O Botafogo aplicou nesse domingo a maior goleada da atual edição do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro: 5a0 sobre a Cabofriense. A partida foi realizada no estádio Cláudio Moacyr de Azevedo, em Macaé, pois o estádio Alair Corrêa, campo da Cabofriense, foi vetado após o Corpo de Bombeiros permitir o acesso ao contingente máximo de 300 torcedores. Talvez tenha sido melhor para o jogo, pois o estado do gramado no "Moacyrzão" era muito satisfatório, aparentemente não devendo em nada para os campos mais bem cuidados desse país.
O jogo
Rapidamente, o Botafogo já mostrou um volume de jogo e uma postura interessantes, partindo ao ataque e envolvendo a frágil equipe da Cabofriense. Com 24 segundos, uma bola lançada na área encontrou o atacante uruguaio Sebastián "El Loco" Abreu, que só não anotou um "gol-relâmpago" porque o goleiro Fábio saltou para a direita e conseguiu espalmar o cabeceio dado pelo camisa 13 alvinegro. Na marca de 1 minuto uma bela trama ofensiva botafoguense: o argentino Germán Herrera tocou cavado para "Loco" Abreu, o uruguaio amorteceu na coxa e, mantendo a bola no ar, recuou para Renato Cajá. O camisa 10 chegou chutando e mandou a bola por cima do travessão.
A parceria sul-americana entre Abreu e Herrera continuou atormentando a defesa da Cabofriense, como em lances aos 12 e aos 21 minutos. Mas havia ainda a presença ativa de Renato Cajá: aos 23 minutos, o meia cabeceou no travessão um cruzamento dado por Somália a partir do lado esquerdo. No minuto seguinte, a insistência ofensiva deu resultado: Lucas cruzou da direita e Goeber cabeceou para trás, mandando pra própria rede e dando a vantagem de 1a0 para o Botafogo.
Agora vamos a um acontecimento o qual faço questão de dedicar um parágrafo: aos 27 minutos, Allyson foi no meio do corpo de Bruno Tiago, comentendo falta grosseira. Só que quem levou a pior no choque foi o jogador da Cabofriense, que precisou sair de campo na maca. O árbitro Luís Antônio Silva Santos, que poderia até expulsar o jogador, deu cartão amarelo. Mas o que me chamou a atenção não foi a punição, e sim o fato de ela ter sido dada com o jogador deitado na maca, o que é contra a regra. Foi talvez a primeira de algumas trapalhadas da arbitragem, em atuação que não comprometeu o andamento da partida porque o domínio do Botafogo foi flagrante. Voltemos ao jogo.
Tão lembrados que Goeber havia marcado um gol contra aos 24 minutos? Eis que 6 minutos depois, o capitão da equipe voltou a "entrar em ação": na tentativa de interceptar um cruzamento de Renato Cajá - que dessa vez buscava "Loco" Abreu -, Goeber esticou a perna e estufou a própria rede. Fosse uma finalização diante da meta adversária, diria que teria sido um golaço. Mas não era. Caído no gramado, Goeber devia estar pensando que, naquela noite, "o raio caiu duas vezes no mesmo lugar". Na tentativa de reanimá-lo, Abreu e Antônio Carlos foram solidários e esticaram os braços para erguer o jogador, que também foi amparado pelo goleiro Fábio. Mas Goeber não voltaria para o segundo tempo: no intervalo de jogo, Luiz Antônio Zaluar optou por colocar Diego Sales em seu lugar. Antes disso, aos 36 minutos, o atacante Felipe (que teve passagem pelo Botafogo) entrou no lugar de Grafite, que saiu machucado.
Com 14 minutos na etapa complementar, Felipe aproveitaria uma batida de roupa do goleiro Jéfferson para mandar a bola pro fundo do gol. Mas a posição de impedimento foi corretamente detectada pelo auxiliar, em lance que até com a imagem congelada gerou-me dúvidas.
Aos 19 minutos, Joel Santana promoveu sua primeira substiuição na partida, trocando Herrera por Caio. Mas quem atacava era a Cabofriense: aos 23 minutos, Allan canetou Lucas pela direita, tocou atrás e o chute de Felipe foi bloqueado pela marcação de Antônio Carlos. Daí em diante, não seria leviano afirmar que só deu Botafogo.
Com 24 minutos, Caio teve sua primeira chance quando recebeu em velocidade, arrancou escapando da marcação e, na tentativa de encobrir Fábio, acabou vendo o goleiro espalmar a bola, que ainda voltou no seu corpo antes de sair pela linha final. 5 minutos depois, o 3º gol alvinegro, dessa vez marcado por um jogador da equipe: Cajá tabelou com Caio, Matheus vacilou na tentativa de afastar e Cajá deu um chute forte, rasteiro, cruzado, no canto esquerdo do gol. 3a0 Botafogo.
2 minutos após o gol, Lucas lançou Somália que, livre, cabeceou à direita da meta. Aos 35 minutos não houve desperdício: Cajá cruzou aberto, Abreu ajeitou usando a cabeça e Caio completou pra rede. A confortável vantagem convidou Joel a trocar o zagueiro João Filipe pelo atacante Alex aos 36 minutos. 3 minutos depois, a situação ficou ainda mais facilitada quando Allyson recebeu o segundo cartão amarelo após entrada de carrinho (o primeiro amarelo foi aquele recebido quando o jogador estava deitado na maca). No minuto seguinte, Bruno Tiago deixou o campo e deu lugar a Fahel. E, passado mais um minutinho, novo gol do Botafogo: Marcelo Mattos recebeu passe curto em cobrança de falta (a falta que resultou na expulsão, isto é, o cronômetro corria mas o jogo nem tanto) e cruzou, ou melhor, colocou a bola na cabeça de Antônio Carlos, que mandou no canto esquerdo para fechar a conta. Conta essa que poderia ter sido ampliada aos 46 minutos, quando Alex recebeu passe de Renato Cajá, avançou, cortou a marcação e chutou perto da trave esquerda quando haviam pelo menos três companheiros livres acompanhando o lance. Mas o 5a0 no placar minimizou a bronca ao jovem atacante, que devia estar cheio de vontade de também deixar o seu. Não foi dessa vez.
Atuação boa do Botafogo. Melhor que a estréia sem dúvidas. A equipe deve evoluir bastante ainda e o sonho do Bi, que para muitos parece distante, pode virar realidade. Vejo o Botafogo atrás de Flamengo e Fluminense, mas lembrem-se que ano passado, também era dessa forma que pensavam a muitos
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