sábado, 24 de maio de 2014

Real Dança O Vira Em Portugal: "La Décima" Européia

A final madrilenha em Lisboa foi de arrepiar. O Atlético fez 1a0 e soube se comportar em campo, voltando a exibir uma equipe compacta e determinada na busca pelo triunfo. O adversário, porém, se agigantou no segundo tempo - sobretudo após a ótima entrada de Marcelo, que conseguiu dar outro ânimo ao setor esquerdo merengue.

Os colchoneros resistiram bravamente até onde puderam. Até quando puderam. Aos 48 minutos do segundo tempo, em lance de bola parada, não puderam evitar: Sérgio Ramos foi à rede com cabeceio irrepreensível, empatando a partida.

Aquilo transformou a final, elevando o moral do Real e fazendo o Atleti sucumbir no gramado. No fim, uma goleada por 4a1 - falaciosa, é verdade, porém conquistada com méritos. É estranho proferir essa frase, pois como algo pode ser falso e meritoso? Sei lá, foi assim que senti. A diferença de três gols não traduz o equilíbrio do confronto, mas o fato é que o time branco chegou lá por competência. E tem que ser muito competente para superar uma defesa como aquela que conta com Miranda e Godín.

Carlo Ancelotti conseguiu reinventar a equipe que era comandada pelo arrogante José Mourinho. Cristiano Ronaldo, apesar do gol derradeiro, foi mero coadjuvante num time liderado por Modric e Di María. Mas o que empolga mesmo é a entrega física e tática da limitada equipe comandada por Diego Simeone: faltaram pernas, mas sobrou coração aos alvirrubros. Talvez por isso a dor possa ser maior. Mas o orgulho deve ficar nas alturas.

Em poucas palavras, vão os parabéns aos finalistas - campeões e vices. Se o Real faturou a Liga dos Campeões, o Atlético conquistou a Europa. A noite foi espanhola na capital portuguesa. Quem diria isso seis séculos atrás?

sábado, 17 de maio de 2014

Ponto Final Na Agonia: Com Título, Arsenal É Só Alegria


Teve fim a seqüência de quase uma década sem títulos oficiais. Fiel ao estilo de posse de bola com velocidade e infiltração, o Arsenal demorou para acordar para o jogo. Só que, depois de despertar, partiu pra própria felicidade: virou o jogo diante de um valente Hull City e, após prorrogação, gritou "é campeão" em Wembley.

As coisas começaram altamente favoráveis aos Tigres: com duas chegadas ao ataque, a equipe aproveitou-se de vacilos na marcação adversária para já abrir 2a0 com oito minutos. Os autores dos gols foram os defensores Chester e Davies. Porém, nove minutos depois, Cazorla foi muito feliz em cobrança de falta e diminuiu o impensável prejuízo para um gol de diferença.

O que era uma partida até então frenética foi se tornando um jogo mais estudado. Ou seja, um andamento no mínimo inusitado para uma partida de futebol - sobretudo se tratando de uma final, quando costumamos ver o confronto sendo primeiro "pensado" e depois "jogado".

No segundo tempo, o Arsenal passou a mostrar quem é que manda. E subiu visivelmente de produção após a primeira mexida de Wenger: Sanogo no lugar de Podolski. O atacante francês marcou presença em campo com estilo e causou diversos transtornos a até então aparentemente tranqüila defesa do Hull. O empate veio com Koscielny, que sentiu as dores do choque com o goleiro McGregor e não pôde comemorar o gol com o entusiasmo que a ocasião merecia: era o início da redenção de um zagueiro que ficou marcado por vacilar numa final de Copa da Liga Inglesa.

O destino da final era a prorrogação. No intervalo do primeiro para o segundo tempo, Wenger fez outras duas substituições: saíram Cazorla e Özil, entraram Wilshere e Rosicky. Ganhou solidez no meio a ponto de assumir quase que inteiramente o controle das ações. E o prêmio pela superioridade caiu para aquele que mais merecia: Aaron Ramsey, que, embora bastante tempo afastado por lesões, foi o grande destaque do clube na temporada. Aliás, vai saber até que ponto a saída da disputa pelo título na Premiership não tenha sido derivada exatamente da contusão do meio-campista galês. Pois foi de Ramsey o gol do título. Título que só se confirmou com o apito final de Lee Probert. Houve tempo ainda para o Hull quase empatar a partida, em lance que contou com escorregão de Mertesacker, saída em vão de Fabianski e quase-gol-contra de Gibbs após a finalização/cruzamento de Aluko, que ainda apareceu bem em finalização de média distância muito bem defendida por Fabianski.

Quem não infartou, celebrou. O Arsenal é campeão na Copa da Inglaterra 2013-4. E que venha a próxima temporada.
 Aaron Ramsey com o troféu de campeão na Copa da Inglaterra (a "FA Cup"): meia galês marcou o gol do título e foi um dos destaques na temporada.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Libertadores Da América: Bolívar Fazendo História

Na história do continente americano, um personagem de nome Simón Bolívar foi marcante para a libertação perante a opressão do império espanhol. Na América Latina, Bolívar é visto como um revolucionário e libertador. O maior torneio de futebol ao sul da linha do Equador o homenageou no próprio nome: Taça Libertadores da América.

Nessa edição da competição, os livros de História encontraram um par perfeito: o Club Bolívar, sediado na capital boliviana La Paz. Pela primeira vez na história, um clube deste país consegue avançar à fase semifinal no torneio continental. Curiosamente, o técnico que desempenha brilhante trabalho na equipe é espanhol: só que longe de repetir a opressão de seus compatriotas séculos atrás, Azkargorta está conduzindo o time azul celeste ao infinito e além, de maneira heróica a ponto de honrar o nome de Bolívar.

É absolutamente incerto fazer previsões num esporte imponderável como o futebol. Mas uma coisa pode-se dizer repleto de convicção: é por merecimento que o Bolívar chegou até esta fase e não será nenhum espanto se chegar na final e levantar o troféu de campeão. Não será espanto nenhum. Será lindo, isto sim.

Se em 1813 Simón Bolívar entrou em Mérida e lá foi proclamado El Libertador, 201 anos depois chegou a vez do Club Bolívar avançar em uma caminhada igualmente histórica. O destino final é a taça da Libertadores. Mais do que nunca, que os deuses do futebol possam caminhar ao lado da equipe boliviana. Sobretudo porque o próximo adversário será o San Lorenzo, time do papa. Vida longa, Bolívar!

Com campanha surpreendente e empolgante, o Club Bolívar passou pelo argentino Lanús em confronto sensacional e avançou para as semifinais na Libertadores da América: uma linda história está sendo escrita.