Senhoras e senhores, meninas e meninos de qualquer idade. Se você está entre os indivíduos que assistiu a esse jogo de volta entre Manchester City e Sporting Lisboa, independente de para quem estivesse torcendo (se é que estava necessariamente torcendo para alguém), certamente experimentou fortes emoções. Afinal, não é todo dia que vemos um desfecho de partida tão dramático, com contornos cinematográficos até.
O Sporting vencera o jogo de ida (1a0) e, no primeiro tempo da partida de volta, conseguiu a importante vantagem de 2a0, dando um ar de "já classificou". Só que os gols que o Manchester City não fez em Portugal e nem no primeiro tempo na Inglaterra "resolveram aparecer" no segundo tempo desse jogo de volta. Resultado: uma virada espetacular e um alívio para os portugueses, que se classificaram por questão de centímetros.
O jogo
Domínio territorial foi algo que o time comandado por Roberto Mancini conseguiu desde que a bola começou a rolar no estádio Etihad. Só que o volume de jogo dos donos da casa não se converteu em ocasiões de gol. Esbarrando na bem postada defesa lusitana (ou brasileira, afinal, a dupla de zaga era formada por Ânderson Polga e Xandão), os Citizens não conseguiam romper a última linha de marcadores e tirar o zero do placar. E, para piorar o cenário para a equipe inglesa, uma cobrança de falta precisa do chileno Matías Fernández resultou em gol para o time visitante, aos trinta e dois minutos. Aos trinta e nove, saiu o segundo do Sporting: após lançamento que abriu o jogo na direita, Izmailov fez a tabela e cruzou para a pequena área, encontrando o centroavante Ricky van Wolfswinkel, que completou para a rede. 2a0 Sporting, que iria para o intervalo com uma vantagem de 3 gols no duelo (o City passava a precisar de 4 gols para avançar).
Com a troca de Adam Johnson por Nigel De Jong, ficava a dúvida sobre se Roberto Mancini queria ir ao ataque ou evitar levar uma goleada. Depois, a saída de David Pizarro para a entrada de Edin Dzeko aumentou a presença de área de um time que precisava correr atrás de um prejuízo aparentemente intransponível. Só que as coisas (leia-se os gols) começaram a acontecer.
Aos catorze minutos, Micah Richards tabelou com Yaya Touré e o marfinense encontrou Sergio Agüero livre na área, cabendo ao argentino chutar e diminuir a desvantagem. Catorze minutos depois, Renato Neto deu de carrinho na entrada da área e Sergio Agüero foi ao solo. O norueguês Tom Hagen deu pênalti, cobrado por Mario Balotelli, que converteu com um chute sem força. E, aos trinta e seis minutos, o City conseguiu chegar ao gol que passaria a incendiar de vez a partida: após escanteio cobrado pela esquerda, Dzeko desviou e Agüero completou para dentro, em posição duvidosa (mas revendo o lance creio que não havia impedimento).
A pressão do City seguia firme e o Sporting se limitava a tentar fazer o cronômetro correr. Fazia isso ora prendendo a bola, ora simulando contusões, o que acho lamentável no ponto de vista da esportividade. O jogo ficava concentrado numa única metade do gramado, com vinte e um jogadores ali presentes (pode-se afirmar que, aos 89:48, os vinte e dois jogadores estavam no campo ofensivo do City, pois o goleiro Joe Hart passou da linha de meio-campo para recolher uma bola afastada). E, por falar em Hart, o lance mais incrível aconteceu pra lá dos cinqüenta minutos. E, vendo o vídeo da jogada, você vai entender porque o blogueiro afirmara que a classificação de um e a eliminação de outro se deu por questão de centímetros. Centímetros dos dedos do goleiro Rui Patrício. Centímetros das pernas de Edin Dzeko. Centímetros do poste direito. Você escolhe. Para alívio do Sporting, esses centímetros combinados renderam uma vaga na fase quartas-de-final na Liga Europa 2011-2. O Manchester City está fora, mas a julgar pelo tanto que buscou esse gol e pelo heroísmo visto no segundo tempo, deixa o torneio com a cabeça erguida.
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