O Vasco da Gama, que tinha tudo e mais um pouco para terminar a Taça Guanabara na condição de vice-líder no grupo A, conseguiu a classificação para a semifinal como primeiro colocado em sua chave. Numa rodada em que todos os quatro clubes da Série A nacional marcaram dois gols cada (o Flamengo não foi vazado pelo Olaria no sábado enquanto, no domingo, Botafogo e Fluminense empataram com Boavista e Madureira, respectivamente), o Vasco saiu atrás mas conseguiu a virada pra cima do Duque de Caxias, em Macaé.
Desta forma, teremos como cruzamentos semifinais Vasco e Fluminense (Vasco com a vantagem do empate) e Flamengo e Botafogo (Flamengo com a vantagem do empate). O Duque de Caxias, que em alguns momentos dava pinta de vencer o jogo, amargou nova derrota e terminou o turno como lanterna no grupo B, com a terceira pior campanha no geral.
O jogo
Por mais que todos saibamos que o Campeonato Estadual no Rio de Janeiro tenha um abismo entre os quatro clubes mais ricos e os doze menos badalados, o que se viu no primeiro tempo em Macaé foi uma equipe do Duque de Caxias superior ao Vasco da Gama. Isso mesmo, superior. Se não tecnicamente, pelo menos no comportamento tático e, sobretudo, na disposição demonstrada.
Nove minutos depois de a bola começar a rolar, o atacante Charles Chad teve grandiosa oportunidade de abrir o placar, em lance semelhante àquele fatídico Corinthians e Vasco, quando Cássio foi buscar a finalização de Diego Souza, em 2012, pela Copa Libertadores da América daquele ano. Só que Charles, com um péssimo chute, facilitou a ação para o goleiro Alessandro, que pegou com tranquilidade.
Mas os deuses do futebol foram generosos com Charles, que nove minutos depois teve nova chance clara, dessa vez aproveitando o cruzamento de Leandro Cruz e mandando para a rede, se antecipando ao zagueiro Renato Silva e ao goleiro Alessandro. 1a0 Duque de Caxias.
E o Caxias só não foi para o vestiário com uma vantagem maior porque a arbitragem comandada por André Rodrigo Rocha inventou impedimento em lance onde Leandro Cruz marcaria o segundo gol, aos trinta e nove minutos.
O Vasco voltou para o segundo tempo mais ligado e a defesa passou a conceder menos espaços aos atacantes adversários. Com duas bolas na trave (uma de Bernardo cobrando falta e outra de Dakson, que entrara no lugar de Dieyson), o Clube da Colina dava sinais de melhora. Mas mesmo assim, o Duque de Caxias esteve muito perto de balançar a rede novamente: aos vinte e três, Leandro Cruz voltou a efetuar cruzamento pelo flanco esquerdo e Charles Chad, em ótima condição, não tirou proveito da falha de Renato Silva, chutando para fora e desperdiçando o que seria o segundo gol (moralmente, o terceiro, não esquecendo da anulação no lance de Leandro Cruz no primeiro tempo).
Não ampliou a diferença aos vinte e três, tomou o empate aos vinte e nove. Realidade dura para os comandados de Mário Júnior: após bela jogada individual de Carlos Alberto, Fernando rebateu, a zaga não afastou e Bernardo conseguiu mandar para dentro, cabeceando após chute de Dakson. 1a1.
E se o meia estava contente naquele momento (chegou a tirar a camisa na comemoração, recebendo cartão amarelo), o que dizer cinco minutos depois, com o gol da virada? Aos trinta e quatro, Carlos Alberto acertou o travessão e Bernardo aproveitou o rebote. 2a1 Vasco.
Torcedores presentes no estádio Cláudio Moacyr cantarolavam "ô Urubu, pode esperar, a sua hora vai chegar". Curiosamente, o encontro entre Bacalhau e Urubu só aconteceria se o Vasco fosse vice-líder no grupo A. Mas os vascaínos, talvez sem contar com o tropeço do Botafogo diante do Boavista, terminaram líderes, e por isso enfrentam o Fluminense. Seria aquele cântico um complexo de vice ou a antecipação da final? Veremos o que acontece em cada semifinal.
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