De volta à Libertadores após dezesseis anos, o Club Deportivo Los Millonarios, invicto há catorze jogos em seu estádio, tinha o cenário perfeito para iniciar a competição continental com uma vitória: El Campín praticamente lotado de torcedores entusiasmados e um adversário sem a menor experiência internacional.
Mas alto lá, isso aqui é futebol e se há algum esporte em que ninguém ganha de véspera, é dele que estamos falando. O Club Tijuana, fundado em janeiro de 2007 (veja bem, fun-da-do em janeiro de 2007, isto é, instituição com seis anos de existência) e atual campeão no Torneio Apertura mexicano, foi até Bogotá, mostrou personalidade e, em seu primeiro jogo contra um time de fora da América Central, conquistou uma histórica vitória por um a zero.
É isso mesmo, amantes do futebol, o clube mais popular da Colômbia foi superado pela "criança" mexicana, de seis anos de idade. E dentro de casa.
A partida em si foi carente de inspirações. Os Alvi-Azuis até começaram bem, levando perigo principalmente quando a bola chegava até Wason Rentería. Na maior chance de gol na primeira etapa, o jogador com marcante passagem pelo Internacional fez bela jogada individual aplicando um "ovinho" em Aguilar e chutando firme uma bola que foi rebatida pelo goleiro Saucedo. Na sequência, Montero emendou de bicicleta e Saucedo voltou a salvar os visitantes.
Veio o segundo tempo e jamais voltamos a ver uma superioridade flagrante por parte da equipe mandante, apesar de todas as manifestações encorajadoras por parte da fanática torcida. Aliás, houve um momento em que as ditas manifestações excederam os limites da esportividade, atingindo um árbitro assistente com algum objeto arremessado. Sabe-se lá o que a CONMEBOL e o seu "comitê disciplinar" irão providenciar futuramente. A julgar pelo histórico de "atitudes", nada deverá acontecer. Felizmente, nada de mais grave aconteceu ao assistente atingido.
Com bola rolando, o Tijuana era mais organizado em campo. Faria um a zero, mas o gol foi corretamente anulado, num impedimento de alguns poucos centímetros. Só que, aos dezesseis, não teve jeito: Castillo cruzou da esquerda, Ruíz recebeu livre e chutou cruzado, firme, no canto direito de Delgado. Era o gol de número 200 da história do Tijuana e o primeiro marcado em Libertadores. Ruíz e Tijuana fazendo história no "El Campín".
No final, mais na base da transpiração do que de qualquer outra coisa, o Millonarios tentou buscar o empate e salvar a sequência invicta em seus domínios. Sem sucesso. Nem Rentería foi capaz de mudar o destino, que sorriu aos Rojinegros. O triunfo na altitude da capital colombiana, em plena estréia de Copa Libertadores da América, torna o jogo histórico para a equipe da Baja California. E, sem dúvida alguma, faz aumentar o respeito que futuros adversários deverão ter diante dos comandados do argentino Antonio Mohamed. Os dois próximos jogos da equipe pelo torneio continental serão em casa: San José (vinte e sete de fevereiro) e Corinthians (seis de março).
O Millonarios que se vire para buscar a classificação nesse grupo 5: seu próximo desafio será exatamente contra os atuais campeões, no estádio Pacaembu. E por falar em Corinthians, a equipe brasileira estréia nessa quarta-feira, na altitude de Oruro, diante do San José.
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