quinta-feira, 15 de março de 2012

Vasco, Libertad, Dores

Julgando meramente pelo resultado, o Vasco da Gama trouxe um relevante ponto de Assunción na bagagem. Mas fazendo uma análise mais sistemática pelo que foi o jogo no estádio Nicolás Leoz, a equipe brasileira poderia ter voltado para o Rio de Janeiro com a liderança do grupo 5 na Copa Libertadores da América 2012. Os comandados de Cristóvão Borges mostraram ter maiores recursos técnicos que os donos da casa, mas num ato de destempero de Diego Souza (autor do gol inaugural), passaram a jogar em desvantagem numérica e permitiram que o Libertad buscasse a igualdade no placar. Embora seja tranqüilamente discutível a qualidade da atuação do árbitro chileno Enrique Roberto Osses Zencovich - em determinado momento ele ficou absolutamente perdido nos critérios de ordem disciplinar -, o Vasco precisa, mais do que encontrar responsáveis externos pelo empate concedido, observar no próprio elenco os erros que custaram esses dois pontos não-ganhos. De toda forma, o vice-líder na chave tem nova chance de assumir a liderança: bastará vencer esse mesmo Libertad, na próxima quarta-feira, no estádio São Januário.

O jogo

Os dois times iniciaram a partida buscando o ataque, a exemplo da partida entre Chelsea e Napoli, pela Liga dos Campeões, realizada algumas horas mais cedo, em Londres. Só que as semelhanças entre um jogo e outro, infelizmente, terminam por aí. Com visíveis limitações técnicas, o time da casa não conseguia criar algo que envolvesse a defesa cruzmaltina e logo se viram sob pressão no campo defensivo. O placar foi aberto aos dezesseis minutos, em lance de bola parada. Se não havia Juninho Pernambucano (poupado para o clássico de domingo com o Botafogo, pelo Campeonato Estadual), quem levantou a bola na área foi Fágner, encontrando Diego Souza, que cabeceou (ou "nuqueou") para o gol.

Se o Vasco recuou intencionalmente ou não, não afirmarei de forma convicta. Mas o fato de freqüentar menos o campo de ataque trouxe o Libertad para a frente, e o time da casa foi exercendo domínio no jogo. De toda forma, o poder de criação paraguaia era limitado, apenas vez ou outra causando maiores dificuldades ao time brasileiro. Só que, aos sete minutos no segundo tempo, Diego Souza resolveu revidar uma agressão sofrida no primeiro tempo. E optou por fazer isso de um modo tolo e covarde. Tolo porque ele próprio estava com a bola (chamando a atenção da arbitragem) e covarde porque desferiu uma cotovelada no adversário. Expulsão correta e confusão no gramado, com direito a troca de dedos na cara, empurrões e outras expressões de natureza intimidatória.

De bonito mesmo, pouca coisa ocorreu. Um voleio de Dedé, aos dezoito, merece ser mencionado - o goleiro uruguaio Rodrigo Muñoz, bem colocado, encaixou após a bela finalização do zagueiro vascaíno. Aos vinte e cinco minutos, quando dava pinta de que o Vasco tinha se acertado com um homem a menos, veio o gol de empate: Velázquez escorou cruzamento para o meio da área e Núñez chutou no canto direito. 1a1.

Onze minutos depois, o próprio Núñez veio a ser expulso, reestabelecendo a igualdade numérica de jogadores (curiosamente, os dois jogadores que marcaram gol no jogo vieram a sair de campo expulsos). Daí para o apito final, destaque para uma finalização de Felipe, que passou perto do ângulo, e para um chute forte de Ayala, que colocou Fernando Prass para agir na base do reflexo.

Por esse mesmo grupo 5, o lanterna Allianza Lima venceu, no Peru, o uruguaio Nacional (1a0, assistência de Montaño para gol de Fernández). Desta forma, todos os quatro times dependerão somente de si para buscarem uma das duas vagas na fase oitavas-de-final. O Libertad está com 7 pontos, o Vasco com 4, o Nacional com 3 e o Allianza também com 3 pontos.

Um comentário:

  1. Soham,

    O Vasco esta fazendo força para não classificar. Foram 3 jogos de judiar o torcedor. Ontem se complicou sozinho, assim como já fizera nos dois jogos iniciais. E em Libertadores essa é uma combinação que não termina bem. A de se lamentar, ao meu ver, a atuação do assoprador de apitos ontem. Não justifica o destempero por parte dos jogadores vacainos, mas o "juizão" ajudou também.

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