domingo, 24 de março de 2013

Alguém Pode Anular O Árbitro?

É desconfortável falar de futebol numa cidade, num estado, num país, num planeta onde o governo manda policiais baterem em indígenas por simplesmente ocuparem um patrimônio histórico dedicado a sua cultura. Mas, já que a Copa do Mundo é nossa, pancada neles. Leia-se "eles" = o povo, "nós" = o poder.

Pela segunda rodada num torneio que carrega o nome daquela cidade antidemocrática, o Botafogo venceu o Madureira em Moça Bonita sem apresentar um futebol brilhante, mas conseguindo criar chances o suficiente para merecer a vitória, contando ainda com o talento do goleiro Jéfferson para não permitir maior sorte ao Tricolor Suburbano.

Porém, infelizmente, o centro das atenções foi a arbitragem chefiada pelo confuso Philip Georg Bennett. Foi uma lambança colossal em cada tempo, só não sendo maior do que a lambança do governo estadual - pelo menos, Philip Georg Bennett não violentou ninguém, embora tenha expulsado um jogador leal por abuso de autoridade.

No primeiro tempo, com o placar zerado, foi marcado pênalti para o Botafogo em lance onde havia impedimento, ignorado por árbitro e auxiliar. Bola colocada na marca, Seedorf preparado para a cobrança e, antes de dar a autorização e em vez de dar a autorização, Philip Bennett (é brasileiro isso?) cancelou tudo e deu a bola ao Madureira. A pergunta é: quem decidiu isso tanto tempo depois?

O Botafogo chegou ao gol ainda antes do intervalo, em lance de bola parada: Seedorf cruzou e Dória desviou de cabeça para a rede. Dessa vez, sem anulações posteriores. Estava oficialmente aberto o placar em Moça Bonita.

Veio a segunda etapa e Jean, cara-a-cara com Jéfferson, não desperdiçou a chance e empatou o jogo. Mas o Alvinegro de General Severiano reagiu bem, desempatando a partida menos de dez minutos mais tarde: Rafael Marques dividiu com o goleiro e Seedorf aproveitou a sobra para recolocar os botafoguenses em vantagem no placar. Sem anulação, vale ressaltar.

Clarence Seedorf atuava bem, como de hábito. Era o maior organizador das jogadas ofensivas e colaborava constantemente na recomposição defensiva. Nos acréscimos, um possível mal-entendido na leitura da substituição fez subir a placa com o seu número quando Cidinho já havia deixado o campo contundido. A saída do holandês demorou mais do que o comum, rendendo-lhe o amarelo.

Pois é, a situação poderia terminar daquela forma que não haveria (novos) maiores transtornos. Mas o tal Georg Bennett queria mesmo ser o centro das atenções e tratou de dar mais um amarelo para o craque holandês, dando o primeiro cartão vermelho na carreira da fera nascida no Suriname (há quem diga que ele foi expulso uma vez pelo Milan, mas desconheço a oficialidade dessa informação).

Mas quem acha que a anulação do pênalti foi a única, não esqueçam daquele ditado: "há coisas que só acontecem ao Botafogo". A diretoria alvinegra promete pedir a anulação da expulsão tendo como base as imagens referentes ao fato. Até porque, convenhamos, deve ter sido através de imagens que aquele pênalti foi anulado...

3 comentários:

  1. Permita-me discordar amigo Soham. Não quero e nem vou puxar sardinha pra lado nenhum, que é o que devem fazer também os botafoguenses que enxergam um pouco mais. Confuso ele foi mesmo, pois foram lances que exigiam maior atenção e energia. Porém, Philip acertou, a meu ver, em TODAS! AS duas expulsões foram corretas, inclusive a do holandês. Sao atitudes permissivas como a que Seedorf tentou que transformaram o futebol brasileiro neste caos atual, que não vem de hoje. O árbitro cumpriu a regra, que serve para todos. Quanto ao pênalti, de fato houve demora, não vamos encobrir os fatos. No entanto, seria o caso de deixar passar e ser lembrado como mais um erro da arbitragem nacional ou estadual, já que havia impedimento???? Se a informação veio de fora, da tv ou do inferno, já podemos abrir outra discussão. Mas não era tarde para consertar. O que me pergunto é o seguinte: se a FIFA PROÍBE ATÉ AGORA o uso de tecnologia, porque diabos a arbitragem usa microfone, aparelho que treme e etc????

    Saudações!!!

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    1. Havia um impedimento monumental no lance do pênalti, e do ponto de vista técnico foi um alívio aquela penalidade não ter sido cobrada. Mas e do ponto de vista da legalidade? Rasgamos as regras vigentes? A expulsão de Seedorf por dois amarelos para um mesmo ato de indisciplina vejo como abuso de autoridade. Ainda mais porque o jogador saiu correndo. É ter muita vontade de aparecer, acho eu. Por mais que o Seedorf pudesse sair pela lateral mais próxima, inegavelmente.

      Em suma, parece que o recurso eletrônico já chegou ao futebol. Só que é usado aleatoriamente. Doa a quem doer.

      Abraços.

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  2. Desculpe o amigo futeB.R.O.N.C.A!, mas fecho com o colega Sohan; achei abusiva a atuação do juiz, conforme publicado no Borogodó Futebol Clube, especificamente no lance da expulsão do Seedorf (http://www.borogodofutebolclube.blogspot.com.br/2013/03/seedorf-no-vermelho.html).

    Acho que as regras devem ser aplicadas, mas se não levarmos o "fator humano" em consideração, ou seja, se não houver bom senso mediante dada situação, o mundo vai ficar bem chato!

    abraço,

    João Sassi

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