domingo, 23 de janeiro de 2011

"Laranja Da Baixada" Vence O Vasco E O Apito

O estádio Raulino de Oliveira sediou o que pode ser considerada a segunda surpresa no Campeonato Estadual do Rio de Janeiro 2011. Pior para o Vasco da Gama: a equipe, que já havia sido surpreendida na rodada inaugural ao perder para o Resende por 1a0 em São Januário, dessa vez foi superada pelo Nova Iguaçu pelo placar de 3a2, permanecendo sem pontuar no grupo 1 da Taça Guanabara e já tendo a classificação à fase semifinal ameaçada.

O jogo

Foi depressa, muito depressa que o time do Nova Iguaçu começou a envolver o Vasco e a se sobressair dentro de campo. Aos 3 minutos, o placar foi aberto com um belo gol: o escanteio pelo lado direito foi cobrado rasteiro e já na área a bola foi passada para Alex Moraes. Embora zagueiro, o camisa 4 agiu como um típico centroavante escapando da marcação com uma finta para o lado direito e chutando rasteiro. 1a0 Nova Iguaçu.

Se aos 9 minutos o goleiro Fernando Prass pegou finalização de Mossoró no canto esquerdo, aos 18 minutos o arqueiro vascaíno nada pôde fazer quando Alex Faria desceu pela direita, cruzou baixo e Maycon apareceu para completar pro fundo da rede.

Com a desvantagem de 2a0 no placar, a parada técnica aos 21 minutos teve como música de fundo um cântico que partia de torcedores vascaínos: "vergonha, vergonha, vergonha... time sem vergonha". E olha que aos 23 minutos o negócio parecia que ia piorar: em contra-ataque veloz, Alex Faria avançou, cortou a marcação de Allan, chutou buscando o contrapé do goleiro, mas Fernando Prass conseguiu realizar difícil defesa. 5 minutos depois, o Vasco conseguiu uma chegada perigosa: Felipe cobrou escanteio pelo lado direito e Fernando cabeceou no travessão.

O Vasco naquela altura tinha cerca de 62% do tempo de posse de bola sobre seus domínios, mas parecia incapaz de produzir algo que pudesse complicar o trabalho do bem postado sistema defensivo montado pelo treinador Josué Teixeira.

Aos 36 minutos, uma cotovelada de Paulo Henrique em Ramón rendeu ao jogador do Nova Iguaçu um cartão vermelho. Quem também poderia ter sido expulso no primeiro tempo foi o vascaíno Fágner: aos 45 minutos, o lateral direito deu um pisão em Bruno Cortês quando o camisa seis já estava caído. Mas dessa vez o árbitro Rodrigo Nunes de Sá não deu qualquer punição.

A reação "cruzmaltina" somente aconteceria na etapa complementar. Aos 7 minutos, Felipe lançou com precisão, Cesinha escorou de cabeça e Rômulo finalizou enchendo o pé, estufando a rede e diminuindo o prejuízo. 3 minutos depois, porém, o Nova Iguaçu quase voltou a colocar a diferença em dois gols: Fágner saiu jogando errado, Luan - que entrou aos 5 minutos do 2º tempo no lugar de Alex Faria - recolheu a bola e soltou um chute cruzado que foi espalmado por Fernando Prass no canto esquerdo.

Na marca de 12 minutos, o Nova Iguaçu se atrapalhou na tentativa de afastar a bola da área, Carlos Alberto chegou nela e caiu no gramado sem ser derrubado. Rodrigo Nunes de Sá, porém, apitou pênalti e ainda deu cartão amarelo para Alex Moraes. Marcel cobrou no quadrante 15 e empatou a partida: 2a2.

Com a vantagem numérica no número de jogadores, a aparente ajuda da arbitragem, a igualdade no marcador e o apoio que passou a vir das arquibancadas, o Vasco passou parecer acreditar que a virada aconteceria, afinal, "o Vasco é o time da virada". E no minuto seguinte ao gol de empate, Éder Luís teve a chance de marcar quando recebeu passe de Fágner, mas a finalização de frente com o goleiro Diogo Silva foi para fora. Aos 17 minutos, Carlos Alberto tentou chute de fora da área e Diogo Silva defendeu em dois tempos - na seqüência do lance, Carlos Alberto já gesticulou propondo substituição e deixou o campo aplaudido pela torcida, dando lugar a Enrico. O Vasco teria nova oportunidade aos 23 minutos: Marcel apareceu livre para cabecear e Diogo Silva saltou para encaixar no canto esquerdo.

Percebendo que o momento lhe era adverso, Josué Teixeira efetuou duas substituições no Nova Iguaçu: aos 28 minutos, saiu Mossoró para a entrada de Maylhor; e aos 32 minutos foi a vez de Uallace dar lugar para William Barbo. 3 minutos após essa segunda alteração, o "Laranja da Baixada" chegou ao 3º gol através do próprio William: ele recebeu pelo lado esquerdo, dominou e ajeitou com o lado externo do pé e concluiu o lance com um chute cruzado. Bonito gol, em jogada característica do futebol de salão.

Na tentativa de chegar mais uma vez ao empate e amenizar a ira da torcida, o Vasco da Gama se lançou ao ataque e, se por um lado criou oportunidades, por outro levou alguns sustos nos contra-ataques do Nova Iguaçu. A melhor chance vascaína aconteceu aos 50 minutos, quando Diogo Silva conseguiu realizar grande defesa ao espalmar chute de Enrico que tinha o endereço do canto esquerdo. Um minuto antes, Ramón deu um pontapé em Amaral e poderia ter ido para o vestiário mais cedo. Mas acabou permanecendo até o apito final, compartilhando o vexame com os companheiros.

3 comentários:

  1. 0 pontos em 6 disputados. A coisa não anda boa na Colina. A pergunta que me faço é: Qual o limite de derrotas para PC permanecer no cargo de treinador. Sabemos que a cultura no futebol, muitas vezes é a do resultado. Eu reprovo, mas é assim que funciona.

    Achava até que o Vasco fosse virar a partida, mas a atuação da zaga foi desastrosa.

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  2. Cara, esse excesso de pênaltis ridículos que são marcados no Brasil pra mim tem explicação social. A gente cresce vendo tanta impunidade que os árbitros acabam tendo medo de cometer uma também. A comparação de pênaltis marcados que não foram x pênaltis não marcados que foram é facilmente vencida pelo primeiro, na primeira rodada teve um pênalti assinalado contra o Botafogo que foi vergonhoso.

    Mas eles têm respaldo dos comentaristas de arbitragem da Globo. Não consigo ver jogos na SporTv sem me irritar, é inacreditável como os caras buscam um braço, um dedo nas costas pra justificar que foi pênalti...


    Abraços!

    http://futebolaocuboita.blogspot.com/
    http://futebolaocubo.blogspot.com/

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  3. "Os craques na rede", talvez a tolerância da diretoria com o PC Gusmão se deva a dois aspectos: [1] a melhora vista no Vasco quando o treinador assumiu o time em 2010 e [2] o fato de o time ainda estar desfalcado (essa dupla de zaga dificilmente será escalada quando todas as opções estiverem disponíveis).

    André, essa questão dos pênaltis dá muita discussão mesmo. Talvez realmente role esse aspecto sociocultural, caberia até uma Monografia a respeito hehe...

    Quanto aos comentaristas de arbitragem, às vezes parece que eles forçam uma polemizada visando que o lance repercuta e gere audiência. Assistir o jogo com o áudio no mudo às vezes é a melhor opção (assistir na Globo é algo que evito).

    Abraços e obrigadão pela participação.

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