Ceará e Botafogo alternaram a liderança no placar, tiveram seus momentos de domínio no jogo e terminaram igualados em 2a2 após partida movimentada, realizada ontem, no estádio Castelão. O empate foi o 15º do Vozão e o 17º do Glorioso nesse Campeonato Brasileiro. Pior para o Alvinegro Carioca, que praticamente foi posto para fora da disputa pelo título: as esperanças botafoguenses passam a estar mais focadas em garantir vaga na próxima Copa Libertadores da América. Já os cearenses buscam uma inédita participação em outra competição continental, a Copa Sul-Americana, estando, inclusive, bem próximos de garantirem essa classificação.
Os demais nove jogos pela 35ª rodada serão disputados no próximo final-de-semana, com três jogos no sábado e seis no domingo. Ceará e Botafogo voltam a campo no final-de-semana seguinte: dia 20, o Ceará pega o Grêmio Prudente, em São Paulo; no dia 21, o Botafogo recebe o Internacional, no estádio Engenhão.
O jogo
Diz-se por aí que botafoguense é bastante ligado em superstição. Procedendo ou não a alegação, o fato é que o número "11" esteve bastante presente na partida. Aproveito e deixo aqui registrado que a postagem ser realizada em um dia 11 não teve qualquer intuito de reforçar a tese.
O Botafogo começou o jogo passando maus bocados: tomava pressão do Ceará e parecia perseguido pela arbitragem de Wallace Nascimento Valente, que, tentando mostrar valentia nas decisões, acabava era passando a nítida sensação de insegurança com cada gesto que fazia. O cartão amarelo dado a Sebastián "El Loco" Abreu, aos 9 minutos, foi uma das escolhas questionáveis do árbitro capixaba.
Mas lá viria o número 11 para ajudar o Botafogo: aos onze minutos, Lúcio Flávio deu chute cruzado e "Loco" Abreu desviou sutilmente para dar à bola uma trajetória que encontrasse a rede. Estava, assim, inaugurado o marcador no Castelão.
O Ceará não se abalou com o gol sofrido e mostrou estar motivado a evitar a 11ª derrota na competição. Acabava, porém, esbarrando em mais uma grande atuação do goleiro Jéfferson, que realizou duas defesas daquelas que só vendo para entender (uma aos 16', quando esticou o braço demonstrando agilidade e reflexo; outra aos 18', quanto saltou para espalmar chute forte). Se essas duas tentativas de Magno Alves foram frustradas, a seguinte não seria: aos 23 minutos, o atacante de 34 anos foi pressionar a saída de bola adversária e aproveitou-se do vacilo de Leandro Guerreiro para encarar a marcação do camisa 5 e finalizar firme, rasteiro, perto da trave esquerda, igualando a contagem.
Pausa para uma curiosidade: antes do Ceará, o veterano jogador autor do gol de empate havia atuado por 11 clubes (a passagem de maior repercussão foi a pelo Fluminense, entre 1998 e 2002, quando o "Magnata" marcou 43 gols em 81 jogos com o Tricolor das Laranjeiras). 11 clubes.
Retornando ao jogo. 11 minutos após empatar a partida, viria o gol da virada: Geraldo tabelou com Marcelo Nicácio e teve a felicidade de acertar um chute indefensável, próximo ao ângulo esquerdo. O camisa 10 comemorou bastante e fez questão de agradecer ao companheiro por ter ajeitado carinhosamente a bola para o chute, "lustrando" a chuteira do camisa 99 na comemoração.
Pouco antes do final do primeiro tempo, Túlio Souza recebeu de Jóbson e teve grande chance de recolocar a partida em igualdade no placar, mas o chute cruzado saiu raspando a trave direita de Michel Alves.
Os times voltaram com as mesmas formações, mas o Botafogo conseguiu, finalmente, impôr seu jogo. Jóbson se movimentava bastante, mas pecava pelo individualismo: aos 4 minutos, o rápido atacante teve o mérito de escapar de três adversários e invadir a área cearense pelo lado esquerdo. Porém, em vez de centralizar o lance - Abreu estava no miolo da área -, Jóbson acabou tentando resolver sozinho e mandou na rede externa, levando bronca do atacante uruguaio, do capitão Lúcio Flávio e do comandante Joel Santana.
Calma, botafoguenses! Lá viria o 11 no cronômetro da etapa complementar! Aos 11 minutos, Alessandro apoiou bem pelo lado direito, cruzou na área e Abreu fez o resto como manda o figurino: dominou e colocou no canto, fora do alcance de Michel Alves. Tudo igual novamente. O 11º gol de "Loco" Abreu na Série A 2010.
O Botafogo ganhou novo ânimo com o gol e também com a entrada de Caio no lugar de Fahel, melhorando visivelmente a movimentação ofensiva da equipe. Porém, era o Ceará que teria duas grandes chances de reassumir a vantagem no marcador: aos 34 minutos, Magno Alves cabeceou no pé da trave direita de Jéfferson; pouco depois, a bola bateria novamente na trave direita botafoguense (Leandro Guerreiro levou uma bolada e quase viu a bola entrar na própria meta). A melhor resposta veio com Jóbson, que entrou na área em liberdade mas acabou desperdiçando novamente, dessa vez chutando em cima de Michel Alves, que defendeu com o joelho.
Com 41 minutos, Michel empurraria Caio, que puxava contra-ataque. Veio o segundo cartão amarelo ao jogador, que deixou o time com um homem a menos. Mas nos minutos finais o Ceará, com 10 homens, acabou tendo mais a bola nos pés do que o Botafogo, com 11. Mas nada que chegasse a dar a 11ª vitória ao Ceará na competição. Nem a 11ª derrota. Desta forma, o Botafogo vai a 56 pontos e o Ceará a 45. Faça as contas e veja a diferença de pontos entre as equipes...
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