Olímpia e Flamengo, que já haviam feito uma partida de muita repercussão duas semanas atrás, voltaram a se enfrentar nessa quarta-feira pela Copa Libertadores da América. Como não tinha assistido aquele jogo disputado no Rio de Janeiro, não me senti a vontade para tecer maiores comentários sobre o duelo onde o Flamengo abriu 3a0 e, nos últimos quinze minutos, cedeu o empate aos visitantes. Só que esse encontro realizado em Assunción tive a oportunidade de acompanhar, e, mais uma vez, flagrei fraquezas na equipe comandada por Joel Santana. Diferentemente de quando o Rubronegro jogou bastante desfalcado com o Friburguense, dessa vez o "fator entrosamento" foi menos relevante do que a falta de coesão e padrão de jogo na performance da equipe brasileira. Erros de marcação, dificuldades para encaixar seu jogo e vulnerabilidade mesmo quando a jogada adversária parecia previsível - tudo isso foi visto na atuação da equipe. O Olímpia, que parece contar com um time razoável, construiu o resultado com relativa naturalidade, explorando as fragilidades adversárias e merecendo sair com a vitória diante de sua inflamada torcida, que lotou o estádio Defensores del Chaco.
É bem verdade que o chileno Enrique Osses, que já havia mostrado dificuldades na arbitragem de Libertad e Vasco, não esteve bem. Mas a atuação flamenguista foi tão irregular, tão zoneada e por vezes tão destemperada, que o personagem do apito passou longe de ser significativo na derrota da equipe. Antes de julgar o pouco tempo dado como acréscimo, por exemplo, deve-se prestar atenção na bizarra falta cometida por David Braz na lateral esquerda, quando o adversário não oferecia qualquer perigo - e dali nascia o primeiro gol, marcado pelo uruguaio Orteman (que atuou bem e deu bastante trabalho à defesa rubronegra, restando saber se era talento do careca, bobeira do sistema de marcação adversário ou um misto das duas coisas). Outro vacilo tremendo do Flamengo deu-se na ocasião do segundo gol paraguaio: haviam quatro marcadores para dois atacantes, e mesmo assim Pablo Zeballos teve liberdade para finalizar duas vezes. E com um detalhe: Zeballos estava caído no início do lance!
Para seguir na Libertadores, o Flamengo depende somente de si: vencendo o Emelec, no Equador, e o Lanús, no Engenhão, a equipe garante vaga na fase oitavas-de-final. Mas creio que a missão anterior à eventual classificação esteja no esforço em fazer essa equipe jogar bem. Porém, pelo que conheço do trabalho de Joel Santana, talvez seja mais fácil acreditar na classificação do que num bom futebol da equipe...
Cabe uma pergunta final, que dedico basicamente aos torcedores do Clube de Regatas Flamengo: é do Adriano que esse time está precisando?
Nenhum comentário:
Postar um comentário