O jogo
O Barcelona estava desfalcado de sua dupla de zaga titular (o volante argentino Javier Mascherano e o lateral-esquerdo francês Eric Abidal atuaram no setor que costumeiramente é preenchido por Carles Puyol e Gerard Piqué). Pelo lado portista, os desfalques em relação à vitoriosa temporada passada eram o do atacante colombiano Falcao García, que foi negociado com o Atlético de Madrid, e o de André Villas-Boas, novo treinador do Chelsea. No banco de reservas, Vítor Pereira seguia os passos de seu antecessor e levava o time a campo com uma postura ofensiva, colocando três homens de frente e pressionando a saída de bola barcelonista com cerca de meio time ocupando o campo de ataque. Algumas chances apareceram para a equipe lusitana, mas a falta de um goleador como Falcao García foi sentida pelo time azul-e-branco, principalmente se levarmos em consideração a pífia atuação do centroavante brasileiro Kléber. O Barcelona foi crescendo na partida, mas só abriu o placar porque contou com um presentaço do colombiano Fredy Guarín: o meio-campista portista recuou uma bola forte demais para ser alcançada pelo romeno Cristian Sapunaru e acabou servindo ninguém mais, ninguém menos que o craque argentino Lionel Messi. O camisa 10 foi até a bola, fintou o goleiro Hélton na base do jogo de corpo e completou pra rede, aos 38 minutos.
O segundo tempo teve início e o Porto mostrava muita vontade de buscar o resultado. João Moutinho era figura que se aproximava com freqüência dos atacantes e fortalecia o poder-de-fogo da equipe, com direito a um chute que passou perto, aos cinco minutos. Aberto pela direita e dando uma canseira em quem o marcasse, Hulk esbarrava nas próprias limitações técnicas para não ser mais efetivo, embora vez ou outra conseguisse produzir algo de interessante. Mas quem mais comprometia o ataque do Porto era Kléber, que não conseguia dar seqüência a praticamente nenhuma jogada, chegando inclusive a irritar o compatriota recém-convocado por Mano Menezes. Com o chileno Alexis Sánchez no lugar de David Villa e com o brasileiro Adriano dando lugar para Sergio Busquets, Guardiola colocava Abidal na sua posição de origem e formava a dupla de zaga com dois volantes, o que aumentava ainda mais a qualidade da já boa saída de bola azul-grená. Vítor Pereira foi procurando alternativas para tentar reequilibrar o tempo de posse de bola entre os dois times e realizou suas três substituições num intervalo de nove minutos: saíram o uruguaio Cristian Rodríguez e os brasileiros Souza e Kléber para as entradas de Silvestre Varela, do brasileiro Fernando (habitualmente titular na campanha da Tríplice Coroa) e do argentino Fernando Belluschi.
Se o Barcelona mexera duas vezes e o Porto três, restava uma última substituição por direito. E Guardiola fez uso com grande capricho, colocando Francesc Fàbregas no lugar de Pedro Rodríguez. Desta forma, Messi era ligeiramente adiantado e formava uma ágil dupla de ataque com Sánchez, contando com o apoio do trio Xavi Hernández, Andrés Iniesta e Cesc Fàbregas para lhe dar apoio. Precisava de mais que isso? Para facilitar as coisas, Rolando recebeu o cartão vermelho pelo acúmulo de dois cartões amarelos (o primeiro aconteceu aos 19 minutos do segundo tempo, por falta cometida em Messi, e o segundo aos 39, também por falta em Messi). Aos 42 minutos, Messi deu passe genial para Fàbregas, que ajeitou no peito e, mantendo a bola no ar, completou com chute belíssimo, estufando a rede e definindo a vitória com um golaço, envolvendo aqueles que considero os dois melhores jogadores na atualidade - ou dois dos quatro melhores, afinal, há também Xavi e Iniesta...
Mais pro final do jogo, um carrinho grosseiro de Guarín em Mascherano rendeu a segunda expulsão na partida, deixando apenas nove atletas portistas para serem envolvidos no baile barcelonista. A temporada está apenas começando. E como é gostoso pensar que ainda há muito Barcelona para entrar em campo...
Lionel Messi comemora o primeiro gol: argentino abriu o placar e deu linda assistência para o gol de Fàbregas.
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