Foi, possivelmente, o melhor jogo de volta na fase oitavas-de-final na Liga dos Campeões da Europa 2011-2. Depois de ter vencido o jogo de ida no estádio San Paolo (3a1), o Napoli mostrou valentia e não se limitou a aguardar o Chelsea atacar - pelo contrário, os comandados de Walter Mazzarri por muitas vezes tomaram a iniciativa na partida e criaram sérias dificuldades aos donos da casa.
Só que o futebol é um esporte onde não é necessariamente preciso jogar melhor que o adversário para se ter êxito: a eficiência é uma palavra de ordem. E o Chelsea mostrou o quão forte é no jogo aéreo, tipo de jogada que rendeu os dois primeiros gols do time londrino. O primeiro gol saiu após belo lançamento aéreo de Ramires, concluído com cabeceio certeiro de Drogba, aos vinte e oito minutos.
Antes de o placar ter sido inaugurado, o Napoli havia ficado perto de marcar 1a0 aos doze minutos, quando Cavani completou chute cruzado de Maggio mandando na rede pelo lado externo. Aliás, o jogo era tão movimentado que, ainda antes desse lance, cada time teve uma boa chegada ao ataque: aos cinco, De Sanctis fez grande defesa após finalização de Sturridge; e aos dez, Cech evitou que o chute de Hamsik fosse para o gol.
Depois do gol de Drogba, o Napoli teve uma baixa de ordem clínica: Maggio sentiu algum tipo de contusão e deixou o campo, dando lugar para Dossena, aos trinta e seis. O duelo seguiu movimentado e não houve mais gols na etapa inicial porque as tentativas de Cavani e Essien não foram no alvo. Isso sem falar no corte providencial de Cannavaro, evitando que uma bola cruzada por David Luiz encontrasse Drogba (em posição duvidosa).
Veio o segundo tempo, e não demorou três minutos para que o Chelsea marcasse o segundo gol e se colocasse em vantagem no placar agregado: ratificando a força no jogo aéreo, Lampard cobrou escanteio pela direita, a bola passou por Drogba mas não por Terry, que cabeceou para a rede. 2a0 Chelsea.
O Napoli, aplicado desde o início do jogo, foi finalmente premiado aos nove minutos: Lavezzi colocou a bola na área, Terry afastou parcialmente e a redonda chegou até Inler. Na proximidade da meia-lua, o volante suíço (um dos melhores jogadores em campo) amorteceu com o peito e chutou bonito, no canto direito, para delírio dos cerca de cinco mil napolitanos presentes em Stamford Bridge.
A partida parecia uma final de campeonato, com duas equipes que não cessavam a busca por mais gols. Cech e De Sanctis tinham trabalho, as defesas estavam a todo momento sendo testadas e o jogo era simplesmente fantástico de ser assistido. Aos vinte minutos, uma infelicidade de Dossena facilitou as coisas para o Chelsea: o camisa oito napolitano esticou o braço em direção à bola e foi assinalada penalidade máxima pelo árbitro alemão Felix Brych. Lampard cobrou com força, De Sanctis acertou o canto e a bola passou pouco acima do corpo do arqueiro. 3a1 no placar, devolvendo o resultado registrado em Nápoles.
O jogo caminhou para o seu final dando seqüência a um ritmo frenético. Detalhe: cada treinador havia feito somente uma substituição (aquela de Dossena no lugar de Maggio ainda no primeiro tempo e, na segunda etapa, Sturridge deu lugar para Fernando Torres, quando o placar estava em 2a1). Quer dizer, se para o espectador essa era uma partida de se tirar o fôlego, para os jogadores parecia haver fôlego de sobra para manter o duelo em alto nível e em alta velocidade. Nem na prorrogação viu-se uma queda no ritmo. Aliás, viu-se sim. Mais precisamente depois do quarto gol do Chelsea. Aos catorze minutos, Ramires fez boa jogada pela direita, tocou para Drogba e o marfinense serviu Ivanovic, que chutou forte e estufou a rede. A partir daí, o Chelsea passou a cadenciar a partida, muitas das vezes no anti-jogo de retardar a reposição da bola. Um final frustrante para os amantes do futebol, que haviam visto 105 minutos de uma partidaça e, a partir dali, tiveram que encarar uma mudança de postura no Chelsea.
De toda forma, parabéns aos Blues. Um time de bastante qualidade e que fez por merecer uma vaga na fase quartas-de-final. Fica a dúvida de por qual motivo o time não tinha a mesma transpiração na época em que era treinado pelo português André Villas-Boas (sob o comando de Roberto Di Matteo, o time de Roman Abramovich venceu todos os três jogos que disputou, incluindo Copa da Inglaterra, Premiership e Liga dos Campeões). O Napoli certamente encheu sua fanática torcida de orgulho. O clube do sul da Itália teve atuação exaltável e, por detalhes, não seguiu em frente na competição. Esse time tem totais condições de conseguir terminar o Campeonato Italiano na zona de classificação para a próxima edição da Liga dos Campeões. E é para isso que o blogueiro está torcendo.
Nessa sexta-feira conheceremos os futuros cruzamentos na Liga dos Campeões. Os oito classificados são Apoel, Chelsea, Milan, Bayern de Munique, Barcelona, Real Madrid, Benfica e Olympique de Marselha. Em pelo menos três dessas chaves nas oitavas-de-final, o blogueiro foi surpreendido em seus prognósticos. Que venham as quartas!
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