dois clubes. Um gol contra de Koscielny abriu o placar em favor dos donos da casa, mas o Arsenal voltou a mostrar poder de reação e virou a parada com dois gols de Van Persie (um ainda no primeiro tempo e outro nos acréscimos da etapa final).

Ascendente na Premiership - onde é atualmente 4º colocado - o Arsenal tinha ainda um duelo de volta pela fase oitavas-de-final na Liga dos Campeões. A partida do dia 06.03.2012 já começaria em 4a0 para o Milan (placar do jogo de ida, em Milão). Uma missão que, para muitos (senão para todos), tinha aspecto de impossível. Só que os três gols do Arsenal (Koscielny, Rosický e Van Persie) marcados ainda no primeiro tempo e a performance avassaladora pra cima do Rossonero alimentaram as esperanças de uma classificação histórica. O gol que faltava para levar o duelo à prorrogação poderia ter sido marcado por Robin van Persie, mas Abbiati fez grande defesa e ajudou o Milan em Londres. Uma eliminação de cabeça erguida, afinal, despedir-se da Liga dos Campeões com uma vitória de 3a0 sobre o Milan não é para qualquer equipe.

Nessa segunda-feira o Arsenal recebe o Newcastle e pode se aproximar da zona de classificação direta para a próxima edição da mais forte competição de clubes europeus. Um ótimo momento para encaixar a quarta vitória consecutiva na temporada. Diria que o Arsenal merece a Liga dos Campeões e a Liga dos Campeões merece o Arsenal.

P.S.: O meio-campista tcheco Tomás Rosický renovou contrato com o clube. E o atacante polonês naturalizado alemão Lukas Podolski vem sendo fortemente especulado como futuro reforço.

Jogada da semana

Acostumados a vermos gols nesse espaço, dessa vez vamos fazer uma homenagem àqueles profissionais cujo ofício é evitar que eles aconteçam. E a performance do polonês Wojciech Szczesny foi espetacular. Após a arbitragem indicar pênalti de Szczesny em Suárez, Kuyt encarregou-se de efetuar a cobrança. Veja o que aconteceu. Acho que o termo "saltar como um gato" jamais foi tão bem representado quanto nesse lance.

(se o vídeo não aparecer, clique aqui)

quinta-feira, 8 de março de 2012

Torcida Maravilhosa. Time, Nem Tanto

Na segunda rodada na fase de grupos nessa presente edição de Copa Libertadores da América, o Fluminense conseguiu um resultado histórico. Foi o quarto clube brasileiro na história da competição continental a vencer o Boca Juniors dentro de La Bombonera - juntou-se a Santos, Paysandu e Cruzeiro. Além disso, interrompeu uma seqüência invicta do adversário, que vinha de 36 jogos sem derrota. De toda forma, as estatísticas que engrandecem o Clube Atlético Boca Juniors e valorizam o feito do Fluminense não devem servir de camuflagem para uma aparente realidade: o atual time comandado por Julio Cesar Falcione tem flagrantes limitações técnicas e passou longe de representar a grandeza de um clube onde já jogaram Maradona, Palermo, Schellotto, Palacio e tantas outras feras. Riquelme, lendário camisa 10, atuou em bom nível e foi um dos maiores responsáveis pelo fato de o Boca ter tido chances de empatar o jogo até os segundos finais. Não fosse sua marcante presença em campo, provavelmente a vitória tricolor teria sido mais tranqüila.

O jogo

Embora em momento algum tenha ficado em desvantagem no placar, não acho que o Fluminense tenha jogado corretamente em La Bombonera. Não digo nem pela escalação de Abel Braga, que montou um time com boas opções de ataque, mas sim pela disposição tática dos jogadores em campo e, sobretudo, pela maneira como saía para o jogo. Faltava ao Fluminense a inteligência de cadenciar o jogo no campo de ataque, notadamente depois de ter aberto o marcador (Fred marcou aos nove minutos de partida).

Só que o Boca, muito mais deslumbrante nas arquibancadas do que no gramado, poucas vezes conseguia envolver o time adversário, ameaçando Diego Cavalieri basicamente na base do "abafa". Só que como esse tipo de jogada parece ser especialidade histórica no clube (principalmente atuando dentro de casa), o fato é que por muitas vezes a equipe argentina esteve perto de balançar as redes. Conseguiu aos dois minutos do segundo tempo, quando Samoza aproveitou rebote de Cavalieri após bela cobrança de falta de Riquelme. Mas o Flu desempatou com Deco, aos nove, que completou de primeira um cruzamento de Wellington Nem, que, embora sumido por bastante tempo, mostrou importância no lance desse gol ao fazer bela jogada individual pelo flanco esquerdo e servir o companheiro.

Mais para o final, uma seqüência de bolas rebatidas por Cavalieri e a falta de competência do time da casa decretaram o placar final de 2a1, que coloca o Fluminense isoladamente na liderança no grupo 4, com seis pontos e 100% de aproveitamento. O Arsenal de Sarandí, com três pontos, aparece em seguida. Com um ponto ganho estão o Boca Juniors (que fará duelo doméstico com o Arsenal na próxima rodada) e o Zamora, que irá ao Engenhão enfrentar o Fluminense. A classificação tricolor está muito bem encaminhada, mas é conveniente que Abel Braga observe que há formas melhores de se administrar um resultado contra um adversário tecnicamente inferior do que dando campo para o adversário jogar. O atual elenco tricolor é qualificado o bastante para vencer e convencer. Por mais interessante historicamente que tenha sido o triunfo dessa última noite em Buenos Aires, não creio que o desempenho do Flu tenha sido algo a ser exaltado. E o Boca... ah! o Boca... essa torcida merece um plantel melhor que esse...