Pela quarta vez em quatro partidas nessas Olimpíadas de Londres 2012, a seleção brasileira de futebol masculino conseguiu marcar três gols no jogo. Dessa vez, quem acabou sendo personagem central na vitória foi o atacante Leandro Damião, que se por um lado não teve atuação brilhante, por outro acabou conseguindo estar no lugar certo e na hora certa em momentos importantes da partida - foi pelo bom senso de posicionamento que o camisa nove empatou a partida aos trinta e sete minutos e sofreu o pênalti para reestabelecer a igualdade no marcador aos cinco minutos do segundo tempo. Aos catorze da etapa final, sua jogada mais exuberante rendeu a virada no placar, quando recebeu de Neymar, limpou a marcação e finalizou no contrapé do goleiro hondurenho.
É bem verdade que a grande atuação do arqueiro José Alberto Mendoza Posas evitou o que poderia ter sido um placar mais elástico a favor dos brasileiros. Mas o fato é que, a julgar pela expulsão de Wilmer Crisanto aos trinta e dois minutos e a superioridade técnica dos jogadores brasileiros, o desenrolar da partida denunciou fragilidades táticas na equipe comandada por Mano Menezes. O árbitro alemão Felix Brych, dúbio nos critérios disciplinares, sentenciou a vantagem numérica aos brasileiros diante de um adversário que, se por um lado era de fato faltoso, por outro não era violento - e terminou a partida com nove homens em campo.
Uma Honduras que, após vencer a Espanha na segunda rodada na fase de grupos (1a0), mostrou-se valente diante de um país pentacampeão mundial, abrindo o placar em boa jogada pelo lado esquerdo, com passe de Maynor Figueroa e finalização de Mario Roberto Martínez Hernández. Mario Martínez que também participou do segundo gol da seleção da América Central, tocando para Roger Espinoza, aos dois minutos do segundo tempo, recolocar os caribenhos em vantagem no placar. Uma seleção que, embora retraída em seu campo na maior parte do tempo, mostrou grandes qualidades na transição ao ataque e deu alguma canseira na defesa brasileira.
Mano Menezes, que via a seleção vencer por 3a2 e ter um homem a mais no gramado, mostrou mais um pouco de sua fraqueza ao trocar Hulk por Lucas, aos vinte minutos no segundo tempo. Em primeiro lugar porque Lucas como reserva de Hulk já é uma aberração. E depois porque, pelo contexto da partida e por mais que Hulk não atuasse em bom nível, era tranqüilamente possível experimentar a seleção com os dois juntos - poderia ter tirado Rafael e deslocado Danilo para a lateral-direita, ou então ter posto Lucas no lugar de Rômulo. Se fizesse isso, teríamos uma equipe com Oscar um pouco mais recuado, Hulk e Neymar pelas pontas e Lucas encostando no centroavante Damião, numa formação que teria a proteção de um volante a frente da linha de quatro defensores. Mas a filosofia do treinador parece diferente da do futebol brasileiro e foi dada preferência a tocar a bola de lado e manter o placar até o final. Talvez o castigo esteja guardado para a semifinal diante da Coréia do Sul. Talvez para mais tarde. Talvez não haja castigo. O fato é que as escolhas de Mano, muitas das vezes, castigam o futebol brasileiro.
Outros resultados
Japão 3a0 Egito
México 2a2 Senegal (4a2 na prorrogação)
Grã-Bretanha 1a1 Coréia do Sul (4a5 nos pênaltis)
Sohan,
ResponderExcluirsei que futebol é não é matemática. Mas o Brasil tem sim obrigação de conquistar o ouro. O Brasil é superior em todos os quisitos em relação a seus adversários, que alias o nível é baixo. A soberba é nosso maior adversário.
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