Fluminense e Botafogo fizeram nesse domingo, no estádio Olímpico João Havelange, o que pode ser considerado o melhor jogo da fase de grupos da Taça Guanabara 2011. Pênaltis, expulsões, gols, provocações, tudo isso fez parte do espetáculo. Infelizmente, também houve espaço para violência: por volta das 19:20h (pouco antes do jogo ter início), um confronto entre torcedores nas proximidades da bilheteria Norte terminou em dois tricolores detidos por policiais (ambos com sinais de ferimento). Se houve algum outro incidente - torço para que não - não fiquei sabendo. Mas aquele ali assisti de perto.
O jogo
Quando duas equipes vão ao campo dispostas a atacar e buscar gols, quem ganha com isso costuma ser o próprio jogo. Com a inspiração de Renato Cajá e os apoios constantes dos laterais Alessandro e Márcio Azevedo, foi o Botafogo quem conseguiu abriu o placar. Aos 22 minutos, Renato Cajá cobrou falta com precisão rara de ser vista até no videogame, colocando a bola no ângulo direito e fazendo explodir de alegria os setores Norte e Oeste do Engenhão.
A pontaria de Renato Cajá estava mesmo especial: 3 minutos depois, o meio-campista recebeu de "Loco" Abreu, deu chute de fora da área e a bola carimbou o travessão, quicando na grama e causando dúvidas se a bola entrou ou não. Enquanto a FIFA não implementa a tecnologia eletrônica no futebol para tirar dúvidas como essa, os torcedores ficam na patética situação de ver que nem árbitro, nem auxiliares podiam passar a certeza do ocorrido (além dos famosos "bandeirinhas", esse Estadual RJ conta também com indivíduos nas linhas-de-fundo).
Rafael Moura, que fazia sua reestréia no Fluminense, tratou de acabar com as dúvidas e marcar dois gols, virando a partida ainda no primeiro tempo. O primeiro aconteceu aos 28 minutos: após tabela entre Mariano e Fred, o lateral-direito finalizou em liberdade e Jéfferson fez bela defesa com o pé direito para mandar em escanteio. Veio a cobrança e Rafael Moura se antecipou à marcação no primeiro poste para desviar pra dentro. O segundo foi aproveitando rebote após bola resvalada por Fred: Jéfferson ainda conseguiu chegar na bola e impedir que balançasse a rede, mas não que atravessasse a linha.
Entre o empate e a virada, houve outro bom chute de Renato Cajá (pertinho do ângulo esquerdo) e muita confusão pela expulsão de Valência (o volante recebeu o segundo cartão amarelo somente depois das reivindicações de Sebastián "El Loco" Abreu, que também recebeu amarelo). Pouco depois do 2º gol tricolor, Marcelo Mattos chegou atrasado para dividir com Darío Conca e acabou derrubando o argentino: para revolta botafoguense, o volante foi expulso de campo sem nem receber anteriormente um cartão amarelo.
O jogo que era bom ficou ainda melhor na volta para o segundo tempo: as equipes, com mais espaço para jogar, mantiveram posturas ofensivas e conseguiram oportunidades diversas. Aos 6 minutos, a puxada que Rafael Moura deu na camisa de Abreu dentro da área resultou em pênalti para o Alvinegro. O próprio atacante uruguaio foi pra cobrança e... Diego Cavalieri segurou a cavadinha sem sair do lugar!
Três minutos depois, Bruno Tiago foi empurrado por Edinho na área, o árbitro Gutemberg de Paula Fonseca esperou pela "lei da vantagem", mas o chute para fora o fez marcar a penalidade máxima. E adivinha quem foi pra cobrança... ele: Abreu. E acredite se quiser: com nova cavadinha! Dessa vez foi bola pro canto esquerdo e goleiro pro canto direito: 2a2 no placar.
Aos 18 minutos, uma bela enfiada de bola de Renato Cajá colocou o atacante argentino Germán Herrera em ótimas condições e o camisa 17 não desperdiçou: virou o jogo chutando da meia-lua, com direito a leve desvio no goleiro Diego Cavalieri antes de a bola chegar na rede.
Com 20 minutos, Márcio Azevedo lançou da esquerda, Germán Herrera escorou de cabeça ajeitando para Abreu e o uruguaio chutou forte, parando em bonita defesa de Cavalieri.
No retorno da parada técnica, Muricy Ramalho tratou de colocar o atacante Araújo no lugar do meio-campisa Souza, retornando a uma formação de dois centroavantes, já que Rafael Moura havia dado lugar para Fernando Bob. E o próprio Araújo só não reempatou a partida porque Jéfferson agiu brilhantemente: após cruzamento de Mariano pela direita, Araújo cabeceou e o goleiro botafoguense impediu que a bola entrasse em intervenção que aliou reflexo com agilidade num nível somente exibido pelos grandes goleiros. Outras chances vieram com Fred e Carlinhos (duas vezes), mas Jéfferson voltou a realizar grandes defesas e tornou-se o maior responsável pela manutenção do resultado, que recoloca o Botafogo na liderança do grupo 2 e leva o Fluminense para o segundo posto, faltando uma rodada para a definição dos cruzamentos semifinais na Taça Guanabara 2011. O segundo colocado nessa chave terá pela frente o Flamengo, única equipe até o momento com 100% de aproveitamento.
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