O Lecce recebeu a Juventus na 26ª rodada do Campeonato Italiano e, mesmo bastante desfalcado (entre lesões e suspensões, pelo menos seis jogadores não puderam atuar pela equipe da casa no domingo), conquistou uma vitória por 2a0 jogando melhor que o tradicional adversário.
O resultado deve ter esfriado o ânimo juventino (a equipe vinha de vitória por 1a0 sobre a Internazionale), deixando a equipe na 6ª posição e com prejuízo de sete pontos para a zona de classificação para a próxima edição da Liga dos Campeões da Europa. Já para o Lecce, o placar - e talvez principalmente a atuação - dá ao elenco um aumento de confiança na disputa pela permanência na Série A (a equipe está em 16º lugar, com 4 pontos acima da zona de descenso).
O jogo
No 12º minuto de partida, uma bola enfiada deixou David Di Michele em liberdade para abrir o placar em favor dos donos da casa. Para evitar o gol, Gianluigi Buffon saiu da área e tocou com a mão, rendendo a manutenção do 0a0 mas também a expulsão do goleiro "bianconero". O treinador Luigi Del Neri optou por tirar o sérvio Milos Krasic para colocar o goleiro Marco Storari no jogo, o que não considero uma escolha feliz. Se o Lecce já era melhor antes disso (teve chances de inaugurar o placar aos 2 e aos 9 minutos), com a vantagem numérica bastou ter calma e tranqüilidade para construir a vitória.
E o gol inaugural aconteceu na marca de 31 minutos: após lançamento primoroso de Gianni Munari, o argelino Djamel Mesbah dominou no peito e chutou por baixo de Marco Storari para marcar seu primeiro gol na presente temporada. Seis minutos depois, Giulio Donati recolheu a bola na área pela direita, três jogadores juventinos acompanharam passivamente o lance e o chute de Donati saiu à direita. Após a saída de bola, Felipe Melo mostrou-se nervoso com a marcação de seus companheiros.
Com 39 minutos, a Juventus foi ao ataque na base do talento de Alessandro Matri, que fez fila em três adversários e após bate-rebate a bola sobrou para Claudio Marchisio, que chutou prensado e o goleiro Antonio Rosati defendeu. Três minutos depois, o participativo Giorgio Chiellini apresentou-se pelo lado esquerdo, efetuou um cruzamento rasteiro e Alberto Aquilani acabou furando a tentativa de finalizar com um chute de primeira. Naquele mesmo minuto, o Lecce respondeu: Djamel Mesbah recebeu, chutou cruzado à meia-altura da entrada da área e Storari espalmou.
Se por um lado os 10 homens da Juventus tinham mais posse de bola (15 minutos e 11 segundos diante de 12 minutos e 29 segundos dos donos da casa), eram os 11 do Lecce que finalizaram mais na etapa inicial: 8a4. Provavelmente visando transformar a posse em oportunidades de gol, Luigi Del Neri trocou no intervalo o atacante Luca Toni pelo camisa 10 Alessandro Del Piero. É a típica substituição que acusa um arrependimento do treinador por ter tirado Krasic em vez do próprio Toni, afinal, faltava alguém pra fazer a bola chegar lá na frente.
E logo no início do segundo o tempo o time da casa chegou ao segundo gol: Giuseppe Vives lançou, Di Michele - livre da marcação de Andrea Barzagli - ajeitou de cabeça, Marchisio ficou pelo caminho e Andrea Bertolacci completou pra rede, fazendo a alegria dos torcedores no estádio Via del Mare. E quase rolou o 3º gol 3 minutos depois: em contra-ataque iniciado com toque de calcanhar de Munari, ficaram 3 jogadores do Lecce contra um da Juventus, a bola acabou chegando na direita com o uruguaio Carlos Javier Grossmüller e o goleiro Storari conseguiu bloquear a finalização.
Aos 7 minutos, Di Michele deu lugar para o experiente atacante uruguaio Ernesto Javier Chevantón Espinosa, que rapidamente ganharia destaque no jogo com bonitos lances individuais. Na marca de 10 minutos, Ernesto Chevantón ficou muito perto de encostar numa bola cruzada por Davide Brivio, mas quem conseguiu completar foi seu compatriota Grossmüller, que estufou a rede pelo lado externo e gerou um alarme falso do que quase foi o 3º gol "giallorossi".
A fraca atuação do dinamarquês Frederik Sorensen e a necessidade de sair para o jogo induziram Del Neri a trocá-lo pelo atacante Vincenzo Iaquinta aos 13 minutos. Acontece que o Lecce era organizado o suficiente para neutralizar as investidas juventinas, fazendo de Iaquinta mais um figurante na partida.
Aos 21 minutos, Vives derrubou Del Piero após ser driblado pelo camisa 10 e recebeu cartão amarelo. Dois minutos depois, o mesmo Vives atingiu Chiellini com um carrinho, o defensor gritou de dor, olhou pro árbitro Paolo Silvio Mazzoleni e logo ficou de pé quando viu que Vives estava sendo expulso pelo segundo cartão amarelo.
O jogo voltou a ficar em igualdade numérica (agora com 20 jogadores em campo) e era o Lecce quem seguia melhor: aos 31 minutos, Munari aplicou uma caneta de letra pra cima de Chiellini e sofreu falta do camisa 3, que dessa vez não podia simular dores, embora deva ter doído levar aquele drible desconcertante na quina do campo, pertinho da bandeira de escanteio.
Na marca de 33 minutos, uma bola recuada "na fogueira" para Storari acabou sendo chutada pelo goleiro em cima de um adversário: eis que a bola sobrou para Chevantón, que deu de voleio e mandou perto da trave esquerda, na tentativa de marcar um golaço. Pra não dizer que a Juve não chegava ao ataque, houve uma chance aos 37 minutos, quando Del Piero cobrou falta pela direita e Iaquinta quase desviou para dentro. Mas era basicamente só isso.
O treinador Luigi De Canio resolveu fazer suas últimas duas substituições nos minutos finais, em ambos os casos tirando os autores dos gols: aos 40 minutos Mesbah deu lugar para Andrea Rispoli e 6 minutos depois foi a vez de Bertolacci sair para a entrada de Manuel Coppola. Mesmo com menos tempo de posse de bola (6 minutos a menos que os 29:13 sob domínio juventino), o Lecce foi plenamente merecedor da vitória e mostrou potencial para manter-se na Série A italiana.
Fala, cara!
ResponderExcluirEsse foi aquele jogo pra desanimar a torcida da Juventus. Não pela derrota só, e sim pela maneira como foi, a ponto de parecer que o Lecce daria uma goleada no primeiro tempo.
Acho que o Lecce não cai, não creio que os três últimos colocados de agora, Bari, Cesena e Brescia, se salvem. Estranho é ver o Catania tão mal, pelo elenco ao menos ali no 12º, 13º lugar dava pra estar.
Abraços!
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