terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Jéfferson Brilha No Tempo Regulamentar E Felipe Nos Pênaltis

No duelo dos invictos no Campeonato Estadual do Rio de Janeiro, Flamengo e Botafogo mantiveram a invencibilidade em partida onde o líder do grupo 1 foi melhor no 1º tempo enquanto o 2º tempo foi de domínio do vice-líder do grupo 2. Como somente um deles poderia fazer a final com o Boavista, a decisão da vaga aconteceu nas penalidades máximas, onde o Flamengo triunfou com 3 cobranças convertidas diante de uma do Botafogo.

O jogo

Uma simulação de pênalti por parte de Fernando (que caiu na área sem ser tocado por Antônio Carlos) logo com 1 minuto de partida já deu o sinal de que o clima na semifinal entre Flamengo e Botafogo era de disputa por título. Talvez em função de o adversário na decisão da Taça Guanabara ser uma equipe de menor porte (o Boavista), talvez pelo fato de desde 2007 essas duas equipes estarem decidindo títulos estaduais em confrontos diretos.

A primeira finalização da partida foi alvi-negra: aos 8 minutos, Alessandro cobrou escanteio pela direita e Márcio Rozário subiu alto, cabeceando por cima do travessão. O próprio Márcio Rozário protagonizaria um dos mais belos lances da partida quando, aos 12 minutos, chapelou Thiago Neves e saiu jogando de cabeça erguida, dando a entender que aquela jogada de efeito fosse algo corriqueiro como tocar uma bola de lado. Entre um lance e outro, aos 10 minutos houve um desentendimento áspero entre Germán Herrera e Willians, com o árbitro Luís Antônio Silva Santos exibindo o cartão amarelo para ambos os jogadores.

Na primeira finalização rubro-negra, o gol que abriu o placar: aos 14 minutos, Thiago Neves cobrou escanteio pela direita e Ronaldo Angelim desviou de cabeça mandando no canto direito. 1a0 Flamengo.

O Botafogo pareceu assimilar rapidamente a desvantagem no placar e embora concedesse espaços ao adversário, também conseguia criar chances, como uma aos 29 minutos, quando Sebastián "El Loco" Abreu escorou cabeceando um lançamento e encontrou Márcio Azevedo, que de bicicleta parou em defesa de Felipe. Mas o Flamengo também tinha seus recursos, e não abriu uma vantagem de dois gols por falta de pontaria de Leonardo Moura (que chutou por cima aos 37 minutos após receber passe de Deivid) e pela intervenção sensacional de Jéfferson (que com os dedos da mão esquerda desviou um cabeceio de Thiago Neves que aparentava ser indefensável).

No intervalo, Joel Santana optou por trocar Márcio Azevedo - um dos destaques botafoguenses na etapa inicial, participando bastante das jogadas de ataque - para colocar o meio-campista Éverton. Dessa forma, Somália preencheria o lado esquerdo e Renato Cajá ganharia alguém com quem dialogar no setor de criação. E o Botafogo, de fato, começou o 2º tempo criando. Com 1 minuto, Somália enfiou para Herrera, que recuou para "Loco" Abreu e o camisa 13 chutou cruzado uma bola que veio a ser espalmada por Felipe no canto esquerdo. Na marca de 3 minutos, Abreu recebeu bela enfiada de bola de Alessandro e dessa vez finalizou no canto direito, rasteiro, empatando a partida no estádio Olímpico João Havelange.

