Vinte e quatro anos depois da presença na final olímpica em Seul-1988, o Brasil retorna a uma disputa pela medalha de ouro. O título inédito para a modalidade será disputado diante do México, que passou pelo Japão com uma vitória de virada, por 3a1. A seleção brasileira, que também enfrentou uma equipe asiática na fase semifinal, goleou por 3a0 em partida onde foi, novamente, beneficiada pela arbitragem européia.
Curiosamente, esse foi o quinto jogo - em cinco disputados nessas Olimpíadas - que a equipe marcou três gols na mesma partida.
A Coréia do Sul, que conseguiu dominar o jogo em seus primeiros minutos, não abriu o placar por detalhes. Aos poucos, a seleção brasileira melhorou em campo (leia-se passou a contra-atacar com mais perigo), e conseguiu inaugurar o marcador aos trinta e sete minutos, quando Rômulo recebeu de Oscar após jogada iniciada por Neymar e chutou rasteiro, no canto esquerdo, dando chance mas não defesa ao goleiro Lee Beom-Young, que falhou na tentativa de defender com a perna esquerda.
Mantidas as formações no intervalo, Mano Menezes continuou fazendo uso de três volantes (Sandro, Rômulo e Alex Sandro) e parecia não se esforçar em impôr um estilo de jogo baseado na posse de bola. Pelo contrário: o Brasil se fechava atrás e, pouco compacto, apostava no talento de Oscar, Neymar e Leandro Damião mais à frente.
Jogando com a bola e buscando o ataque, a Coréia tinha tudo para empatar a partida aos três minutos em cobrança de pênalti. Mas a tal cobrança jamais aconteceu, graças ao árbitro tcheco Pavel Kralovec, que ignorou, mesmo bem posicionado, a penalidade cometida por Sandro em Kim Bo-Kyung. Sem ter nada a ver com isso (quer dizer, vai saber...) a seleção brasileira foi lá e marcou mais dois gols, ambos contando com o oportunismo de Damião, goleador no torneio olímpico com seis gols.
Após a larga vantagem no placar, Mano realizou uma substituição de cada vez. Colocou Hulk no lugar de Marcelo, deslocando Alex Sandro para a lateral-esquerda e passando a jogar com dois volantes em vez de três, aos trinta minutos do segundo tempo. Dois minutos após, trocou Damião por Alexandre Pato. Mais cinco passados, pôs Bruno Uvini no lugar de Juan. Lucas e Ganso no banco permaneceram. E o futuro tático do futebol brasileiro treme com a possibilidade de ver uma seleção com cara de time de pelada avançar em direção a uma conquista inédita.
Será muito melhor, acredita este blogueiro, que a façanha dourada aconteça nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, e de preferência com a equipe sendo treinada de forma condizente às tradições daquela camisa amarela.
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