Pela 3ª rodada na fase de grupos do Mundial feminino 2011, Brasil e Guiné Equatorial se encontraram no estádio Commerzbank-Arena, em Frankfurt, na Alemanha. Após um primeiro tempo pouco atraente, as meninas brasileiras deslancharam na etapa complementar e asseguraram o 1º lugar na chave com 100% de aproveitamento, vencendo o jogo por 3a0. A seleção da Guiné Equatorial, aplicada taticamente mas limitada tecnicamente, conheceu sua terceira derrota na competição e despediu-se do torneio na lanterna do grupo D.
O jogo
Se excluíssemos da partida o primeiro tempo e começássemos a analisá-la a partir da volta do intervalo, muito pouco seria perdido. Tudo bem que o blogueiro só foi começar a acompanhar a transmissão com 29 minutos no cronômetro, mas a julgar pelos comentários de Neto (que a bem da verdade não costumam servir de parâmetro) e pela falta de entusiasmo de Luciano do Valle, é como se o Brasil só fosse acordar para o jogo a partir do segundo tempo. Marta estava sempre bem marcada por Bruna e o resto da seleção parecia carecer de criatividade e também de empenho, talvez por influência de já entrarem em campo classificadas à próxima fase. Do time adversário, além da aplicação tática - especialmente de Bruna - merece destaque a habilidade da camisa 10 da equipe, a capitã Genoveva Añonma, de 20 anos de idade e bastante consciente no trato com a bola.
Veio a segunda etapa, e com ela o crescimento flagrante no rendimento brasileiro - apesar de não chegar a apresentar um futebol encantador. Aos 3 minutos, um golaço: Érika pegou sobra de bola, chapelou a adversária com a perna direita e emendou um voleio com a perna esquerda sem deixar a redonda sequer ir de encontro ao gramado. Fiquei particularmente contente com a obra-prima pelo fato de vir de uma figura bastante simpática, que tive a felicidade de conhecer semanas atrás durante o festival de cinema sobre futebol denominado "CineFoot".
Passados mais cinco minutos e foi a vez de Cristiane desencantar na competição: Marta desceu pela esquerda em velocidade, gesticulou pedindo a aproximação no primeiro poste e mandou a bola ali. Cristiane parece ter entendido o recado e concluiu o lance direitinho, mandando pro fundo da rede.
Com a vitória aparentemente sob controle (salvo um ou outro ataque guineense, o sistema defensivo não teve tanto trabalho para conter as investidas adversárias), a seleção brasileira administrou a partida retornando próximo ao ritmo melancólico visto no primeiro tempo. A arbitragem já havia apontado 3 minutos como acréscimo, o 2a0 parecia consolidado, mas eis que Marta conseguiu escapar da implacável marcação de Bruna, entrando na área e sofrendo pênalti da camisa 2. Se alguém pensou que a melhor jogadora da modalidade fosse pegar a bola e reforçar suas estatísticas pessoais, surpreendeu-se quando viu Cristiane na cobrança - a atacante marcou seu 2º gol no jogo e no torneio. Ainda houve tempo para Añonma cair na área pedindo pênalti. Até gostaria de ver um gol de honra da esforçada equipe guinéu-equatoriana, mas a árbitra alemã orientou que o jogo seguisse e, segundos depois, decretou o encerramento da partida.
Muitos afirmam que "o Brasil é o país do futebol". Se for, talvez seja o do masculino. Só. Porque enquanto "nossas" meninas suam a camisa na Alemanha na disputa de um Mundial, o que mais se vê na imprensa esportiva brasileira é comentário a respeito da Copa América, disputada na Argentina. Até sobre as obras para 2014 ouve-se falar mais. Enfim, boa sorte a essa equipe, que representa uma pátria cujos filhos deste solo não lhe prestam a devida homenagem.
Outros resultados (entre parênteses a classificação final em cada grupo)
Terça-feira
Inglaterra (1ºB) 2a0 Japão (2ºB)
Nova Zelândia (4ºB) 2a2 México (3ºB)
França (2ºA) 2a4 Alemanha (1ºA)
Canadá (4ºA) 0a1 Nigéria (3ºA)
Quarta-feira
Austrália (2ºD) 2a1 Noruega (3ºD)
Suécia (1ºC) 2a1 Estados Unidos (2ºC)
Coréia do Norte (3ºC) 0a0 Colômbia (4ºC)
Nenhum comentário:
Postar um comentário