Num torneio equilibrado como o Campeonato Brasileiro, toda vitória deve ser comemorada - ainda mais se um time estiver há quatro rodadas sem vencer na competição e com o treinador sob pressão. Mas o caso do Botafogo, que reencontrou a vitória ao superar o Avaí pelo placar de 2a1 no estádio Engenhão, requer maiores cautelas: a equipe voltou a apresentar uma atuação irregular, passou sufoco no final do jogo e quase cedeu o empate a um adversário que é o atual vice-lanterna na Série A (podendo ser ultrapassado pelo Atlético Paranaense, que tem um jogo de débito).
O jogo
Com uma dupla de zaga reserva (João Filipe e Gustavo atuaram nas vagas do suspenso Antônio Carlos e do contundido Fábio Ferreira) e também sem o volante Marcelo Mattos (Léo foi titular pois Mattos recebeu cartão vermelho na rodada anterior),é inegável que o sistema defensivo botafoguense seria colocado à prova, mesmo diante de um oponente dos mais frágeis. E logo aos 7 minutos, uma falta cobrada da esquerda do ataque avaiano chegou na área, foi desviada de cabeça por Welton Felipe e, na risca da pequena área, complementada por Dirceu, que totalmente livre abriu o placar para os visitantes.
Explicitando nervosismo, o Botafogo tinha dificuldades de encaixar jogadas mais elaboradas e ainda permitia que o adversário tivesse espaço para explorar nos contra-ataques. Num dos mais perigosos, Pedro Ken foi acionado nas costas da defesa aos 18 minutos, ficou de frente com Jéfferson e chutou torto, à direita. Estava escrito o segundo gol da equipe catarinense, o que dificultaria ainda mais a missão alvinegra. Mas, para amenizar as coisas, aos 27 minutos surgiu o gol de empate: Márcio Azevedo desceu com qualidade pelo lado esquerdo, tocou atrás e Maicosuel pegou de primeira, cruzado, estufando a rede no canto esquerdo. 1a1.
Dez minutos após empatar a partida, o Botafogo chegou à virada: Elkeson cobrou falta alçando a bola na área, Herrera se projetou em liberdade e desviou de cabeça. Ir para o intervalo em vantagem no placar parecia ser tudo o que os alvinegros precisavam para ter tranqüilidade na etapa complementar. Mas o que se viu no segundo tempo foi uma equipe dando chance para o azar, permitindo que o Avaí avançasse suas peças. Aos 19 minutos, Caio Júnior trocou Maicosuel por Felipe Menezes, para desespero dos torcedores presentes. No mesmo minuto, o Avaí balançaria a rede após cobrança de falta, mas a arbitragem invalidou o lance acusando impedimento.
Se o clima entre treinador e torcedor já era ruim, ficou ainda pior quando foi anunciada a segunda modificação no Botafogo: Herrera por Alex. Nada contra a entrada de Alex, mas absolutamente fora de entendimento a saída de Herrera, figura das mais participativas quando o Alvinegro buscava o ataque. Houve ainda uma 3ª substituição, esta com Caio entrando no lugar de Alexandre Oliveira (que poderia ter saído antes). Por um golpe de sorte, Caio deixou o time com um homem a menos após se contundir e o que se viu até o apito final foi um Avaí no ataque e um Botafogo resistindo às investidas adversárias. Mesmo com a vitória ameaçada, o time da casa poderia ter chegado ao terceiro gol em contra-ataque puxado por Alessandro e Elkeson, mas o meia errou a finalização.
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