O jogo
Após experimentar uma derrota por 2a0 para o Hércules, dentro de casa, no último compromisso oficial, o Barcelona parecia nem se incomodar e já se mostrava pronto para outra: começou o jogo fazendo a bola girar com uma qualidade singular, chegando ao ataque rotineiramente e buscando o gol incessantemente. Porém, o Panathinaikos conseguiu achar um gol e acabou abrindo o placar, dando a impressão de que poderíamos ter um novo tropeço da equipe técnica e taticamente superior: aos 20 minutos, o goleiro Alexandros Tzorvas recolocou a bola em jogo com um chute forte, Djibril Cissé arrumou o lance com um lindo toque de calcanhar e colocou Sidney Govou na cara de Victor Valdés. O camisa 10 francês se livrou do compatriota Eric Abidal na base da velocidade e marcou 1a0 para os visitantes.
O empate veio à galope: no minuto seguinte, Xavi Hernández deu bonito passe para Lionel Messi, que surgiu na frente de Tzorvas e deu toque categórico para superar o goleiro grego. Só dava Barcelona e a virada viria, naturalmente, onze minutos após o gol de empate: após cobrança de escanteio de Xavi pelo lado direito, Sergio Busquets desviou de cabeça e David Villa mostrou-se bem posicionado e cheio de oportunismo para pegar de primeira, estufando a rede adversária. Antes do intervalo, mais um ato no vasto repertório de grandes jogadas barcelonistas: Lionel Messi arrancou em velocidade, tabelou com Busquets, tabelou com Pedro Rodríguez (isso mesmo, duas tabelas seqüenciais!) e finalizou o lance com maestria para fazer 3a1. A atuação era irrepreensível e as estatísticas eram fiéis ao espetáculo: 17 chutes de um lado, 1 de outro, com o Barça mantendo a posse de bola por 75% do tempo.
Na etapa complementar, a tônica do jogo era semelhante a do primeiro tempo: a equipe grega tinha dificuldades de trocar 3 passes nos raros momentos em que tinha a redonda sob domínio. O Barcelona, por sua vez, seguia envolvendo os adversários com ligeiras e inteligentes trocas de passe. O quarto poderia vir aos 10', quando Messi sofreu pênalti mas cobrou mal e viu a bola ser defendida por Tzorvas (que, a bem da verdade, se adiantou irregularmente no lance). Com 32 minutos, Messi recebeu e resolveu chutar de uma posição onde praticamente não havia ângulo. Mas estamos falando do melhor jogador do mundo, e o praticamente sem ângulo virou uma finalização que carimbou as duas traves gregas e foi conferida no rebote por Pedro. O último ato veio no último minuto, já nos acréscimos da partida: Messi deu bela assistência para Daniel Alves, que cabeceou encobrindo o arqueiro grego.
Com os 2 gols marcados hoje, Messi já é o maior artilheiro do clube na história da competição (27 gols, superando os 25 do brasileiro Rivaldo).
Temporada passada, erros de arbitragens aliados a um forte esquema defensivo de José Mourinho derrubaram o Barcelona na semifinal. Hoje, o treinador português está no Real Madrid, a Internazionale contratou Rafael Benítez e o Barcelona de Guardiola segue arrasador. Se os árbitros conseguirem a proeza de apitar de forma isenta, dessa vez o final pode ser mais feliz para os amantes do futebol arte. Aliás, a declaração de Guardiola após o jogo foi sob medida:
Este é o caminho. Estou satisfeito após uma atuação extraordinária, que deixa uma ótima imagem.Outros resultados
Grupo A: Twente 2a2 Internazionale; Werder Bremen 2a2 Tottenham Hotspur;
Grupo B: Benfica 2a0 Hapoel Tel Aviv; Olympique Lyon 1a0 Schalke 04;
Grupo C: Manchester United 0a0 Rangers; Bursaspor 0a4 Valência;
Grupo D: Copenhagen 1a0 Rubin Kazan.
Amanhã serão jogadas as partidas pelos grupos E, F, G e H.
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