A virada quase aconteceu aos 11 minutos, quando o participativo atacante uruguaio cabeceou um cruzamento dado por Éverton a partir do lado esquerdo e Felipe defendeu. Percebendo que o adversário era superior, Vanderlei Luxemburgo mexeu no time aos 13 minutos, trocando Deivid por Negueba, jovem que, sob os olhares de Luxemburgo, fez o gol do título flamenguista na Copa São Paulo de Juniores, mês passado. E Negueba não demorou a mostrar serviço: aos 17 minutos, deu uma caneta no uruguaio Arévalo Ríos mas mandou à direita uma bola difícil de caracterizar como chute ou cruzamento. Aos 18 minutos Negueba fez melhor, escapando de Arévalo e Somália pelo lado direito, centralizando com Ronaldinho Gaúcho, mas melhor ainda foi o zagueiro Antônio Carlos, que desarmou o camisa 10 na bola e facilitou a intervenção de Jéfferson, que recolheu a redonda. Na marca de 19 minutos Negueba apareceu de novo, sempre pelo lado direito, mas novamente ficou complicado entender se ele cruzou ou chutou - o fato é que Jéfferson alcançou uma bola que tinha o endereço da rede.

Naquele momento o Flamengo era melhor e quase chegou ao desempate novamente contando com uma jogada de escanteio: aos 21 minutos, Thiago Neves cobrou pela direita, Ronaldinho recolheu na esquerda, girou e deu de trivela. O goleiro Jéfferson esticou corpo, braço, mão e dedos e a bola passou raspando a trave esquerda, em sutil desvio do camisa 1.

Aos 30 minutos, Joel trocou Herrera por Caio, jogador que na semifinal desse mesmo torneio (só que na edição passada) marcou o gol da virada sobre o próprio Flamengo. No minuto seguinte ao de sua entrada, o Botafogo conseguiu chance incrível de virar o jogo: Somália recolheu na esquerda uma bola cruzada da direita, tocou para Éverton e o meia tratou de chutar cruzado, à meia-altura. A bola viajou passando muito perto de ser desviada na cabeça de Abreu e também muito perto da trave esquerda, para alívio de Felipe, que acompanhou tudo isso como espectador.

Com 36 minutos, Luxemburgo ousou e optou por colocar o atacante Diego Maurício no lugar de Ronaldo Angelim, que atuava pelo lado esquerdo da defesa, função passada para Renato Abreu. Por falar em Renato, mas no botafoguense Cajá, aos 39 minutos o camisa 10 cobrou falta com força e colocação, encaminhando a bola para o ângulo direito. Mas Felipe saltou e espalmou para escanteio. Na marca de 40 minutos, o Renato flamenguista interceptou com o braço uma bola tocada de Antônio Carlos para Abreu. O braço, cabe dizer, estava amplamente aberto. Toque involuntário? Talvez. Mas quem abre o braço daquela forma dentro da área obtém um ganho de espaço, no mínimo, suspeito. O jogo seguiu...

Aos 41 minutos, Ronaldinho abriu na direita com Negueba e o chute cruzado foi defendido brilhantemente por Jéfferson. Aos 45, Arévalo, exausto, saiu para entrada de Araruama. Houve ainda uma chance derradeira de gol: em cobrança de falta aos 47, Ronaldinho tirou da barreira e mandou no canto esquerdo. Mas quem estava entre as traves era Jéfferson, que foi até lá e defendeu novamente.

A parada precisou ser resolvida nos pênaltis, algo que esses clubes já vivenciaram em 2007 e 2009. E, pela 3ª vez consecutiva nessa situação, deu Flamengo. Márcio Rozário converteu com um chute forte, estufando o quadrante 3. Esse seria o único pênalti bem-sucedido do Botafogo, que desperdiçaria com Éverton (defesa de Felipe no canto direito), Somália (defesa de Felipe na esquerda) e Renato Cajá (que deslocou o goleiro mas mandou para fora, à esquerda). Pelo Flamengo, Leonardo Moura viu Jéfferson acertar o canto, alcançar a bola, mas ela foi parar dentro do gol. Já Renato e Fernando colocaram a redonda no quadrante 15, enquanto o goleiro alvi-negro saltou para o canto direito. Final: 1a1 no tempo normal e 3a1 nos pênaltis.

Outro resultado

Sábado

Fluminense 2a2 Boavista (2a4 nos pênaltis)

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