A 19ª rodada do Campeonato Brasileiro 2011 está recheada de clássicos. E se isso traz a expectativa de um final-de-semana emocionante para os torcedores, Fluminense e Botafogo confirmaram tal suposição após fazerem partida bastante movimentada no estádio Engenhão. Com maioria dominante nas arquibancadas, maior volume de jogo, maior organização tática e muito mais envolvente nas jogadas de ataque, o Alvinegro de General Severiano fez por merecer a vitória conquistada e ingressou na zona de classificação para a Copa Libertadores da América 2012. Já o Tricolor, nove pontos distante do adversário, está apenas sete acima da zona de descenso.
O jogo
Desde o início ficaram claras as propostas de Abel Braga e Caio Júnior. Quer dizer, a julgar pela tamanha desorganização tricolor, prefiro imaginar que aquilo proposto por Abel não foi correspondido dentro das quatro linhas, embora haja no futebol alguns treinadores que efetivamente acreditam num estilo de jogo baseado quase que exclusivamente em chuveirinhos (o que acho uma lástima). Pois então, se o Flu insistia em levantar a bola na direção de Fred e Rafael Moura, o Botafogo valorizava a posse de bola e chegava ao ataque na base da visão de jogo de Renato, da velocidade de Maicosuel e da insistência do argentino Germán Herrera. As coisas talvez não tenham sido melhores para o Alvinegro porque Elkeson atuava muito mal, bem abaixo do nível de seus companheiros. Com a persistência do 0a0 até o intervalo, veio o segundo tempo e, com ele, os gols.
Aos 10 minutos, Souza cobrou escanteio a partir do lado esquerdo e Fred mostrou-se mais esperto que Herrera, subindo para cabecear no canto esquerdo e abrir o placar. Foi um dos raros momentos em que pôde-se ouvir a torcida tricolor, mas logo os botafoguenses abafaram a euforia adversária e entoaram o cântico "vamos virar, Fogo". E a admirável postura dos torcedores foi premiada no minuto seguinte: Elkeson recebeu, avançou, escapou de Gum com extrema facilidade e chutou cruzado para empatar a partida. Passados mais sete minutos e veio a virada: em contra-ataque fulminante puxado por Sebastián "El Loco" Abreu, o lateral-direito Lucas recebeu do camisa 13 uruguaio e concluiu com chute cruzado. Para euforia generalizada nos setores Norte e Oeste do estádio.
Com Martinuccio e Ciro nos lugares de Diogo e Souza, Abel Braga convidou o Fluminense a invadir a área do Botafogo do jeito que fosse possível. Sem um toque de bola decente, o jeito que dava era basicamente por bolas alçadas, mas Antônio Carlos e Fábio Ferreira conseguiam dar conta de afastar o perigo que rondava a área botafoguense. Isso sem falar no goleiro Jéfferson, que não vacilava quando era exigido e chegava soberano nas bolas que lhe cabiam. Apostando nos contra-ataques, o Botafogo teve grande chance de ampliar a diferença aos 36 minutos, quando Maicosuel foi lançado em liberdade mas cabeceou por cima do travessão. A atuação do camisa 7 foi celebrada pelos botafoguenses no momento em que o jogador deu lugar para Cidinho, quando ouviram-se os gritos de "o Maicosuel voltou". Quem também parece estar de volta é o Botafogo de Futebol e Regatas, que faturou o Brasileirão em 1995 e não vê a hora de voltar a conquistar a competição, vencida ano passado pelo Tricolor das Laranjeiras.
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