Depois de estrear jogando de igual para igual com a seleção brasileira, a Venezuela tornou-se a primeira seleção a vencer um jogo no grupo B pela Copa América 2011. E ao contrário de algumas outras seleções - que quando saem na frente preferem adotar a cautela como estratégia (ver Brasil 2a2 Paraguai) -, a equipe venezuelana manteve-se firme na empreitada de atacar o adversário, mostrando aos equatorianos e a quem mais quisesse ver que o outrora "saco de pancadas" é hoje uma seleção em franca ascensão e que merece atenção. A simpatia deste blogeiro ela já tem de longa data.
O jogo
Apostando num jogo coletivo já visto na partida de estréia, a Venezuela foi a campo mostrando-se bem à vontade e chegava a ditar o ritmo do jogo diante dos equatorianos, que tinham dificuldades em conter os deslocamentos de Juan Fernando Arango Sáenz e Giancarlo Gregorio Maldonado Marrero, figuras de intensa participação no primeiro tempo. Quando tinha a bola consigo, o Equador era mais agudo quando as jogadas envolviam Christian Rogelio Benítez Betancourt e Felipe Salvador Caicedo Corozo, jogadores de vigor físico e explosão, características que redobravam o trabalho de uma zaga que tinha o lento Oswaldo Augusto Vizcarrondo Araújo tentando se desdobrar para dar conta de proteger a meta defendida por Renny Vicente Vega.
Apesar de o jogo contar com duas seleções focadas em atacar, os goleiros foram participar mais ativamente da partida somente na etapa complementar - e tanto Renny Vega quanto Marcelo Ramón Elizaga Ferrero (destaque na estréia entre Equador e Paraguai) apresentaram qualidades debaixo das traves. Precisáva-se de algo especial para sair um gol entre duas equipes que vinham de empate por 0a0. E isso foi ocorrer aos 16 minutos do segundo tempo: após envolvente troca de passes, Nicolás Ladislao Fedor Flores rolou para César Eduardo González Amáis. E eis que o camisa 11 acertou um chute daqueles raríssimos, pegando em cheio na bola e mandando diretamente na gaveta. Com um golaço, estava aberta a contagem no estádio Padre Ernesto Martearena, na província de Salta.
Para melhorar sua situação, o Equador não tinha outra solução a não ser partir pra cima da Venezuela. E chegou muito perto da igualdade no placar em sensacional jogada individual de Felipe Caicedo: o camisa 9 fez fila na defesa venezuelana dando poucos toques na bola e escapando de três adversários. O único vacilo de Caicedo foi no que parecia ser o momento mais simples do lance - a finalização. A bola acabou sendo chutada sem força e facilitando o trabalho de Vega, que segurou sem maiores transtornos.
Com pouco poder de criação, os equatorianos passaram a insistir em bolas alçadas para tentar melhor sorte no jogo. Além do insucesso nessas tentativas aéreas, o Equador ainda era posto em dificuldade quando os venezuelanos partiam para o ataque, na maioria das vezes mantendo a bola no chão e, naquela altura, contando com o ágil meio-campista Jesús Manuel Meza Moreno, que a todo momento encostava no ataque e causava dificuldades à defesa equatoriana. No final das contas, manteve-se o 1a0 e fez-se a alegria da Venezuela. Das equipes que vi jogar até o momento, "La Vinotinto" pode ser considerada a "sensação" da competição. Sabe lidar com as próprias limitações e se fortalece na combinação de suas partes, formando um todo bastante coeso e capaz de manter-se competitivo. Pode aprontar muito mais em solo argentino o time de César Farías.
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