segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Vazio De Gol, Cheio De Emoção

Na rodada em que os clássicos tomaram conta do final-de-semana, o Engenhão recebeu os quatro clubes de maior torcida no Rio de Janeiro. Se no sábado o Botafogo venceu o Fluminense por 2a1 em jogo bastante movimentado, no domingo Flamengo e Vasco não saíram do 0a0 em partida também muito disputada. Com isso, o Rubronegro segue na vice-liderança enquanto o Cruzmaltino conserva a quarta colocação na competição.

O jogo

Com duas formações recheadas de volantes (dá para enumerar pelo menos meia dúzia deles: Luiz Antônio, Renato Abreu, Willians; Eduardo Costa, Juninho Pernambucano e Rômulo), uma das características da partida foi o alto teor de combatividade. Às vezes num excesso que obrigava o árbitro Péricles Bassols Pegado Cortez a tomar medidas mais enérgicas, embora nem sempre à altura do que as disputas efetivamente pareciam exigir.

Em termos de futebol, os talentos individuais de Leonardo Moura e Ronaldinho Gaúcho eram a mola propulsora do Flamengo ao campo de ataque, enquanto o Vasco tinha mais facilidade em se aproximar da baliza adversária através da precisão nos chutes de Juninho e nas investidas de Diego Souza. Com cinco minutos, Léo Moura se apresentou pelo meio, recebeu belo passe de Ronaldinho e, na cara de Fernando Prass, chutou rasteiro uma bola que foi bloqueada pelo goleiro vascaíno.

A primeira chance mais clara do Clube da Colina deu-se aos treze: Fágner cruzou da direita, Alecsandro cabeceou e o goleiro Felipe conseguiu espalmar em escanteio. Na cobrança aí originada, Juninho cruzou e Rômulo cabeceou para nova intervenção de Felipe, que estava bem posicionado e nem precisava dar o salto mirabolante para realizar a defesa. O Vasco crescia no jogo e quase abriu o placar em cobrança de falta de Juninho, mas a bola chutada aos vinte e quatro minutos passou rente ao ângulo direito de um imóvel Felipe, que talvez tenha defendido com o poder da mente.

Ronaldinho era acompanhado de perto por Eduardo Costa, mas mesmo assim conseguia vez ou outra descolar algum lançamento interessante. O maior problema era que o destino de alguns desses passes do camisa 10 era o atacante Deivid, longe de ter a mesma intimidade que o Gaúcho com a bola. Se Deivid se atrapalhava lá na frente, o zagueiro Welinton tratou de fazer parecido lá atrás: em saída de bola onde aparentemente o defensor tentou dar um passe de trivela, a bola bateu em Diego Souza e deixou o Flamengo em apuros. A "solução" encontrada por Welinton foi derrubar o adversário e receber o correto cartão vermelho da arbitragem, deixando o Flamengo com um homem a menos ainda no primeiro tempo.

Talvez tenha passado pela cabeça do treinador Vanderlei Luxemburgo que, no clássico com o Botafogo, o Flamengo conseguiu segurar um 0a0 atuando cerca de 70 minutos com um homem a menos (naquela oportunidade quem havia sido expulso era o meia argentino Dario Bottinelli). E se Luxemburgo já havia feito uma substituição com nove minutos de partida (Alex Silva, contundido, deu lugar para Ronaldo Angelim), tratou de gastar as outras duas já no intervalo: saíram Bottinelli e Deivid, entraram Luiz Philipe e Negueba. Era a opção por dar maior velocidade ao time, que passava a ter uma zaga composta por Willians e Angelim.

Tratando de tentar tirar proveito da vantagem numérica, o Vasco foi ao ataque e conseguiu oportunidades de abrir o placar. Aos cinco minutos, assustou em cabeceio de Dedé, após cobrança de escanteio. Aos dez, Diego Souza chutou e Felipe fez a defesa. Ricardo Gomes, então, trocou o pouco participativo Alecsandro pelo também atacante Élton, que poucos minutos depois de entrar já apareceria dando um cabeceio que foi espalmado por Felipe. Mesmo melhor, o Vasco ainda tinha dificuldades de conter os avanços de Léo Moura, e aos vinte e cinco minutos o lateral-direito apareceu como elemento-surpresa no miolo da área, recebendo cruzamento de Negueba com um cabeceio que passou à direita. Entre um desperdício cá e outro lá, a chance derradeira do jogo deveria acontecer nos acréscimos. Deveria. Não aconteceu porque Péricles Bassols negou pênalti ao Vasco, ignorando o carrinho faltoso de Léo Moura em Bernardo, dentro da área.

A nota triste da partida fica por conta de Ricardo Gomes. O treinador, por volta dos vinte minutos no segundo tempo, sentiu um mal estar e solicitou uma ambulância. Mais tarde, veio a informação de que Ricardo sofrera um acidente vascular cerebral hemorrágico, e no momento dessa postagem a notícia que corre na imprensa é a de que já foi realizada uma cirurgia e que ele ficará em observação nas próximas setenta e duas horas. Que Deus abençoe!

Um comentário:

  1. Excelente atuação de Felipe, enquanto o Vasco perdeu belíssima oportunidade de terminar na liderança.

    Saudações!!!

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